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A Experiência de mais um Grande Prêmio do Brasil

Assim como todos os anos, como uma forma de também conseguir me lembrar dos momentos que acabei vivendo com a Fórmula 1, por mais uma vez vou narrar alguns dos acontecimentos que só está época do ano conseguem me proporcionar.

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Só este evento aqui no Brasil, me permitem rever amigos de outras partes do país, que vem para acompanhar a corrida em Interlagos e não adianta a gente marcar outras coisas pois é muito difícil conciliar viagens para outros estados ao longo do ano. Este ano, antes da corrida as únicas pessoas de fora que consegui encontrar foram o Valesi e o Frosa, pois viajamos para Curitiba, para a etapa da Stock Car que foi realizada no Paraná. Mais um evento, envolvendo o automobilismo para fazer a gente se encontrar. No entanto nesta viagem não foi possível ver outros amigos de Curitiba e se quer a minha família pois foi uma agenda bem apertada.

Como em todos os outros anos, seja no setor A ou como imprensa a tensão sempre cresce, pois passamos muito tempo na expectativa até receber uma resposta e ela geralmente vem na semana do próprio Grande Prêmio. Como em 2015 a confirmação chegou na terça-feira e logo depois disso começamos a preparação para a corrida e também para os amigos que eu e o Rubens receberíamos em casa. Arrumar a casa, comprar roupa e o ingresso do setor A para o nosso editor chefe e claro que este ano os ingressos precisavam ter esgotado na quinta, o pior é que todos os outros anos, compramos na sexta mesmo, no próprio autódromo.

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A credencial foi buscada na quinta e logo depois eu e a Erika Prado (também é uma colunista nossa), nos encaminhamos para o evento da Ferrari, do Santander que aconteceu dentro do próprio autódromo. Do ponto de vista jornalístico ele não agregou em muita coisa, pois era meio irrelevante uma matéria sobre ele. Aliás nesta reta final de campeonato os pilotos acabam respondendo as mesmas perguntas quase sempre, das quais muitas vezes a gente já sabe a resposta, como por exemplo: Vettel você vai continuar brigando pelo segundo lugar do campeonato com Vatteri Bottas? Vettel o que aconteceu com a Ferrari desde o começo da temporada? Como você vê a perda do seu título? São coisa que vários jornalistas em várias línguas já perguntaram muitas vezes, então não havia necessidade de redigir uma matéria com as coisas que sempre vemos em outros portais.

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Este evento começou desta forma e evoluiu para um jogo de perguntas e respostas sobre a Scuderia Ferrari, relacionada a sua história ou sobre sua logística e o jogo contou com a participação de Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen e o piloto de testes Marc Gené, mas os jornalistas que estavam na sala também participaram do Quiz, já que a intenção era promover uma interação entre os pilotos e o público. No fim do Game, Marc acabou vencendo. O que eles falaram não tinha como ser muito aproveitado, mas foi bem legal estar em contato com as pessoas que você só vê pela TV ao longo do ano e se dá conta que elas também são humanas e por diversas vezes muito simpáticas. Com certeza eu e a Erika fomos as pessoas mais animadas no evento todo, já que quase ninguém queria interagir com as perguntas, tanto que encerraram o evento mais cedo.

Já no autódromo a partir da sexta-feira, eu acabei me dando conta do quanto o autódromo e a posição dos jornalistas havia mudado. Não parecia mais aquela F1, um pouco controladora que eu conheci da primeira vez e que proporcionava até um receio de pegar o telefone e tirar uma foto para registrar aquele momento e olha que de 2015 eu tenho poucas imagens para me recordar, que bom que a memória ainda está bem viva.

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No meu primeiro ano a sala de imprensa era em outro prédio, agora fica localizada no final da reta dos boxes, com vista para o S do Senna. A sala é muito mais ampla, com infraestrutura, diversas mesas e também ar condicionado para cada conjunto de mesas, fora o suporte a uma internet livre de tarifas e também com boa qualidade, disponível para os jornalistas. No meu primeiro ano era necessário pagar para utilizar ela e por ser muito cara o 4g dos celulares muitas vezes era usado, mas os jornalistas mais bem preparados tinham acesso a roteadores com internet de moldem. No domingo o trafego era bem ruim e demorava muito mais tempo para subir imagens no site, gostei destes avanços que acontecerem e eles eram bem necessários.

Por outro lado, a sala de imprensa fica muito distante da onde a coletiva é realizada o que acaba inibindo a participação das pessoas e como a maioria que está ali no autódromo lida com internet, as vezes é possível notar que os cliques no site são mais importantes que o conteúdo, então muitos deixavam de lado e assistiam pela televisão da própria sala de imprensa.

Sobre a experiência de atuar como jornalista no autódromo, ela não tem preço, a gente acaba conhecendo pessoas que já tem uma carreira consolidada em outras tantas etapas no nosso próprio país ou fora e estás tem muito para acrescentar a nossa carreira, fora que alguns deles, as vezes conhecem o nosso trabalho e nos acompanham e vocês não tem ideia do que é receber um elogio destas pessoas e as ideias que elas podem passar, são sempre para melhorar o nosso trabalho. Muitos compartilham experiências diferentes, pois trabalham na rádio ou televisão e a dinâmica é bem diferente de um site, então é ótimo conhecer estás possibilidades e como eu ainda estou me formando, conhecimento é sempre bom.

Poder ver os boxes das equipes, ainda que de longe, mas mesmo assim podendo observar os carros, não tem preço. Vistos pela televisão, eles parecem muito semelhantes, no entanto de perto, cada um carrega uma essência e é possível perceber a passagem de ar e de como ele atua em cada carro e assim fica mais fácil de entender o seu comportamento na pista. Os motores também são uma experiência única e é possível conhecer o barulho de cada um e em pouco tempo aprendemos a distingui-los. A Mercedes tem um som linear e forte, a Ferrari o barulho dele se torna uma coisa linear, mas é muito mais representativo na sua aceleração o da Haas também era forte, mas o seu som não era igual ao da própria Scuderia Italiana que é a sua fornecedora e de todos o mais fraco era o da Sauber, realmente não casa com os motores deste ano, até porque é da temporada passada.

Estar no autódromo é construir uma nova família de amigos, pessoas que querem te ajudar e te ver crescer, assim como todos os meninos do Globoesporte.com em que mais uma vez tive o meu caminho cruzado com o deles, mas também é ter o apoio dos seus amigos que estão no setor A e torcem pela sua carreira e querem muito o seu bem e se não fosse eles, eu não teria conseguido chegar no paddock da Fórmula 1, pois os textos que eles também postam, são responsáveis pelo crescimento do site.

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Onde quer que eu vá, sempre vão existir pessoas que acreditam no meu trabalho e torcem por mim, como aquelas que vão desconfiar da minha capacidade e me julgar apenas por ser uma mulher e estar neste meio. Neste ano eu aprendi que preciso dar ouvidos para quem realmente gosta de mim e sei que juntos vamos ir muito longe. As críticas são sempre bem-vindas, pois elas auxiliam no nosso crescimento, mas a lição que fica é, nunca deixar as pessoas apagarem o que nós acreditamos, não podemos deixar nosso sonho morrer.

Eu acredito na minha capacidade e talento de contadora de histórias, sei que ainda preciso melhorar muito em alguns pontos, mas sei que o difícil eu já consegui, que foi acreditar em mim e correr atrás de transformar os meus sonhos em realidade.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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