Antigamente, como as temporadas tinham um começo mais cedo e haviam mais testes, as equipes se apressavam em mostrar as novas máquinas para a temporada.
Em 1979, a nova coqueluche era o efeito-solo.
Todo mundo queria seguir o caminho do Lotus 79, apostando alto na aerodinâmica.
A Ferrari partiu para a mesma tendência, mesmo mantendo como base a sua série 312T, bem-sucedida nos campeonatos de 1975 e 1977.
O bólido projetado por Mauro Forghieri era mais estreito que seus antecessores, mas com as medidas limitadas pelo motor flat-12 usado pela montadora de Maranello.
Assim, nascia o quarto carro daquela família, o 312T4.
Lançado na manhã de 15 de janeiro de 1979, a primeira impressão não foi das melhores.
O próprio Comendador, Enzo Ferrari, considerou aquele como o carro mais feio a sair das garagens de Maranello.
Porém, como vale lembrar, também muitos atribuem ao Comendador a célebre frase: “Carros bonitos são os que vencem corridas”.
E assim, o 312T4 deixou de ser um patinho feio e se virou um belo cisne nas pistas.
Estreando a partir do GP da África do Sul, terceira etapa, os carros vermelhos mostraram consistência.
Tanto Gilles Villeneuve como Jody Scheckter aproveitaram bem a confiabilidade do carro.
Apesar do domínio inicial da Ligier e do crescimento da Williams a partir da segunda metade, a equipe italiana foi a soberana de 1979.
Gilles entrou para a história pelos seus shows.
O desfile em três rodas, em Zandvoort, além da consagrada Batalha de Dijon são alguns dos exemplos.
Já o sul-africano foi mais consistente.
Com três vitórias (Zolder, Mônaco e Monza), Scheckter se consagrou campeão do mundo.
Uma marca que acabou sendo mais lembrada e duradoura do que se imaginava.
Afinal, a Ferrari esperou até o final do século XX para voltar a ver um piloto campeão.
Foram 21 anos vendo carros distintos, passando por várias eras: Turbo, Coca-Cola, Bico de Tubarão…
Muitos considerados até mais belos que 312T4.
Mas longe de ter a mesma eficiência nas pistas.
O próprio Comendador não voltou a ver algum empregado seu vencer o campeonato com as cores de Maranello.
Afinal, a beleza das pistas depende um ponto de vista.
Porém a vitória ajuda a embelezar o bólido campeão.
Fonte: 365 Days of Motoring e Stats F1
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