A temporada 2023 da Fórmula 1 não tem sido muito diferente para a Mercedes, a equipe segue mais uma vez pisando em ovos para tentar resolver os problemas do W14. O time que desejava voltar ao topo do Campeonato, tem buscado recursos e realizado mudanças internas para resolver a sua situação.
Já mencionamos em outros textos no Boletim do Paddock o fato do projeto da Mercedes ter se mostrado algo falho. Mesmo com os dados da equipe obtidos no túnel de vento, a realidade nas pistas aponta para um lado completamente diferente.
LEIA MAIS: REPORTAGEM – Mercedes tenta acertar quando conceito do W14 já provou ser falho
James Allison que atuava como chefe técnico da Mercedes, retorna ao cargo de Diretor Técnico. O time alemão realizou essa escolha à pedido de Elliott, além disso ela acontece para que exista uma troca entre Allison e Elliott e a Mercedes possa voltar ao topo.
Em meados de 2021, Allison deixou o cargo de diretor técnico, o engenheiro também foi escalado para o projeto da INEOS com o time na America’s Cup, tradicional campeonato de vela. A escolha da Mercedes foi pensando nos regulamentos que estão por vir para 2026, afastando o mesmo do dia a dia da equipe. Porém, a escolha agora é diferente, Allison mais uma vez vai estar presente diariamente acompanhando o time.
Mike Elliott se torna chefe técnico (CTO) para se concentrar em “desenvolver a organização daqui para frente”, e na função de diretor técnico, Allison vai se reportar à Mike. Toto Wolff disse ao Motorsport Network: “Com James teremos um gladiador na batalha e as tropas vão passar pelo fogo por ele e com ele”.
A Mercedes venceu oito campeonatos de construtores e as coisas começaram a dar errado para o time após a mudança de regulamento. A Mercedes apostou em um design único e com a limitação do teto orçamentário passaram 2022 realizando teste e alterações para ter uma temporada mais tranquila em 2023. Mas por mais uma temporada o time alemão insistiu em seu design único, os problemas voltaram mais uma vez e para completar a saga da Mercedes, o time foi surpreendido com uma Aston Martin forte.
Por motivos familiares Allison optou por assumir um cargo que permitisse ficar focado por três dias da semana em questões estratégias e planejando o futuro da equipe. Na ocasião, Elliott por estar há bastante tempo no time parecia ser a pessoa mais preparada e indicada para assumir a função de diretor técnico. Como a queda da Mercedes ocorreu no momento que Allison passou a não se responsabilizar pelo design do carro da equipe, é plausível fazer toda essa reorganização novamente.
A inversão dos cargos de Allison e Elliott são para melhorar a equipe. A Mercedes não desejava perder Elliott, ele também pode ser responsabilizado pelos anos que a Mercedes estava conquistando títulos na Fórmula 1. Em um momento que a equipe já perdeu alguns funcionários, a mira estava em permanecer com Elliott.
A Mercedes também realizou algumas outras revisões, John Owen voltará a se concentrar no design do carro, depois de ter passado muito tempo trabalhando com as questões orçamentárias e o cumprimento do limite de gastos. Giacomo Tortara foi nomeado para diretor de engenharia para gerenciar a organização do escritório de design.
LEIA MAIS: Mercedes passa por reestruturação e James Allison deixa a função de diretor técnico
Com o campeonato em andamento e tudo que se sabe sobre o W14 até aqui, a escolha da Mercedes provavelmente é para que Allison coloque a equipe nos trilhos para 2024. O carro atual passará por mudanças, novas peças estão chegando, mas de certa forma parte do planejamento da temporada já está montado, enquanto Red Bull e Aston Martin capitalizam pontos, a Mercedes está tentando remediar os problemas.
Allison é muito respeitado no paddock, a sua bagagem de conhecimento e seus feitos na categoria são extensos e conhecidos. A cartada da Mercedes é com base em tudo o que eles já viveram com Allison.
