Em 5 de dezembro de 2011, o britânico Peter Kenneth Gethin não conseguiu vencer a batalha contra um tumor no seu cérebro. A vida do piloto inglês foi dedicada ao mundo da velocidade, com passagem pela Fórmula 1 na década de 1970, além de trabalhar como chefe de equipe da Toleman nos anos 1980 e ter uma escola de pilotagem em Goodwood.
A carreira de Gethin na F1 não foi exatamente cheia de conquistas. Um sexto lugar em 1970 pela McLaren e outro pela BRM em 1972 foram obtidos pelos anos em que competiu na categoria. No entanto, a sua passagem ficou marcada por uma das corridas mais memoráveis de todos os tempos. E seu momento de apoteose se deu por um triz, mais precisamente um centésimo de segundo.
O GP da Itália de 1971 foi realizado no clássico Autódromo de Monza, numa pista de velocidades extremas. Aliás este foi o último ano em que o circuito italiano recebeu uma prova com a configuração sem chicanes. Ao fim da prova, o vencedor teve uma média de velocidade da 242.615 km/h. A marca só foi batida em 2003, com carros bem mais evoluídos.
Naquela ocasião, a liderança esteve o tempo todo em disputa, com muitos pilotos envolvidos. O pole-position, Chris Amon, caiu para o meio do pelotão, mas se recuperou no decorrer da prova, mas devido à falta de viseiras do seu capacete, teve de tirar o pé no fim. O ritmo intenso da corrida tirou vários postulantes à vitória por problemas mecânicos, como o já campeão daquele ano, Jackie Stewart, e a dupla da Ferrari, Jacky Ickx e Clay Regazzoni.
Assim, o final ficou entre a Tyrrell de François Cevert, a March de Ronnie Peterson, a Surtees de Mike Hailwood e dois carros da BRM, o neozelandês Howden Ganley e Gethin. Aliás o britânico estava em sua segunda corrida pela tradicional escuderia inglesa, após ter saído da McLaren.
E Gethin era o cara que parecia ser o intruso na briga real pela vitória entre Cevert e Peterson, já que Ganley e Hailwood estavam na espreita e não conseguiam se aproximar. Na reta que antecede à Parabólica, Peter, que era o terceiro viu a brecha entre a Tyrrell e a March e se colocou à frente. O sueco ainda tentou a última investida, mas o dia era do britânico.
Por apenas 10 milésimos de segundo (a menor diferença entre dois primeiros colocados na história da F1) e apenas seis décimos do primeiro ao quinto, Peter Gethin escreveu seu nome na galeria dos vencedores de grandes prêmios de Fórmula 1.
Aquela foi o único triunfo do britânico na F1, mas veio numa das corridas mais rápidas, disputadas e emocionantes da história do esporte a motor. E assim Peter Gethin está eternizado no universo do automobilismo mundial.
Fonte: Stats F1, Contos da F1 e Rodrigo Mattar