RBS – Ricardo Bunnyman Soares: Qual é o maior espetáculo da terra?
CEV – Carlos Eduardo Valesi: A Copa OsKarteiro 2019. Pronto, até semana que vem, galera!!!
lll RBS: Muitos dirão que é o Carnaval que se passou há poucos dias, mas essa turnê já foi considerada o maior espetáculo da Terra.
lll CEV: Ah, tem mais texto, é? Achei que era só responder àquela pergunta. Já fui a um show do U2 em Sampa, em 1999. Apesar de não ser minha banda preferida, foi bem divertido.
lll RBS: Mesmo os Blues Brothers aqui gostando, na essência, de rock, o Carnaval é sim um grande espetáculo assim como a cultura do samba que nunca perdeu sua força em décadas de existência.
lll CEV: Carnaval tá na medida certa. Na quarta-feira eu já não aguento mais ouvir marchinhas e batuque. Prá desintoxicar aos poucos, eu sempre sugiro essa daqui:
lll RBS: E será que o Carnaval é mais difícil de organizar do que um evento automobilístico de alto nível?
lll RBS: Para quem já foi em uma corrida em autódromo e analisa seu entorno, fica visível o esforço logístico, financeiro e estratégico para colocar os astros do evento na pista (carros e pilotos).
lll CEV: Tio Bernie Ecclestone já dizia: “Faço uma Copa do Mundo a cada duas semanas”. Em termos de quantidade de espectadores talvez a declaração seja um pouco exagerada, mas quando se olha a organização necessária não dá pra discordar muito.
lll RBS: Os equipamentos são um desafio à parte. Muitas vezes, há a problemática da importação quando se fala de eventos internacionais. O grande exemplo disso é, claro, a Fórmula 1. Enquanto estão rodando pela Europa, essa logística é muito mais fácil pois trafegam por rodovias em pouco tempo entre os países da União Europeia, Mas quando saem para as Américas, Oceania e Países do Oriente, já é necessário um esforço bem maior.
lll RBS: Como comparação, no Carnaval o esforço das Escolas de Samba está na construção das roupas, enredo, etc. Isso dura um ano inteiro para uma apresentação que gira em torno de uma hora.
lll RBS: Nos anos 90, os grandes eventos musicais se tornaram cada vez mais constantes encabeçados por festivais (e alguns citamos aqui BP BEATS 12 | Festivais de Campeões) e também de dinossauros do rock como os ressurgidos Rolling Stones após uma passagem fraca pelos 80’s. Mas o importante é ter satisfação no Maraca.
lll RBS: Bandas do calibre de U2 e Rolling Stones têm equipamentos que dariam para colocar satélites em órbita. Como pudemos ver nos vídeos mais acima, há muito mais do que labaredas flamejantes.
lll CEV: Sem contar nos caras que transformaram os shows ao vivo em espetáculo, desde que começaram a fazer projeção de slides mutcho locos enquanto tocavam as melhores músicas já feitas, lá nos anos 70. Desde então a infraestrutura melhorou um monte.
lll RBS: Outros caras que capricham nas apresentações são os ingleses do Iron Maiden. É quase uma vergonha para um cabeça de gasolina dizer que a primeira vez que pisou no Santo Solo de Interlagos foi em um show e não em uma corrida. Estamos falando de talvez a maior banda de metal de todos os tempos, que inclusive tem seu próprio avião que inclusive é pilotado pelo vocalista Bruce Dickinson, que inclusive também já apareceu aqui no BP.
lll RBS: Naquele show, com uma fila que iniciava nos portões 7 ou 8 bem na frente do autódromo, contornava o autódromo e acabava para lá da entrada do Setor G já na frente das residências, teve uma organização complicada. Visto que os portões foram abertos tarde demais e no momento que se iniciaria o show, Bruce foi ao palco eu perdi paciência à galera pois não seria justo iniciar um show sem todos lá para bater cabeças.
lll RBS: Mesmo com a situação contornada, não foi possível levar toda a estrutura do Eddie (o mascote Mumm Ra metaleiro f0dão) pois não havia logística e estrutura disponíveis.
lll CEV: Meu show inesquecível foi aqui em Curitiba, numa pedreira desativada. Era 1996, e teve direito até à bola de demolição destruindo o cenário.
https://www.youtube.com/watch?v=b09819wLYTM
lll RBS: Quem teve oportunidade de assistir às 500 Milhas de Indianápolis ao vivo deve se sentir em um verdadeiro Carnaval abençoado pelo patriotismo dos gringos. Política à parte, os americanos sabem como fazer um evento esportivo. Às vezes as corridas ficam em segundo plano e em algumas edições ficam esmaecidas com tamanha festa realizada até o brado para que “Senhoras e Senhores do grid liguem seus motores”. Toda a festa regada a aviões caça cortando os céus de Indiana, o hino nacional e a emoção do público e claro, dos pilotos estarem no que é considerada uma das mais importantes corridas do esporte a motor.
lll RBS: O esporte a motor nos Estados Unidos é diferente da Europa. Veja a diferença entre uma corrida de Formula 1 em Mônaco com grandes figuras e suas bebidas caras em punho e uma corrida da Nascar onde os americanos montam seus trailers equipados com cozinhas e churrasqueiras com belas peças de carne regadas a cerveja. A logística e complexidade nem sempre está ligado ao prazer que o esforço proporciona. Se você tivesse que escolher entre os dois cenários, para onde iria, Valesi?
lll CEV: Posso roubar no jogo e pegar o melhor dos dois mundos? Que tal um churrasco com cerveja belga nos gramados de Spa-Francorchamps???
lll RBS: Enfim, Qual é o Maior Espetáculo da Terra? O Carnaval? Alguma das Grandes Corridas? As Olimpíadas? A Copa do Mundo de Poker?
lll CEV: Embora eu tenha ficado emocionado pela menção ao World Series of Poker (que também tem um bordão de início, o famoso Shuffle up and deal!) –
lll CEV: eu sei que esta é uma coluna sobre música e automobilismo. Então nada melhor do que dizer que o maior espetáculo deste pálido ponto azul é poder ver a Fórmula 1 na terra do Carnaval.