Os pilotos do Mundial de Rali da FIA (WRC) têm expressado abertamente sua insatisfação com as novas diretrizes da Federação Internacional de Automobilismo. No mês passado, um competidor foi multado por usar um palavrão durante uma entrevista após o Rali da Suécia, o que gerou uma onda de protestos dentro da categoria.
O ato punitivo aplicado a Adrien Fourmaux uniu pilotos e copilotos, que passaram a demonstrar publicamente seu descontentamento com a postura da FIA. A reação coletiva reforça a insatisfação com a maneira como a entidade vem conduzindo a regulamentação e fiscalização dos campeonatos sob sua chancela.
Durante o Safari Rally Kenya, os competidores estão limitando os seus comentários nas entrevistas. Os pilotos se recusaram a comentar e optaram por falar em sua língua materna para explicar o motivo de agir dessa forma durante as entrevistas da etapa. O comportamento deve ser mantido até o final da disputa.
Fourmaux recebeu uma multa de € 10 mil foram cobrados, deixando € 20 mil suspensos pelo período de 12 meses, que só serão cobrados se o competidor repetir a atitude. O competidor foi o primeiro punido após a FIA apertar ainda mais as regras.
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Também foi emitida uma nota pelo World Rally Drivers Alliance (WORDA), semelhante à Associação de Pilotos de Grandes Prêmios (GPDA) da Fórmula 1.
“Todos concordamos em reduzir ao mínimo as grosserias ao microfone. Ao mesmo tempo, é necessário manter uma certa liberdade de expressão e manter as emoções vivas, enquanto os pilotos não precisam ter medo de sofrer qualquer tipo de punição”.
“Pedimos ao presidente da FIA algumas mudanças positivas nas regras para nos ajudar a atingir esse objetivo”.
“Pelas razões explicadas em nossa declaração, é impossível para nós garantirmos que nós (pilotos e co-pilotos) seremos capazes de seguir essas regras perfeita e sistematicamente.
“É por isso que nós – membros da WORDA – estamos agora tomando a decisão responsável de permanecer em silêncio no final das entrevistas ou de responder em nossa língua materna. No interesse do nosso esporte, essa ação é, infelizmente, necessária, e pedimos desculpas a todos os fãs de rali, embora saibamos que eles nos apoiam nisso”.
The World Rally Drivers Alliance also issued a statement directed at the FIA, to explain their actions ⤵️ pic.twitter.com/VtTJMxVxTO
— Autosport (@autosport) March 19, 2025
Embora a FIA não tenha respondido diretamente à declaração, o órgão regulamentador do esporte reconheceu que é essencial avaliar cada situação individualmente. Eles mantiveram uma postura rígida ao afirmar que “palavrões desnecessários” não devem ser tolerados no campeonato.
A entidade também abrirá um diálogo com os pilotos sobre o tema assim que o evento deste fim de semana seja concluído.
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Um porta-voz da FIA informou sobre a situação: “A FIA, assim como muitas outras entidades esportivas internacionais, mantém um código de conduta que define o que esperamos dos pilotos e de suas equipes”.
“Os pilotos são vistos como modelos pelos jovens fãs e são embaixadores do automobilismo em todo o mundo. O modo como os pilotos agem nos eventos é realmente importante”.
“O objetivo do código é promover o melhor em termos de espírito esportivo e respeito, o que inclui expectativas em relação à linguagem que possa ser considerada ofensiva ou inadequada pelo público”.
“As regras e as penalidades estão alinhadas com as adotadas por nossas organizações congêneres em campeonatos esportivos globais”.
“Reconhecemos que é fundamental avaliar as situações caso a caso, mas palavrões desnecessários não devem ser tolerados e pouco contribuem para a promoção e o crescimento do esporte junto a fãs, patrocinadores e parceiros”.
“De acordo com uma reunião semelhante realizada com os pilotos de Fórmula 1 em Melbourne no último fim de semana, Ronan Morgan, presidente do Comitê de Pilotos, juntamente com Petter Solberg, vice-presidente do Comitê, e Emilia Abel, diretora de esportes de estrada júnior, planejam discutir esse assunto e outros tópicos com os pilotos após o Safari Rally Kenya“.
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