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Chuva não muda o rumo do GP de Miami e prova é dominada pela McLaren

A estratégia de apenas uma parada prevaleceu como a escolha principal para a prova do domingo

O fim de semana em Miami foi dividido em duas partes, por conta do evento Sprint. As duas corridas contaram com vitórias dos pilotos da McLaren, a Sprint por Lando Norris e a corrida principal por Oscar Piastri.

Antes de tudo, para esse evento a Pirelli optou por fazer uma mudança na gama de pneus do evento, anteriormente o fornecimento se baseava na gama intermediária, mas para a corrida de 2025, optaram pela gama mais macia. A mudança, consistia na tentativa de buscar uma corrida mais movimentada, com a possibilidade de as equipes trabalharem com duas paradas.

No entanto, as atividades que antecederam a corrida principal, deram margem para que novamente as equipes apostassem na estratégia de apenas uma parada.

Sprint

A corrida Sprint (100 km) consiste em uma prova realizada sem a necessidade de acontecer uma parada. Porém, antes do início da corrida, a pista de Miami foi atingida pela chuva, obrigando que os times a instalar os pneus para a pista molhada.

A largada não aconteceu no momento esperado e a prova foi encaminhada para a bandeira vermelha. Quase meia hora depois do começo da interrupção, a direção de prova encontrou uma janela mais favorável para a disputa da prova.

Como os carros estavam nos boxes, aguardando o momento da liberação da pista, as equipes conseguiram checar os pneus e optaram por manter os carros com os compostos intermediários. Foi a oportunidade perfeita para a Williams se livrar dos pneus de chuva extrema no carro de Carlos Sainz e deixar o piloto nas mesmas condições dos adversários.

O início da prova foi bem movimentado, com os pilotos buscando as ultrapassagens depois do período de neutralização inicial. Mesmo sem o DRS liberado em um primeiro momento, os pilotos foram se arriscando, para aproveitar a proximidade do grid, que não conseguia abrir grandes distâncias de um carro para o outro.

Sábado sprint em Miami – Foto: reprodução Pirelli

Conforme a pista foi secando, lá para a 11ª volta, as equipes começaram a movimentar os boxes, para substituir os pneus de chuva pelos de pista seca. Como não era a aposta de um ou outro competidor, todos os competidores passaram pela transição. No entanto, Fernando Alonso perdeu o controle do carro e bateu, provocando a entrada do Safety Car.

Foi neste momento que Norris se deu bem, e se consagrou como líder da prova. O piloto britânico só estava na ponta, pois a McLaren deu preferência para realizar primeiramente a troca de pneus de Oscar Piastri – por ele ser o líder “real” da prova. Mas com a neutralização da corrida, Norris fez a troca de pneus sem perder tempo e conseguiu retornar para a pista, logo atrás do Safety Car, superando o seu companheiro de equipe com a ação nos boxes.

O ritmo normal da corrida não pode ser reestabelecido, pois restavam apenas três voltas para o final, quando Alonso bateu. Os pilotos precisaram terminar a Sprint atrás do Safety Car.

A corrida foi marca por uma série de incidentes, por conta da ação frenética nos boxes; Max Verstappen, por exemplo, caiu para a última posição, por conta de uma penalidade de 10 segundos, por acertar Andrea Kimi Antonelli – prejudicando a prova do italiano, que não conseguiu fazer a troca de pneus no momento programado.

Ainda vale dizer que Antonelli não conseguiu colher bons frutos depois de começar a corrida da pole. O competidor foi rapidamente engolido por adversários mais experientes.

Outra pauta sobre a Sprint, a Ferrari acertou a estratégia com Lewis Hamilton, possibilitando que o britânico estivesse no pódio. No entanto, depois ficou claro que a equipe apenas acertou o momento de chamá-lo para os boxes, mas a escolha de pneus foi totalmente de Hamilton, que optou pelos pneus macios, para ter mais aderência.

Corrida Principal

O cenário apontava que a chuva faria parte da corrida principal, mas não foi algo que de fato aconteceu. Ela desabou cerca de três horas antes da largada, mas foi tempo suficiente para a pista secar até a largada, viabilizando o uso dos pneus de pista seca e, não, os intermediários como era o esperado.

Mesmo com o emborrachamento da pista prejudicado depois da chuva, as equipes permaneceram na estratégia de apenas uma parada.

Se a corrida tivesse começado com pista molhada, novamente teria aquele momento de tensão para a troca dos compostos, semelhante ao que aconteceu na Sprint. Além disso, a expectativa que choveria ao longo da corrida, não se concluiu.

Na largada, treze competidores optaram pelos pneus médios, enquanto o restante foi com os pneus duros – apostando em permanecer mais tempo na pista e alongar o tempo em pista com aquele composto. A chuva poderia mudar a dinâmica da corrida, mas ela não foi capaz de ajudar os pilotos que estavam com os pneus de faixa branca – para fazer uma troca mais vantajosa, principalmente se o Safety Car real pintasse na pista.

As paradas começaram a acontecer na volta 19, para os pilotos que largaram com os pneus médios, mas as trocas só foram se intensificar a partir do giro 26, quando os ponteiros pararam. Apenas Nico Hülkenberg e Lance Stroll fizeram 36 voltas com os pneus duros, mas em estratégias diferentes, pois o alemão largou com os pneus duros e o canadense usou esse tipo de composto para encerrar a prova.

Duração dos pneus na corrida principal em Miami – Foto: Reprodução Pirelli

Max Verstappen até começou a corrida ocupando a posição de honra, mas foi alcançado primeiramente por Oscar Piastri e, depois, por Lando Norris. O neerlandês ainda foi superado por George Russell depois das trocas de pneus, pois o britânico parou junto com os pilotos da McLaren em um momento de Virtual Safety Car.

Os pneus macios não foram usados, então a competição foi baseada nos pneus médios e duros, para cumprir a regra de utilização de dois compostos diferentes na corrida.

A Ferrari não conseguiu se entender como no sábado, o primeiro trecho da corrida de Charles Leclerc e de Lewis Hamilton não teve muita evolução. No entanto, antes da largada optaram por dividir as estratégias entre os dois competidores, pois Hamilton estava largando fora do Top-10.

Estratégias trabalhadas ao longo do GP de Miami – Foto: reprodução Pirelli

A equipe italiana protagonizou uma das cenas birras do fim de semana, pois depois da troca de pneus os pilotos se encontraram em pista. Hamilton ficou por cerca de oito voltas atrás de Charles Leclerc e algumas delas perdendo tempo atrás o monegasco e consumindo os compostos, depois de instalar compostos médios para encerrar a corrida.

Hamilton solicitou a inversão de posições para o seu engenheiro, mas a Ferrari demorou um pouco para tomar a decisão, pois queria ter a certeza de que o piloto não estava apenas rápido por conta do DRS. A ideia era que Hamilton tivesse como perseguir Andrea Kimi Antonelli e buscar o sexto lugar, mas fizeram o competidor degradar os compostos, sem confiar neles mesmos – quando traçaram uma estratégia diferente para os seus pilotos.

Hamilton ficou da volta 38 até o giro 51 tentando buscar essa aproximação e ultrapassagem, para no fim a Ferrari solicitar novamente a inversão de posição entre os companheiros de equipe – enquanto Carlos Sainz estava logo atrás assistindo essas inversões que aconteciam no time rival.

Ao final da prova, Sainz quase ultrapassou Hamilton, brigando com o britânico até a linha de chegada.

Essa temporada tem sido mais difícil para corridas com duas paradas, pois os pneus estão apresentando uma boa duração, mesmo com alguns problemas de superaquecimento – em alguns carros.

“Foi uma corrida muito tranquila em termos de pneus. A partir dos poucos dados coletados durante o fim de semana, ficou claro que, apesar de usar um trio de compostos um pouco mais macios do que os do ano passado para criar mais opções estratégicas, provavelmente ainda seria uma corrida de uma única parada, e assim foi. Houve degradação muito limitada no C3 e no C4; na verdade, neste último, foi ainda menor do que o esperado. Isso explica por que os pilotos que largaram com o composto médio conseguiram estender seu primeiro turno até a metade da corrida ou até mais, especialmente porque o Safety Car Virtual facilitou a troca para o composto Duro pelos líderes”, comentou Mario Isola diretor de automobilismo da Pirelli.

“A baixa degradação dos pneus também contribuiu para as muitas disputas, especialmente no início, quando os pilotos podiam forçar o quanto quisessem. Foi um cenário diferente do que testemunhamos em Suzuka, por exemplo, há um mês. As características da pista aqui são muito diferentes, com possibilidades de ultrapassagem, e isso também demonstra como é difícil ter tudo pronto para produzir o grande espetáculo que os fãs merecem ver.”

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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