O regulamento ainda não estreou, mas a discussão do retorno dos motores V10 acontece nos bastidores.
Anteriormente, o CEO e presidente da Fórmula 1, Stefano Domenicali, mencionou o retorno dos motores V10, por serem mais baratos e mais leves, além de fornecer um barulho mais agradável. A categoria também poderia desenvolver um carro menor e mais leve, algo que é inviável neste momento e tem se mostrado um ponto difícil de tratar com as equipes.
Quando os planos para o regulamento de 2026 foram apresentados, a categoria tinha como principal ideal reduzir (eliminar o uso do MGU-H), aumentar o desempenho da bateria, utilizar um combustível mais sustentável e de quebra, melhorar um pouco o som do motor.
Nesta quarta-feira, o jornal alemão Auto Motor und Sport publicou uma matéria falando sobre os rumos que os motores da Fórmula 1 podem tomar. O que aponta o texto é que o órgão regulamentador do esporte, criou um grupo de trabalho para estudar a utilização dos motores V10, fazendo a mudança do regulamento entre 2028 e 2030.
A Fórmula 1 sempre foi um campo para o desenvolvimento de novas tecnologias. As montadoras usam a plataforma das competições para estudar o mercado e aperfeiçoar o seu desenvolvimento. Quando a Europa investiu no desenvolvimento do carro elétrico e ambição de renovar a sua frota, várias montadoras se dirigiram para a Fórmula E.
No entanto, uma nova reviravolta acontece, pois o que fazer com tantos carros a combustão? Já foi provado que é possível fazer o uso de diferentes tipos de combustíveis renováveis e aumentar o tempo de vida desses equipamentos. É algo que a Fórmula 1 pode-se colocar à frente.
O que o Auto Motor und Sport traz, as regras atuais poderiam ser mantidas por mais uns dois anos e a categoria saltar dos motores híbridos, diretamente para os V10, impulsionados pelos combustíveis sustentáveis.
Outra possibilidade seria a introdução do novo regulamento, mas com uma duração de apenas três anos ao invés dos cinco esperados e aí introduzir os motores V10 na sequência.
No entanto, para que a mudança seja trabalhada, é necessário discutir sobre o cronograma e o formato na Comissão da Fórmula 1, incluindo a participação das equipes, fabricantes de unidades de potência e os acionistas envolvidos com a categoria.
A mudança não é simples, pois as fabricantes de motores que já estão na Fórmula 1, assim como aquelas que decidiram investir na categoria, colocaram tempo e dinheiro no desenvolvimento dos motores sob o novo regulamento. A Audi, que assumirá a Sauber em 2026, foi atraída pelas novas propostas da Fórmula 1 para 2026.
Todo esse burburinho também está atrelado a competitividade da categoria, a Fórmula 1 conseguiu encontrar um regulamento que aproximou as equipes e tem potencial para oferecer aos fãs campeonatos mais disputados. No entanto, com uma nova mudança no regulamento de motores, é possível que um time desponte criando uma era de domínio, difícil de alcançar pelos outros.
Em teoria, o novo regulamento era justamente para promover a chegada de novas fornecedoras de motores, mas ao trabalhar com as novas regras, a tecnologia tem se mostrado desafiadora.
Aparentemente, aqueles que tem se mostrado mais favoráveis aos V10, são os fabricantes que estão enfrentando mais problemas para o desenvolvimento dos novos motores.
Na matéria do jornal alemão, também é comentado que se a F1 lidar com uma debandada de fabricantes de motores da categoria, repetindo o que aconteceu entre meados de 2008 e 2009, outros fornecedores de motores V10 poderiam fabricar um motor competitivo e não deixar os times desamparados.
Entretanto, qualquer decisão precisa ser tomada rapidamente. Uma mudança de regulamento tão drástica exige tempo para desenvolvimento e planejamento por parte das equipes e fabricantes. Se a Fórmula 1 optar por um caminho alternativo, precisa definir isso antes do final de 2025, para que a adaptação ocorra de forma organizada.
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