Em uma corrida sem incidentes e com táticas de paradas bem variadas, Will Power fez uma aposta ousada e foi recompensado. O piloto da Penske optou por usar os pneus macios apenas na última janela de boxes e, mesmo com a queda de desempenho nas voltas finais, o australiano conseguiu segurar a vantagem e venceu o GP de Detroit, assumindo a liderança do campeonato da Fórmula Indy.
A corrida de despedida do traçado do Belle Isle Park (já que a etapa de Detroit em 2023 será em um traçado no centro desta cidade) ocorreu sem grandes acidentes e nem bandeiras amarelas. Assim, a definição da prova se deu pela tática do uso dos pneus durante as paradas nos boxes. Mesmo assim, a corrida teve um número bem variado nas ultrapassagens e disputa equilibrada até o fim.
Do grupo que largou nas primeiras posições, os pilotos optaram por fazer uma tática de duas paradas, largando de compostos macios, enquanto mais atrás alguns pilotos como Will Power, Scott Dixon e Alex Palou optaram por começar a prova com os pneus mais duros. Nas primeiras voltas, ficou evidente que quem tinha a borracha mais resistente levava grande vantagem, e conseguia ultrapassar com facilidade os rivais que já sofriam com o desgaste.
Então tivemos um terceiro grupo, liderado por Alexander Rossi: estes optaram por trocar três vezes, se livrando do pneu macio ainda antes de 10 voltas de uso. Quem se deu melhor foi justamente o piloto da Andretti, que conseguiu entrar no mesmo ritmo do grupo que largou de pneus duros.
Assim, Will Power conseguiu saltar de 16º para a liderança anda antes do primeiro pit, seguido por Dixon e Palou, enquanto o grupo formado por Josef Newgarden, Simon Pagenaud, Hélio Castroneves e Pato O’Ward despencava no grid antes da parada, mas estes confiavam que poderiam recuperar quando os rivais também tivessem de usar os macios.
Na segunda janela de paradas, a Chip Ganassi resolveu colocar os macios para Dixon e Palou para deixar os compostos duros no último stint. A tática não funcionou muito bem, pois a dupla perdeu contato com Power e foi superada por Rossi, saindo da briga pela vitória. Para o espanhol o prejuízo foi maior, pois acabou perdendo posições também para Newgarden e O’Ward.
Para o final, Power ficou com os pneus macios, enquanto Rossi teria os compostos duros. Nas primeiras voltas, o australiano conseguiu manter um ritmo competitivo e neutralizou a queda da diferença, que era de 18 segundos na hora da parada (a 20 voltas do fim) para 12 segundos até 8 giros da bandeira quadriculada.
Então, os pneus de Power se acabaram, e a diferença começou a cair de forma mais acentuada, mas o australiano conseguiu manter o ritmo rápido o suficiente para que o piloto da Andretti não chegasse a tempo. A diferença na bandeirada final foi de apenas um segundo.
Esta foi a primeira vitória de Power na temporada, o que foi o suficiente para o australiano assumir a liderança do campeonato, com 255 pontos, três à frente de Marcus Ericsson. O vencedor das 500 Milhas de Indianápolis teve uma prova discreta e terminou em sétimo e agora é o segundo no campeonato, seguido por O’Ward (que terminou em quinto) e Palou, (sexto).
Hélio Castroneves estava na balada do grupo de Newgarden e tinha a chance de terminar entre os dez primeiros, mas um problema eletrônico o tirou da prova, freando a recuperação do brasileiro no campeonato.
A próxima etapa da Fórmula Indy será já na próxima semana, no circuito misto de Road America.
Classificação do GP de Detroit, confira aqui!
Classificação do campeonato:
1 – Will Power (AUS) – Penske/Chevrolet – 255
2 – Marcus Ericsson (SUE) – Chip Ganassi/Honda – 252
3 – Pato O’Ward (MEX) – McLaren SP/Chevrolet – 243
4 – Alex Palou (ESP) – Chip Ganassi/Honda – 241
5 – Josef Newgarden (EUA) – Penske/Chevrolet – 208
6 – Scott Dixon (NZL) – Chip Ganassi/Honda – 202
7 – Alexander Rossi (EUA) – Andretti/Honda – 181
8 – Simon Pagenaud (FRA) – Meyer Shank/Honda – 179
9 – Felix Rosenqvist (SUE) – McLaren SP/Chevrolet – 174
10 – Scott McLaughlin (NZL) – Penske/Chevrolet – 173
16 – Hélio Castroneves (BRA) – Meyer Shank/Honda – 128