Antes de falar um pouco sobre o Grande Prêmio da Malásia de 2006, acho que é interessante lembrar que ano passado eu escrevi vários textos sobre a temporada de 2005 até chegarmos a primeira conquista de título de Fernando Alonso com a Renault, no entanto a temporada de textos dos 365 não começou exatamente no início de 2017 então o começo daquela temporada acabou ”esquecido” e neste ano é muito legal ver Eduardo Casola Filho dando a ”introdução a está temporada. Agora redigindo este texto vejo que estou fazendo o mesmo com Fernando Campos e que logo a minha narração de temporada vai se encontrar com a dele.
Eu não tinha ideia no começo o quanto esse projeto era incrível.
As surpresas na qualificação daquela corrida ficaram por conta de Nico Rosberg e Mark Webber da Williams que ocupavam a terceira e a quarta posição. Os pilotos da Ferrari se viram com um baita problema já que tiveram que realizar a troca dos motores em Sepang e por conta disso, devido a punição com perda de posições os dois tiveram que largar da última fileira do grid, tendo que se apoiar para a corrida na estratégia de apenas uma parada nos boxes.
Já a Renault dominava na frente com Giancarlo Fisichella e Fernando Alonso. O italiano da Renault dominou a prova com tranquilidade, logo após executar uma boa largada e o espanhol mesmo na segunda posição seguia na luta pela conquista do segundo campeonato. Fato histórico é que desde 1982 a equipe francesa não conseguia colocar a sua dupla de pilotos nas duas primeiras colocações do pódio juntas a última vez foi com René Arnoux e Alain Prost.
Para Fernando Alonso que largou da sétima posição, fez uma manobra mirabolante de videogame para conseguir ultrapassar a maior quantidade de adversários e saltar para a terceira posição e foi parar em segundo quando Janson Button realizou a sua parada nos boxes.
lll Sobre ordens de equipe…
Em 2002 no famoso dia conhecido como ”Hoje não, hoje não… hoje sim”, ou como GP da Áustria, em que a Ferrari ficou discutindo com o Rubens Barrichello pelo rádio para que ele cedesse a posição para Michael Schumacher, que vinha fazendo um bom campeonato com quatro vitórias em cinco corridas, o brasileiro entregou o primeiro lugar na última volta chegando na linha chegada. Depois disso a FIA acabou proibindo que as equipes fizessem esse tipo de jogo pelo rádio com os pilotos.
Mais tarde em 2006 os telespectadores que assistiam ao GP da Malásia ficaram esperando que a Ferrari desse algum tipo de ordem de equipe em Felipe Massa, já que o alemão e o brasileiro ficaram boa parte da prova separado por apenas um segundo. Ao final da corrida Schumacher ainda elogiou o companheiro e disse que Massa estava realmente mais veloz e que não havia espaço para que ele realizasse a ultrapassagem, mas no final das contas ainda não havia sido reestabelecido esse tipo de ato de ordem explicitas nos rádios.
Os eventos sobre o que podia ser tratado no rádio e sua utilização na Fórmula 1 sempre foram muito questionados, em 2008 Luca di Montezemolo, comentou a sua intenção de se comunicar com a FIA para que está regra pudesse ser ao menos mais afrouxada, pois as equipes passavam algumas instruções elas apenas ficavam camufladas ou debaixo dos panos.
Já em 2010 novamente na Ferrari mais desta vez com Felipe Massa e Fernando Alonso o brasileiro escutou no seu rádio ”Fernando is faster than you” (Fernando é mais rápido que você), sugerindo ao brasileiro que ele desse passagem ao espanhol.
Escrevendo este texto hoje e o fato do rádio e da ordem que não ocorreram em 2006, acabam me fazendo lembrar de alguma forma o ocorrido do GP de Cingapura de 2015 quando a Toro Rosso pediu para Max Verstappen desse passagem para Carlos Sainz Jr e logo depois essa atitude do holandês foi vangloriada.
Fico pensando nas lágrimas e no constrangimento que poderia ter sido evitado em 2002 com Barrichello; da tensão que os telespectadores viveram e que Felipe Massa deve ter vivido em 2006 mesmo sendo apenas um começo de campeonato e depois em 2010 tendo que vivenciar realmente o jogo de equipe.
A tensão em 2006 sobre está corrida veio devido a derrota da Ferrari na temporada de 2005 e a ocupação no terceiro lugar no campeonato de construtores. No começo de 2006 a Ferrari começava com esperanças renovadas e de fato com chances de disputar aquele campeonato, pois isso qualquer conquista de pontos era importante, no entanto era de conhecimento quem era o primeiro piloto da equipe.
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