A Aston Martin apareceu em Barcelona com uma nova versão do AMR22, o carro foi atualizado, mas tem uma grande semelhança com o RB18 usado pela Red Bull. A FIA se posicionou com relação a ‘cópia’, informando que o novo design usado pelo time britânico está em conformidade com o regulamento.
Normalmente na Fórmula 1 a espionagem é muito comum, os fotógrafos que estão na pista acabam registrando imagem de outros carros que servem como margem de estudo. Eles acabam capitando detalhes e estão atentos, principalmente quando os carros estão andando um pouco mais devagar ou estão na área do pit-lane. Obviamente os carros que têm um melhor desempenho são os mais visados, mas isso não impede um time que está melhor no campeonato, copiar uma solução aerodinâmica que uma equipe menor encontrou.
Essa não é a primeira vez que o time de Silverstone rouba a atenção pela similaridade com outra equipe. Em 2020, quando a Aston Martin ainda era Racing Point, a equipe apareceu com um carro que era uma cópia do equipamento usado pela Mercedes. Na época aconteceu uma grande investigação e depois a o time foi punido pela cópia dos dutos de freio que a Mercedes usou em 2019.
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A FIA acabou endurecendo as regras naquela época para que nenhuma outra equipe aparecesse em pista com um carro igual ao da Mercedes, evitando que o grid tivesse dez exemplares de um mesmo carro. As regras tentam impedir a potencial transferência ilegal de propriedade intelectual, por meio da utilização da ‘engenharia reversa’, que consiste os times fotografarem as peças de uma outra equipe e reproduzirem elas no CAD.
Antes do início das atividades os times precisam apresentar os seus carros para a FIA, neste momento aproveitaram para verificar a legalidade das peças e analisar essas atualizações.
“Ficou visível que vários pontos da Aston Martin lembram os de outros competidores”, mas o time cumpriu com o regulamento ao longo do seu processo, tornando as atualizações legais. A FIA verificou os projetos no CAD, realizando uma análise detalhada sobre o processo de desenvolvimento adotado pela equipe onde “confirmou que não foram tomadas decisões proibidas e, portanto, a FIA considera que as atualizações aerodinâmicas da Aston Martin cumprem com o regulamento.”
No comunicado a FIA ainda disse: “O Artigo 17.3 define e proíbe a ‘engenharia reversa’ ou o processo digital de conversão de fotografias (ou outros tipos de dados) em modelos virtuais e proíbe transferência de propriedade intelectual entre equipes, mas, igualmente este artigo permite que designs de carros sejam influenciados pelos competidores, como sempre aconteceu na Fórmula 1.”
A Aston Martin realizou a aquisição de alguns funcionários, principalmente para as operações técnicas que podem contribuir para esse avanço do AMR22. Dan Fallows que era da Red Bull e atuava como chefe de aerodinâmica agora está na Aston Martin como diretor técnico, mas ele ocupou a função há apenas um mês. A Red Bull tem plena ciência que é impossível controlar o que eles levam em suas cabeças e podem produzir com as ferramentas certas, mas certamente essas atualizações da Aston Martin não brotaram em um mês.
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A grande dificuldade de fazer muitas modificações ao mesmo tempo, é que os times podem perder o controle dos problemas e até mesmo do desenvolvimento do projeto para o restante da temporada. Não basta a Aston Martin copiar a Red Bull se ela não conseguir solucionar os problemas. Em 2021 com a mudança do regulamento, a Mercedes conseguiu lidar de uma forma melhor com o regulamento que afetou o seu carro, enquanto a Aston Martin perdeu rendimento e precisou focar no projeto do carro desse ano.