Depois do Dakar, na Arábia Saudita, brasileiro encara o Rally Baja Rússia, na gelada região de Leningrado
Depois de conquistar o tricampeonato da Copa do Mundo de Rally Cross Country ao vencer em outubro a etapa do Marrocos, disputada predominantemente no Deserto do Saara, o brasileiro Reinaldo Varela inicia a campanha pelo tetracampeonato nesta quinta-feira (06/02), na gelada região de Leningrado, Rússia, onde são esperadas temperaturas mínimas perto de -10oC. A prova abre a temporada 2020 do torneio com o roteiro marcado pela presença da neve – um desafio especial para os pilotos de rally. Varela estará a bordo de um carro da categoria T3 preparado pela equipe G-Force. E, apesar das condições adversas, está bastante confiante.
“Um detalhe curioso aqui é que, devido ao que eles consideram um “inverno ameno”, os organizadores mudaram o percurso da prova para que não faltasse neve em nenhum dia. Do meu ponto de vista, isso só torna as coisas mais divertidas”, brinca Varela, que nesta corrida contará com a navegação do também brasileiro Youssef Haddad, que tem no currículo várias conquistas no esporte, incluindo o Rally dos Sertões. Gustavo Gugelmin, tradicional parceiro de Varela, estará excepcionalmente ausente por motivos pessoais.
Vento do Ártico – Disputada desde 2003 como abertura do campeonato, esta prova tradicionalmente é realizada sobre piso de gelo e neve e apresenta um trajeto compacto, de aproximadamente 500 km de especiais, percorridos em quatro dias. “A informação aqui é que o vento do Ártico pode soprar a qualquer momento, como é comum na região, e fazer a temperatura despencar para -30oC. Pessoalmente, eu espero que isso não aconteça! Mas os organizadores nos tranquilizaram dizendo que essa virada no clima não está prevista. Então, ficaremos satisfeitos com -10oC mesmo”, brinca o piloto brasileiro.
Varela chega ao inverno russo depois de disputar o Rally Dakar no começo de janeiro, ao lado de Gustavo Gugelmin, mantendo para a dupla o cacife de ter apresentado o melhor desempenho entre os participantes da categoria UTV nos últimos três anos, com uma vitória, um terceiro e um nono lugares. “Disputar o Mundial é uma outra “pegada”. Começamos aqui no gelo, mas nas próximas etapas vamos ainda passar pelo Saara, por montanhas e outros tipos de piso. É bem variado e a cada prova o desafio é único. Mas encaramos um dia de cada vez. Aqui, na neve, o carro anda de lado o tempo todo e qualquer descuido pode te tirar da corrida. Acidentes são rotina e fazem parte do jogo. Mas nós estamos bem preparados e vamos pra cima”, completa o brasileiro.