A Williams é uma das equipes do grid que tem chamado a atenção nos últimos anos, principalmente por conta de todas as mudanças realizadas na equipe. Desde 2023 no comando, James Vowles tem tentado implementar outras filosofias na tentativa de tornar a equipe de Grove mais competitiva.
No começo foi um choque para Vowles compreender que o time estava muito atrasado, quando comparado com a estrutura de outras equipes. A solução foi implementar mudanças na perspectiva que a equipe em algum momento consiga retornar ao topo do grid. Os últimos 12 meses fizeram parte de um plano de reestruturação, mas o caminho a ser percorrido é longo.
No ano passado a Williams faturou a sétima posição do Mundial de Construtores, mas Vowles afirma que o trabalho realizado não se trata de uma ascensão imediata, o que ele está construindo na equipe é pensado em médio e longo prazo.
“A mudança que ocorrerá não será de 12 meses, 24 ou 36, serão anos e anos apenas para descobrir adequadamente onde somos fortes e onde não somos” explicou em uma entrevista durante a pré-temporada.
“Desenterrar as partes que não são fortes na organização, que na maioria serão infraestruturas com 20 anos, e leva tempo para substituí-las. Essas máquinas e itens não estão disponíveis no mercado, eles são feitos sob medida para nossos propósitos e necessidades. Isso inclui se estamos falando de soluções de software ou hadwere”, seguiu.
A Williams também acaba de certa forma limitada por ser controlada por um fundo de investimento.
No entanto, com o orçamento que eles têm disponível para trabalhar no equipamento, foi necessário compreender melhor cada área de desenvolvimento da equipe e identificar quais departamentos estavam precisando de mais recurso, para contarem com o investimento.
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Obviamente o sétimo lugar no ano passado é bem significativo e animador, tendo em vista que é difícil ser uma equipe de fim de pelotão, que tenta de todas as formas se aproveitar das melhores chances para pontuar.
Então, o tempo sempre será meu amigo. No entanto, se eu olhar para onde estávamos há 12 meses, é algo que peço com frequência ao time, ‘Olhe para trás e lembre-se onde estava há 12 meses e depois veja com orgulho onde estamos hoje’, porque é uma enorme mudança em tão curto espaço de tempo”, comentou Vowles.
“Onde queremos estar não é a solução final. Temos grandes aspirações de subir no grid. Essa é a jornada que estamos e que levará tempo, mas é emocionante.”
O momento é de cautela para a Williams, o time provavelmente terá algumas flutuações. No ano passado a equipe avaliou o carro, encontraram os pontos fortes e fracos e no restante da temporada exploraram da melhor forma as corridas que poderiam extrair mais do equipamento, na busca por capitalizar pontos.
“Não se trata mais de um ano e, por falar nisso, também não se trata de 2024 ou 2025, e isso não significa parecer derrotista, é mais uma apresentação a todos que temos aspirações de continuar subindo na grade. Estamos preparados para sacrificar os anos atuais para podermos fazer isso.”
O começo não foi tão forte até agora, a Williams, assim como a Sauber, Racing Bulls e Alpine permanecem sem pontos, mas ainda temos 22 corridas pela frente.
O time de Grove não está almejando uma posição no campeonato mundial de construtores, como fez a Alpine por muitos anos. A realidade é que eles querem melhorar toda uma cadeia de processos e desfrutar de uma evolução que em algum momento poderá levar a equipe novamente para a ponta.
Essa é uma grande mudança de filosofia e é uma mudança de filosofia difícil, mas estou confiante de que é a certa. Não estamos aqui para brigar pelo sétimo ou oitavo, ou mesmo pelo quinto lugar, estamos aqui para começar a brigar por posições adequadas”, reforçou Vowles.
“Se quisermos fazer isso, temos de aceitar que vamos quebrar a infraestrutura, quebrar sistemas, reconstruir-nos e não deixar pedra sobre pedra. Isso é difícil para as organizações, mas é esse o caminho que estamos trilhando”, finalizou.