O piloto carioca conversou sobre como iniciou a sua carreira, os desafios e planos para o futuro. Roberto compete na Fórmula 3 Britânica, uma das categorias de base mais tradicionais do mundo. Pilotos como Ayrton Senna competiram nela para chegar a Formula 1.
Confira a conversa na íntegra:
Boletim do Paddock: Roberto, como você iniciou a sua carreira no automobilismo? Conte um pouco sobre a sua trajetória.
Roberto Faria: Eu comecei por volta de Maio de 2014. A primeira pista que eu corri foi em Guapimirim. A amiga da minha irmã tinha um pai que era piloto. E meu pai entrou em contato com ele e conversaram. Disseram para eu ir a Guapimirim, que era a pista de kart profissional mais perto da cidade do Rio, que era onde eu morava. Gostei e comecei a correr em São Paulo e outros lugares também.
B.P: Como é estar correndo na F3 Britânica? Quais são os planos para o futuro?
R.F: É muito bom poder correr na Formula 3. É um campeonato tradicional e muitos pilotos passaram por aqui para finalmente chegar na F1. É muito bom poder correr nas pistas emblemáticas da Inglaterra. E o carro de Formula 3 é muito bom. Aqui é um dos berços do automobilismo, então você aprende muito. As condições de pistas variam muito, pois o clima é diferente do restante dos outros países. Aqui tem chuva, tem sol, tem neblina, e as vezes é tudo no mesmo dia, então tem que se adaptar bem rápido e isso ajuda a evoluir. Meus planos são seguir na F3 Britânica e dependendo da situação, veremos o que dá para fazer em 2022. Ainda não temos nada conclusivo.
B.P: Como a pandemia afetou a sua carreira?
R.F: Com a pandemia, a gente ia começar o campeonato em Abril, mas só começou em Agosto. Tivemos que ficar 3 meses no Brasil em quarentena. Depois, em Junho, fui para a Inglaterra e fiquei 14 dias em isolamento. Treinei durante o mês de Julho para manter o ritmo e correr em Agosto. Foi bem complicado ficar esse tempo afastado do automobilismo, sem treinar. Mas foi necessário. O campeonato foi curto e só tivemos 3 meses de corrida esse ano. Foi bem frenético.
B.P: Quais são as suas maiores inspirações?
R.F: Acho que meu pai. Ele me mostrou que sempre que você quiser algo, deve dar tudo de si para tentar conseguir aquilo e eu acho que isso não importa o esporte, emprego que você tem. Se você quiser ser bem sucedido na vida, você tem que se esforçar ao máximo e dar tudo de si. É minha maior inspiração pra vida mesmo.
B.P: Quais as maiores dificuldades enfrentadas até aqui?
R.F: Foi muito complicado em 2018 quando eu corria de kart na Europa mas ainda morava no Brasil. Eu tinha que conciliar o kart com os estudos. Eu faltava muita aula. Foram 54 dias de aulas ausente. Era bem complicado conciliar os dois. Mas consegui. Fui morar sozinho na Inglaterra depois. Fiquei sozinho durante 6 meses. A adaptação foi difícil a um país novo, em um continente totalmente novo e aprender a me virar.
B.P: Você pretende correr em outra categoria?
R.F: Por enquanto eu acredito que vou ficar só na F3 e focar no campeonato. O futuro ainda não sei. Não tenho nada planejado ainda.
B.P: Qual é a sua memória mais marcante dentro das pistas?
R.F: Foi do meu último final de semana, quando eu larguei em 14º, acabei caindo 18º por conta da pista molhada, fiquei em penúltimo. Mas consegui recuperar e chegar em 4º lugar em Silverstone, o berço do automobilismo. E também a vez que fiquei em 2º, consolidando meu melhor resultado na F3.