ColunistasDestaquesFórmula 1Post

Preview do GP da Bélgica de Fórmula 1 da temporada 2019 – As danças das cadeiras que movimentaram o paddock já para este final de semana

O GP da Bélgica é um dos mais queridos pelos cabeças de gasolina e algumas piadas como essa e a ”minha SPA e esse é o seu spa” vira e mexe vão sendo compartilhadas nos grupos de automobilismo. Assim como alguns países da Europa, a Bélgica também fazia parte do campeonato de automobilismo europeu e algumas provas foram disputadas no seu território desde 1925. Spa-Francorchamps teve dois traçados diferentes até chegar ao que conhecemos hoje, suas alterações giravam em torno de mais velocidade e depois em segurança, adaptações que foram necessárias para que o circuito pudesse receber a Fórmula 1, mas a competição ainda foi executada em dois outros lugares, em Nivelles em 1972 e 1974, e também em Zolder 1973 e 1975 à 1982 e novamente em 1984.

A Fórmula 1 colocou a Bélgica no calendário em 1950, mais em 1957 a competição não conseguiu ser executada devido aos preços altos dos combustíveis nos Países Baixos, por causa da crise de Suez. Para o ano seguinte o circuito ganhou uma reforma onde a pista foi recapeada e os boxes ampliados.

O GP da Bélgica voltou a não acontecer em 1969, logo depois de Jackie Stewart visitar o circuito pela GPDA (Grand Prix Drivers’ Association) e verificar que a pista e o circuito precisavam de algumas adaptações. A sensação de passar por um desafio e sobreviver a ele entre os pilotos começava a diminuir e eles queriam mais segurança para que as provas pudessem ser disputadas. Spa era a pista mais veloz da Europa e a mais perigosa. Quando os proprietários da pista se negaram a fazer as mudanças que eram necessárias nos muros de contensão, as equipes francesas, italianas e britânicas simplesmente se retiraram do evento e ele acabou sendo cancelado em abril.

Em 1970 uma prova ainda foi realizada, colocaram umas barreiras na chicane, mas ela não foi suficiente para conter a velocidade dos carros e em 1971 a prova precisou ser mudada de lugar.

 
 
 
 
 
Ver essa foto no Instagram
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Horários e canais de transmissão para o Grande Prêmio da Bélgica este final de semana. No domingo também é possível acompanhar a corrida pela rádio BandNews FM. 🏁 #F1 #BelgianGP

Uma publicação compartilhada por Garota da F1 (@garotadaf1) em

 

Duas outras pistas e a chance de haver corrida no país novamente

Depois do veredito final sobre as condições de Spa, o país que não queria deixar as competições automobilísticas tinha ainda outras duas opções: Nivelles e Zolder. Com a prova realizada em 1972  Emerson Fittipaldi foi o vencedor e no ano seguinte foi a vez Jackie Stewart.

A Fórmula 1 acabou voltando ainda em 1974 para Nivelles e novamente o brasileiro venceu, porém manter a pista no calendário foi outra história, ela não agradava aos pilotos e acabou sendo a mais impopular e por fim, foi riscada da competição de vez. Zolder ainda sediou o Grande Prêmio da Bélgica por mais 9 vezes, mas em 1981 ele também entrou para a lista negra de pistas para receber uma corrida, logo após o acidente que levou a morte o mecânico de Osella (Giovanni Amadeo), ao ser atropelado por Carlos Reutemann devido ao Pit-lane muito estreito. Mais coisas ainda aconteceriam na corrida de 81: logo na largada, após Riccardo Patrese ficar parado com o seu Arrows, David Luchett que era o seu mecânico foi à pista para tentar ligar o carro do piloto, o grande problema foi que Siegfried Stohr bateu na traseira do carro de Patrese e o mecânico ficou estirado no chão com as duas pernas quebradas. A corrida seguia, mas ao perceberem o que estava acontecendo os pilotos pararam para forçar a paralisação da prova até que Luchett fosse removido da pista.

Zolder também ficou conhecida pela morte de Gilles Villeneuve no ano seguinte, após uma colisão com Jochen Mass, seu carro girou várias vezes, ficando completamente destruído e arremessando-o a metros de distância. Gilles morreu à noite no hospital por não conseguir resistir aos graves ferimentos.

Spa está de volta

Spa acabou passando por diversas mudanças no traçado, a pista ficou um pouco mais curta e todas as alterações que foram feitas fizeram o público voltar a se apaixonar e os pilotos passaram a amar a pista também. Em 1985 ele ainda ganhou um asfalto novo por causa das chuvas que acabavam ocorrendo no local, para que uma melhor drenagem fosse feita. Em 1995 o circuito perdeu uma chicane depois do acidente em Imola de 1994.

O local ainda seria palco de um grande acidente em 1998, quando 13 dos 20 carros que disputavam a corrida acabaram batendo por causa da chuva torrencial, tudo começou pela baixa visibilidade e pela pancada de Michael Schumacher na parte traseira do carro de David Coulthard, mas ao final da prova, o alemão acabou admitindo a culpa.

A Bélgica ainda foi excluída do calendário em 2003 por problemas políticos e sociais, já que na época a União Europeia criou uma proibição onde vetava a associação dos esportes com a venda de tabaco. Novamente em 2006 não tivemos corrida, mas dessa vez a pista passava por mudanças para que pudesse comportar a Fórmula 1 de forma melhor e depois disso ela nunca mais ficou de fora da competição.

lll Pneus

A volta da Fórmula 1 das férias, acontece em um dos cenários mais épicos do calendário. O circuito é conhecido por elevações variadas e por ser extremamente exigente e com isso os pneus são uma grande preocupação da fabricante. Neste final de semana, os pneus C1, C2 e C3 foram os escolhidos para às 44 voltas do domingo, no entanto a goma é mais macia que a utilizada na temporada passada.

Spa tem mais de sete quilômetros e é a pista mais longa do calendário. A região que a pista fica localizada é conhecida pelo seu clima instável e por conta do circuito ser extremamente intenso, algumas vezes a chuva chega em áreas isoladas, dificultando a estrategia para a escolha do composto ideal. Ainda assim, ela é muito querida pelos pilotos, por conta do desafio que ela proporciona.

lll Dança das Cadeiras

Próximo do início das atividades em pista, a Mercedes anunciou a permanência de Valtteri Bottas na Mercedes, com o contrato renovado para mais uma temporada na Fórmula 1. Logo depois a Renault confirmou Esteban Ocon no lugar de Nico Hulkenberg, o francês é parte da dupla formada para 2020.

lll Corrida de 2018

Sebastian Vettel voltou das férias vencendo o GP da Bélgica, o alemão realizou a ultrapassagem na primeira volta, antes do Safety Car entrar na pista e com isso passou a realizar uma prova tranquila na ponta. A dianteira foi mantida até mesmo no momento em que os pilotos utilizavam as suas paradas nos boxes.

Lewis Hamilton tentou dar o pulo do gato, quando o carro de segurança deixou a pista, mas o alemão foi esperto e com o ritmo forte não deixou espaço para o adversário recuperar a posição.

Max Verstappen fechou no terceiro lugar e não ameaçou Hamilton, aliás ele ainda deu espaço para o que o inglês retomasse a posição, pois o piloto da Red Bull sabia que o seu carro não era o suficiente para barrar o piloto da Mercedes.

O holandês largou da sétima posição e foi escalando o grid até chegar em terceiro. Ele também foi beneficiado com os problemas que Raikkonen enfrentou ainda no primeiro giro, após Daniel Ricciardo, acertar ele.
Logo após a dobradinha da Racing Point Force India, mais uma dobradinha ocorreu no grid, desta vez com os pilotos que defendem a Haas. Grosjean ficou com a sétima posição enquanto Magnussen era o oitavo. O que se pode dizer sobre a equipe é que nos treinos livres eles não mostraram muita coisa, mas na classificação ganharam espaço e souberam administrar muito bem a corrida.

Para fechar o grid, Gasly pela Toro Rosso era o nono com Ericsson em décimo depois de protagonizar uma disputa na pista com Hartley.

lll A batida da primeira volta

A pancada ocorreu na primeira volta, envolvendo carros demais em um grid já limitado por 20 carros. Hulkenberg perdeu o ponto de freada e acertou o carro de Alonso em cheio, arremessando o piloto para cima de Charles Leclerc. O halo no carro do monegasco ficou bem danificado.

Ricciardo foi igualmente afetado pela batida, já que parte da asa dianteira de Alonso, danificou a asa traseira da sua Red Bull. O australiano ainda bateu em Raikkonen, furando o pneu traseiro direito do finlandês que acabou abandonando a prova já que o rendimento estava bem ruim.

A Red Bull ainda realizou as trocas necessária no carro de Ricciardo e mandou ele mais uma vez para a pista, mas o australiano estava a uma volta atrás e sem chances de escalar o grid. Na sua parada nos boxes a equipe optou por recolher o piloto que não teria nenhum ganho se mantendo na pista.

Neste episódio falamos do GP da Bélgica, um dos mais tradicionais GPs de Fórmula 1, querido por pilotos e pelo publico este GP mata a saudade porém dá o início a reta final do campeonato.

[powerpress_subscribe]

Mostrar mais

Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

Deixe uma resposta

Botão Voltar ao topo