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Alain Prost chega ao tetra

Dia 128 dos 365 dias dos mais importantes da história do automobilismo

Ao desembarcar em Portugal para a antepenúltima etapa do campeonato de 1993, o circo da Fórmula 1 vinha com a certeza de profundas mudanças para o próximo ano. A mais recente delas foi o anúncio da aposentadoria de Alain Prost ao final daquele ano, uma vez que o seu eterno rival Ayrton Senna assumiria o carro da Williams em 1994 e o francês não se acertou com a McLaren após testes com o novo motor Peugeot.

Já com o futuro definido, a preocupação do francês era de sacramentar o título de campeão mundial no Autódromo do Estoril. Para isso, Prost precisava manter uma vantagem superior a 20 pontos em relação ao seu companheiro de Williams, Damon Hill, e a Senna. Uma vitória simples ou um segundo lugar, à frente do inglês, por exemplo, resolvia a disputa.

Na classificação, a superioridade do FW15C falou mais alto mais uma vez, com os dois carros da Williams fechando a primeira fila, tendo Hill à frente de Prost. Na segunda fila, uma surpresa: o finlandês Mika Hakkinen, estreando pela McLaren em substituição ao norte-americano Michael Andretti, conseguiu o terceiro tempo, superando Senna. Jean Alesi, da Ferrari, e Michael Schumacher, da Benetton, completavam os seis primeiros naquele 26 de setembro de 1993.

A expectativa de domínio da Williams, no entanto, acabou não acontecendo. Logo na volta de apresentação, o motor de Hill morreu e o inglês teve que partir do final do pelotão. Na largada, Prost patinou e despencou para quarto. Alesi pulou magistralmente para a ponta seguido por Senna e Hakkinen. Era a primeira vez que a Ferrari liderava uma prova desde o GP da Bélgica de 1991 (era o ponto baixo dos tempos de vacas magras em Maranello)

Nas primeiras voltas, o francês segurou bem as investidas do brasileiro e dominou a primeira parte da prova. Para Senna, a corrida não durou muito, pois o motor Ford Cosworth explodiu na volta 20, acabando com as chances matemáticas do piloto da McLaren.

Após a sequência de paradas nos boxes, quem se deu bem foi Michael Schumacher, que superou todo mundo para assumir a ponta. Prost assumia o segundo posto. Hill conseguiu uma bela recuperação e saltou para terceiro, à frente de Alesi e Hakkinen, acabando com a alegria dos tifosi.

A sorte do finlandês também não durou muito, pois Hakkinen perdeu o controle de sua McLaren após sair da pista e bateu forte na reta dos boxes na volta 33.

Três voltas depois, Gerhard Berger deu um susto geral ao bater na saída dos boxes de forma estranha. Apesar das críticas em um primeiro momento, o acidente foi provocado por uma falha de programação no sistema de suspensão ativa da Ferrari.

Na frente, Schumacher conseguia controlar a ponta mesmo com a pressão de Prost. O maior perrengue foi quando foi atrapalhado pela Sauber de JJ Letho por quatro voltas, O finlandês achava que a Benetton que estava atrás era de Riccardo Patrese, que disputava a sétima posição. Como consequência, Letho foi punido com um stop and go de 10 segundos nos boxes.

Patrese ainda buscava pontuar naquela corrida e, sem a concorrência de Letho, foi atrás da Footwork de Derek Warwick. A disputa terminou na volta 63, com os dois veteranos se chocando e ficando pelo caminho. Desta forma, Martin Brundle, da Ligier, se juntou a Schumacher, Prost, Hill, Alesi e Karl Wendlinger (Sauber) como os pilotos que chegaram aos pontos.

Ao final das 71 voltas, Schumacher vencia pela segunda vez na carreira, mas a verdadeira festa era de Prost. Chegando exatamente à frente de Hill, matematicamente não havia mais ninguém para impedir o quarto título mundial de pilotos conquistado pelo francês. O piloto pegou a bandeira bleu, blanc, rouge e desfilou a empunhando no alto celebrando o tetracampeonato em terras portuguesas.

Alain Prost tornara-se, naquele momento, o segundo maior campeão da Fórmula 1, tendo uma conquista a menos do que Juan Manuel Fangio. Assim, o francês se consolidava de uma vez por todas (queiram ou não) como um dos melhores pilotos de todos os tempos.

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