ColunistasDestaquesFórmula 1Post

A partir de Mônaco Mercedes aposta na transformação do W14 para ter mais performance

Assim como era esperado, a Mercedes atualizou o W14, se livrou do "zeropod" em Mônaco e agora busca mais competitividade

A Mercedes mudou o layout do W14 tentando obter mais performance e rendimento. O conceito do zeropod adotado pela equipe se mostrou algo pouco funcional e mesmo com os dados no túnel de vento apontando nessa direção, a equipe notou que a escolha era falha. Porém, demoraram muito tempo até dar o braço a torcer para o conceito.

Em Mônaco, as primeiras mudanças aconteceram (já que a prova em Ímola foi cancelada), antes das atividades começarem no Principado, diversas imagens do W14 foram capturadas. A ideia é realmente fazer uma grande mudança no layout e nas características do carro.

LEIA MAIS: Mercedes aposta outra vez em Allison para retornar ao topo

O conceito usado no W13 e que foi replicado para o W14 precisou ser repensado, quando ele simplesmente não deu certo e mais recursos e esforços seriam necessitados para obter uma melhora. Enquanto a Mercedes caminha para concertar os seus erros, outros times estavam avançando em suas pesquisas. Por mais que as peças sejam novas no W14, a Mercedes precisou fazer as alterações limitados ao teto orçamentário.

Em outras temporadas que antecedem ao teto, os times simplesmente descartariam um projeto falho e começariam do zero com um novo carro. Porém, as novas regras acabam impedindo e limitando as equipes.

A Mercedes também está lidando com outra dificuldade, o cockpit precisou ser preservado e as barras de impacto lateral permaneceram inalteradas. Para fazer a mudança e introduzir um novo cockpit eles precisariam passar por um teste de impacto, infelizmente esse não é o momento para isso. O time notou que era preciso recriar o carro, mas tiveram que respeitar algumas partes que eles não vão conseguir alterar ainda neste ano.

Os novos sidepods são mais largos do que os anteriores e como aponta Mark Hughes no texto de análise do W14, a entrada vertical para os radiadores também foi substituída por aberturas horizontais largas mais convencionais. A grelhas também sofreram mudanças e isso tem impacto direto na forma como o carro é refrigerado e no comportamento da troca do ar.

https://twitter.com/MercedesAMGF1/status/1661791583182766081

A FIA listou seis mudanças aconteceram no carro da Mercedes em Mônaco, ocorreram alterações na suspensão dianteira, na curvatura da lateral do assoalho, no sidepod tornando as laterais do carro maiores, na tampa do motor deixando a carroceria mais larga, a curvatura da asa traseira, além de um ajuste na traseira.

Atualizações da Mercedes apresentadas pela FIA – Foto: reprodução

As mudanças precisam ser eficientes e os carros não podem ficar balançando como acontecia no ano passado por conta do porpoising e bouncing.

Mônaco não é o traçado ideal para testar atualizações, mas sem a realização da prova em Ímola, a equipe precisou fazer as mudanças nessa pista e começar a sua coleta de dados. O próximo circuito que a Mercedes vai enfrentar é Barcelona e a pista é usada pelas equipes para vários testes e até para entender a sua posição em pista – qual força eles são no Campeonato.

O time precisava ter ao menos ver se essa nova direção vai dar certo e se preparar para a próxima corrida.

A sexta-feira foi forte para Hamilton, o piloto fez duas boas sessões em Mônaco, terminou o TL1 na terceira posição e foi o sexto colocado no TL2. O dia foi marcado pelas verificações voltadas para a simulação de corrida, verificação das novas peças e a durabilidade dos pneus. Os times estavam investindo em stints mais longos.

 

Visão frontal do novo W14 – Foto: reprodução Mercedes

“No geral, tive um dia incrível. Eu realmente gostei de guiar hoje. Quero dizer um grande muito obrigado a todos na fábrica. Construir, projetar e desenvolver um carro não é uma coisa fácil. Todo mundo dedicou tanto tempo, tantas horas de trabalho duro para nós aqui hoje. Estou feliz por termos conseguido mantê-lo no caminho certo e acho que obtivemos muitos dados”, comentou Hamilton com o final da sessão.

LEIA MAIS: Max Verstappen registra melhor tempo no TL2 de Mônaco. Sainz bate

“Não é o lugar para testar atualizações, mas o carro no geral estava bom. É uma pena que não estivéssemos tão próximos quando esperávamos no final da sessão. Mas eu definitivamente senti as melhorias e estou grato por elas. Preciso apenas continuar trabalhando e ver se podemos obter mais do carro”, seguiu Hamilton.

Mesmo com a diferença de desempenhos entre George Russell e Hamilton, é possível imaginar que a Mercedes estivesse trabalhando configurações diferentes entre eles para obter mais dados.

Hamilton foi perguntado sobre qual parte das atualizações tinha gostado mais, mas o piloto optou pelo mistério. “Há, [mas] não vou dizer onde é. Mas há, e é muito claro onde há falta de desempenho para mim. Falaremos sobre isso na reunião. Vamos pensar juntos e tentar descobrir como podemos fazer isso dentro do que temos. Mas, esperançosamente, isso nos dá uma plataforma para seguir em frente”, comentou.

No TL1 eles andaram um pouco melhor e achavam que a diferença tinha apresentado uma boa redução, mas o TL2 mostrou um resultado um pouco diferente. Enquanto Red Bull, Ferrari e Aston Martin estiveram mais próximas, a Mercedes ficou ainda um pouco atrás. Nessa noite eles vão discutir o que podem fazer para melhorar o carro para o sábado e por consequência, ter uma classificação melhor.

Mostrar mais

Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

Deixe uma resposta

Botão Voltar ao topo