Ficha técnica
Nome do circuito: Circuit Gilles Villeneuve
Comprimento da pista: 4,361 km
Número de voltas: 70
Distância total: 305,270 km
Primeira corrida na F1: 1978
A história do circuito Gilles Villeneuve, em Montreal, começou com uma disputa entre regiões. Nos anos 1960, havia uma rivalidade entre as partes inglesa e francesa do Canadá, com as corridas da F1 se alternando entre os circuitos de Mont-Tremblant, na região francesa, e o circuito de Mosport, na parte inglesa. Quando Mont-Tremblant foi considerado perigoso demais, as corridas passaram a se concentrar apenas na pista rival. Embalada pelo sucesso de seu mais ilustre piloto, Gilles Villeneuve, a região de Quebec precisava de um novo circuito para suas competições e como a F1 também estava repensando as corridas em Mosport, essa era a oportunidade perfeita de se criar uma nova pista em Montreal.
O local escolhido foi a Ilha de Notre-Dame. A ilha foi criada junto com a ampliação da Ilha Sainte Helene, para abrigar a Expo 67.
Quando a exposição terminou e o espaço ficou vago, foi criada a exposição “Man and His World” nos pavilhões que foram usados na exposição. A ideia deu certo por um tempo, mas o público começou a diminuir e a exposição foi perdendo espaço. Depois vieram as Olimpíadas de 1976, que deram outra utilidade para a ilha, com um faixa na água sendo construída para as competições de remo. Os Jogos também trouxeram melhorias na ilha, como estradas que passaram a conectar vários pontos dela.
Depois que as Olimpíadas acabaram, veio novamente a questão do que fazer com a ilha. E aí surgiu a ideia de se construir a nova pista nessa área. Correndo contra o relógio, Roger Peart desenhou o traçado e logo se começou a adaptação da Ilha Notre-Dame, hoje chamada de Parc Jean Drapeau, em uma pista de corrida.
Mesmo com o cronograma apertado, o circuito ficou pronto para receber a F1 no dia 8 de outubro de 1978. Os canadenses lotaram as arquibancadas, incluindo o Primeiro Ministro Pierre Trudeau, para ver a vitória do piloto da casa Gilles Villeneuve.
Para a corrida de 1979, uma alteração foi feita na chicane Cassino, a pedido dos pilotos. Outra alteração, dessa vez em 1982, foi no nome do circuito, que passou a se chamar Gilles Villeneuve, em homenagem ao piloto, que faleceu em um acidente naquele ano.
A corrida, no entanto, foi marcada por uma tragédia. O pole Didier Pironi ficou parado no grid no momento da largada, enquanto os demais carros tentavam desviar. O piloto Riccardo Paletti, que fazia sua segunda corrida na categoria, não conseguiu e acertou a traseira de Pironi, sofrendo um afundamento de tórax. Pironi ainda tentou salvar Paletti, mas o carro pegou fogo. Apesar das chamas terem sido extintas logo, o piloto ainda estava preso no carro e não sobreviveu às lesões.
A área dos boxes foi modificada em 1987. A área original era provisória e ficava logo após o hairpin. Uma nova área de boxes foi construída de forma permanente naquele ano, mudando para o final daquele trecho. A chicane que ficava depois do Cassino foi remodelada, já que a entrada dos boxes passou para aquela área.
Essa chicane seria mais uma vez modificada depois do acidente de Derek Warwick em 1988.
Outra chicane seria colocada antes da Cassino depois de 1994, quando o acidente de Senna fez com que todos os circuitos tivessem sua segurança verificada. Anos depois, a chicane antes dos boxes foi novamente modificada, criando a lenda do Muro dos Campeões, já que passar do limite significava uma batida, fato comprovado por muitos campeões mundiais, vítimas do famoso trecho.
Em 1996, tanto a chicane quanto a curva do Cassino foram completamente removidas, virando a reta do Cassino e em 2002, o hairpin L’Epingle foi diminuído e a saída dos boxes passou a ser na curva 2, que também ganhou uma área de escape.
Confira uma volta completa no circuito!
O muro dos campeões também foi recuado, para que uma proteção de pneus pudesse ser colocada.
As vítimas do Muro dos Campeões!
Assim que a corrida de 2018 terminou, toda a área dos boxes foi demolida, para dar lugar a uma nova área de boxes e hospitalidade. O novo prédio passa a ter três andares. No primeiro ficam as garagens das equipe, no segundo andar, ficam a torre de controle, escritórios, sala de imprensa e espaço para convidados. E o último andar é utilizado somente para convidados, com a criação de uma arquibancada, além das áreas com mesas.
Outra particularidade do circuito são as marmotas que vira e mexe são vistas no circuito. Elas chegaram a ser transportadas para a Ilha Sainte Helene, mas com as diversas ligações entre as ilhas, elas acabam voltando para conferir os carros de perto.
O circuito Gilles Villeneuve já viu corridas memoráveis. Em 1991, Nelson Piquet fazia sua última temporada na F1 e ganhou de presente a vitória no Canadá. Nigel Mansell liderava a corrida com 57 segundos de vantagem para o brasileiro. Já comemorando e acenando para o público no começo da última volta, Mansell viu sua Williams começar a perder velocidade e sem combustível, ficou parado no hairpin, vendo Piquet passar por ele para vencer a última corrida de sua carreira na F1.
Já Jean Alesi não poderia ter pedido por um melhor presente de aniversário do que a vitória em 1995. Depois de herdar a liderança no final da corrida, Alesi não largou mais o 1º lugar e venceu sua única corrida na carreira. O piloto francês ainda contou com a sorte, já que ficou sem combustível na volta para os boxes, ganhando uma carona de Schumacher.
E a corrida de 2001 entrou para a história. Com Ralf Schumacher vencendo e Michael Schumacher chegando em segundo, foi a primeira vez que uma dupla de irmãos fez dobradinha no pódio, das nove que já competiram na categoria. Em 2003, eles repetiram a dose, dessa vez com Schumacher na frente. Os dois já tinham entrado na história em 1998, ao se tornarem a primeira dupla de irmãos a subir no pódio na etapa italiana.
Se hoje existe uma regra que diz que uma corrida não pode durar mais do que quatro horas, ela veio do GP do Canadá de 2011. A prova entrou para a história como a mais longa da F1, com Jenson Button cruzando a linha de chegada em 4h4m39s. Com uma chuva torrencial caindo sob o circuito, o Safety Car entrou na pista em seis ocasiões, inclusive na largada e a corrida ainda contou com uma bandeira vermelha. E não é a primeira vez que a corrida é interrompida diversas vezes pelo Safety Car. Na corrida de 2007, que teve a primeira vitória de Lewis Hamilton na F1, o carro de segurança entrou na pista em quatro ocasiões, inclusive no forte acidente de Robert Kubica. E em 1998, a corrida precisou ser reiniciada duas vezes, depois que diversos carros bateram na primeira volta.
Cinco Momentos do GP do Canadá!
A pista em Montreal é especial para alguns pilotos. Seis deles venceram pela primeira vez neste circuito. Gilles Villeneuve, na corrida inaugural do circuito, Thierry Boutsen (1989), Jean Alesi (1995), Lewis Hamilton (2007), Robert Kubica (2008) e Daniel Ricciardo (2014).
Entre os maiores vencedores, Michael Schumacher e Lewis Hamilton estão empatados com sete vitórias, com os dois se juntando a Alan Jones como únicos pilotos que venceram duas corridas consecutivas. Em se tratando de pódios, Schumacher está disparado na liderança, com 12, enquanto Hamilton tem oito.
Entre os maiores vencedores, Michael Schumacher e Lewis Hamilton estão empatados com sete vitórias, com os dois se juntando a Alan Jones como únicos pilotos que venceram duas corridas consecutivas. Em se tratando de pódios, Schumacher está disparado na liderança, com 12, enquanto Hamilton tem nove.
Entre os pilotos da casa, apenas quatro pilotos canadenses já correram em Montreal: Gilles e Jacques Villeneuve, Lance Stroll e Nicholas Latifi. E apesar de ter um título nas mãos, Jacques Villeneuve nunca venceu em casa, tendo como melhor resultado, o 2º lugar em sua corrida de estreia, em 1996, com seu pai conseguindo uma vitória em 1978.
Entre os brasileiro, 21 pilotos já correram no circuito, com Nelson Piquet (3) e Ayrton Senna (2) sendo os únicos que venceram nessa pista. Já em números de pódios. Rubens Barrichello o posto com Piquet, com 5 aparições, com Senna vindo atrás com dois pódios.