Flavio Briatore é um sujeito que não dá ponto sem nó.
Na parte mercantil da Fórmula 1, o italiano soube sempre jogar o jogo como ninguém.
Assim, deixou o setor de vestuário da Benetton para ser o chefe da escuderia das cores unidas.
E, com as pessoas certas, transformou uma escuderia outrora mediana em campeã.
Porém, depois que a Ferrari levou o seu alicerce (Schumacher, Brawn, Byrne), Briatore precisou mudar o foco.
O plano foi investir em jovens da base.
Em 2000, dois jovens agenciados pelo carcamano apareceram na temporada da Fórmula 3000.
Apesar de não ameaçarem o brasileiro Bruno Junqueira, os moleques de Flavio tiveram seu destaque.
Mark Webber e Fernando Alonso, terceiro e quarto na F-3000 respectivamente, eram as apostas no futuro.
Então, em meio à virada do século XX para o XXI, a modesta Minardi era adquirida pelo magnata australiano Paul Stoddart.
Apesar da escuderia italiana padecer de uma estrutura minimamente competitiva, ainda era um espaço atrativo para algum jovem piloto.
Veterano do circo da F1, Briatore se reuniu com Stoddart para conversar sobre negócios.
Mais especificamente por uma vaga no grid da categoria máxima.
Embora fosse mais velho e conterrâneo do novo proprietário da Minardi, Briatore não apostou em Webber naquele momento.
A escolha recaiu no jovem espanhol, ainda com 19 anos e uma cara de menino.
Em 5 de fevereiro de 2001, foi do próprio Briatore que veio o anúncio.
Fernando Alonso seria piloto da Minardi naquele ano.
A aposta era dar quilometragem ao novato espanhol.
O espanhol não decepcionou na sua primeira temporada.
Apesar de passar longe de pontuar, o asturiano agradou pela consistência e pela habilidade.
Briatore não pensou duas vezes em trazer Alonso de volta ao seu lado nos anos seguintes.
Agora, com a escuderia sob o guarda-chuva da Renault.
O italiano seguiu comandando a equipe e esperou Alonso ter a maturidade necessária para liderar a equipe em um projeto vitorioso.
Desta forma, Fernando iniciou a construção de sua história.
História que segue sendo escrita, mesmo que não mais na F1.
O carcamano da Benetton não foi o mais ético dos homens de negócio no automobilismo.
Mas acertou na mosca ao apostar nas promessas.
E deu origem a um legado vencedor.
Mesmo que tenha começado “despretensiosamente” no pior carro do grid.
Fonte: 365 Days of Motorring
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