Nascido em Kufstein na Áustria há 49 anos, Karl Wendlinger iniciou sua saga no automobilismo aos 14 anos no kart. Aos 18 conquistou o título da Formula Ford austríaca. Daí partiu para a F3 alemã onde conquistou o título em 1989. A conquista abriu as portas da Mercedes para a jovem promessa austríaca. Os prateados preparavam sua volta as pistas, retorno que seria iniciado com a parceria com a equipe suíça Sauber no Mundial de Marcas.
A Mercedes apostava em 3 pilotos jovens: Karl Wendlinger, Heinz Harald Frentzen e Michael Schumacher em seu retorno as pistas. Wendlinger teve sua chance de estrear na F1 ao substituir Ivan Capelli na Leyton House nos GPs do Japão e Austrália de 1991. Não foi um debut dos mais promissores, em Suzuka partiu da 22° posição, mas não completou sequer a primeira volta pois envolveu-se em acidente com Andrea de Cesaris, JJ Lehto e Emanuelle Pirro. A etapa seguinte em Adelaide foi interrompida pelas fortes chuvas, o austríaco estava na 20° posição. Mesmo com resultados modestos Karl foi mantido na equipe para 1992.
O time voltou a chamar-se March, sem patrocínios fez uma sua última temporada naquele 1992. O ponto alto daquele ano foi a 4° colocação em Montreal com o combalido carro da March, o austríaco fechou o campeonato a frente dos experientes Ivan Capelli, Thierry Boutsen, Johnny Herbert e Stefano Modena. As expectativas para 1993 eram ótimas, pois a Sauber iniciaria sua jornada na F1 com o apoio da Mercedes e Karl Wendlinger seria um dos pilotos do novo time.
A equipe suíça iniciou muito bem sua jornada na F1, com Karl Wendlinger e JJ Lehto, pontuando logo na estréia em Kyalami com a 5° posição do finlandês. Mais uma vez Montreal marcou um bom momento para Wendlinger, a 6° colocação rendeu o primeiro ponto do piloto na nova equipe. Voltou a pontuar com o 6° lugar na Hungria, conquistou o melhor resultado da Sauber em uma temporada de estreia com a 4° posição em Monza. Com o 5° lugar em Portugal fechou o ano na 12° posição com 7 pontos, 2 a mais que seu companheiro de Sauber. Nada mal para uma equipe estreante.
As expectativas eram boas para 1994, a Mercedes intensificara seu apoio a Sauber, colocando outro protegido da marca no carro número 30, Heinz Harald Frentzen. A drástica mudança no regulamento que bania ajudas eletrônicas nos carros prometia embaralhar ainda mais a equação de forças e sendo um dos melhores times médios, os suíços podiam sonhar com voôs mais altos para aquele ano. Um 6° lugar em Interlagos e um 4° na fatídica prova de imola encheram a Sauber de esperança. Mas tudo mudou na etapa seguinte em Mônaco; restando poucos minutos para o final do primeiro treino livre na manhã de quinta Wendlinger perdeu o controle na saída do túnel, o carro 29 veio se arrastando em alta velocidade batendo com a lateral direita na quina do muro da nova chicane. O austríaco bateu com o capacete no guard rail entrando em coma imediatamente. Apenas 15 dias após toda a tragédia de Imola a F1 se deparava com mais um acidente grave. Karl ficou em coma vários meses e nem os médicos conseguiam precisar quais sequelas ele teria quando acordasse. Milagrosamente Karl Wendlinger saiu do coma sem sequelas tanto para sua vida pessoal quanto para sua vida profissional.
O piloto surpreendeu a todos ao aparecer no paddock em Monza e já anunciando que pretendia voltar nas provas finais daquele 1994. Mas a Sauber preferiu repatriar JJ Letho demitido da Benetton para fazer as provas finais com o carro de Wendlinger que até ali havia sido substituído por Andrea de Cesaris. O tão esperado retorno a pista ocorreu em 1995, disputou as 4 etapas iniciais, mas os resultados foram pífios e a Sauber o substituiu por Jean Christophe Boullion, retornou nas etapas finais no Japão e Austrália, mas sua velocidade nunca mais foi a mesma após o acidente. Terminava então uma promissora carreira na F1.
O ciclo na F1 havia se encerrado, mas Karl continuou a sentir a adrenalina da velocidade no FIA GT e também no DTM. O ponto alto desta nova fase em sua carreira foi o título no FIA GT pilotando um Dodge Viper da equipe Oreca em parceria com Olivier Beretta.