A venda de ingressos para a etapa da Stock Car em Belo Horizonte iniciou nesta segunda-feira (8), em meio a um cenário de protestos que continuam a marcar a paisagem da capital mineira. Manifestantes têm se posicionado contra a realização do evento no entorno do Mineirão, onde a corrida está programada para ocorrer.
Segundo a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), cerca de 200 pessoas participaram de um protesto próximo ao estádio no último sábado (6). Entre os presentes estavam professores, servidores, estudantes da UFMG, moradores locais e representantes de associações. Cartazes com a frase “Fora Stock Car! No Mineirão Não” foram exibidos durante a manifestação.
Apesar das manifestações, os preparativos para o evento seguem em andamento. Ruas e avenidas na região da Pampulha já estão sendo interditadas para a montagem da estrutura necessária. Enquanto isso, os ingressos já estão disponíveis para compra pelo público.
Os preços dos ingressos variam de R$ 30 a R$ 1.500 nesta fase inicial, abrangendo os dias 15 a 18 de agosto (de quinta-feira a domingo) e diversos setores, incluindo arquibancadas, esplanadas, espaços VIPs, lounges e camarotes. As vendas estão sendo realizadas através da plataforma Sympla.
Além das corridas da Stock Car, a organização promete oferecer experiências diferenciadas durante o evento, como shows no Mineirão, um festival gastronômico, áreas infantis e uma fan zone com simuladores.
Fernando Julianelli, CEO da VICAR, responsável pela organização do evento em todo o país, expressou otimismo em relação à realização da corrida em BH, destacando a importância histórica do evento para a cidade, afirmou:
Neste ano, completamos 45 anos de Stock Car, e tenho certeza de que BH sediará nossa maior corrida. Este evento é transformador para a cidade, gerando movimento na economia e levando Belo Horizonte para mais de 170 países por meio das transmissões
No entanto, a reitora da UFMG, Sandra Goulart, levanta preocupações sobre a falta de diálogo prévio em relação ao evento. Em entrevista ao BHAZ, ela destacou que não houve consulta à universidade sobre a realização da corrida no entorno do campus. Sandra compara a situação com a postura adotada durante a Copa do Mundo de 2014, quando a UFMG esteve envolvida nas discussões desde o início.
Embora não seja contra a realização do evento, Sandra enfatiza a necessidade de encontrar um local mais apropriado para sua realização, considerando os impactos que a corrida pode gerar na região da Pampulha.
A organização da Stock Car, em resposta às preocupações levantadas pela reitora, afirmou que houve um encontro com Sandra Goulart em 16 de janeiro, onde foram discutidos detalhes do projeto, incluindo soluções ambientais e acústicas para mitigar os impactos do evento. A organização propôs a construção de barreiras acústicas para reduzir o ruído gerado pelos carros, oferecendo-as como um legado para a comunidade local após o evento.