Em um ano totalmente dominado pela Williams, a decisão do campeonato teria que acontecer em uma GP incomum. A equipe de Grove não teve adversários em 1992 com Nigel Mansell e Riccardo Patrese passeando nas pistas pelo mundo afora. O fantástico FW14B contava com motor Renault V10, freios ABS, controle de tração e a grande vedete que era a suspensão ativa. Nunca antes na história da F1 moderna um campeonato poderia se decidir com tamanha antecedência.
O GP da Hungria era a 11º etapa daquele campeonato, e a Williams havia vencido 8 provas até ali, todas com Nigel Mansell. Hungaroring seria o primeiro “match point” para Mansell, que havia que das 10 provas anteriores havia vencido 8, chegado em segundo uma vez e abandonado a outra, contava com 86 pontos contra 40 de Patrese, para conquistar o tão sonhando título já em Hungaroring Nigel precisava marcar 4 pontos a mais que seu companheiro de equipe. Na classificação Patrese parecia disposto a jogar água no chopp do britânico, o italiano cravou a pole, a última de sua carreira, seguido por Mansell, Senna (McLaren), Schumacher (Benetton), Berger (McLaren) e Brundle (Benetton). O grande fiasco ficou por conta da Ferrari que disputava seu GP número 500 na F1, Jean Alesi e Ivan Capelli marcaram o 9º e o 10º tempos na classificação, conseguindo a proeza de ficarem atrás da Footwork de Michele Alboreto e da Ligier de Thierry Boutsen.
O início da prova parecia confirmar que não seria em Hugaroring que Mansell seria campeão. Patrese manteve a ponta enquanto que Mansell foi superado por Senna e Berger. Rapidamente o Leão superou Gerhard e passou a caçar Ayrton Senna pelo sinuoso traçado húngaro. Nigel tentou algumas vezes superar Senna, mas a McLaren contava com um ótimo acerto para aquela pista e no durante 61 voltas Mansell teve que seguir o brasileiro. Patrese liderava tranquilo e parecia rumar para o que seria finalmente sua primeira vitória em 1992. Mas o italiano conseguiu complicar o que estava fácil, rodando no início da volta 39, foi obrigado a ir aos boxes e retornou na 7ª posição. Com Patrese fora dos pontos Mansell precisava apenas estar no podium para fechar o campeonato.
A prova seguiu sem maiores emoções até a volta 61, quando a Williams chama Mansell aos boxes para a troca de pneus. Com esta parada o Leão caiu para o 6º lugar. Parecia que o sonho do título teria que ser adiado, porém a partir daí o GP magiar ganhou muito em emoção, com Mansell lutando desesperadamente para chegar ao podium. Duas voltas mais tarde o aerofólio traseiro da Benetton de Michael Schumacher se solta em plena reta, o alemão consegue escapar ileso de um acidente que poderia ser bem mais grave. Mansell sobe para 5. Com uma garra incrível Nigel precisou de três voltas para suplantar a Lotus de Mika Hakkinen e a Benetton de Martin Brundle. De volta ao podium o título estava garantido, mas Mansell ainda superou a McLaren de Berger chegando ao segundo posto muito atrás de Senna que já havia trocado os pneus.
Após 1 hora e 46 minutos sob o fortíssimo calor de Bud16 de Agosto de 1992 – Nigel Mansell finalmente campeão, Nigel Mansell recebia a bandeira quadriculada pelo segundo lugar, e aos 39 anos sagrava-se finalmente campeão da F1, título que havia escapado em 1986, 1987 e 1991. Era a primeira conquista britânica desde James Hunt em 1976. Um título merecido para um piloto que sempre foi muito veloz e aguerrido, meio tresloucado com alguns erros bobos é verdade, mas sem dúvidas um nome que merecia figurar na galeria dos campeões da F1.