O Grande Prêmio da Argentina realizado em 15 de janeiro de 1978, foi a prova que abriu a temporada daquele ano e merece alguns adendos antes de mencionar a corrida de fato. Como sabemos a Fórmula 1 é composta por uma sequência de fatores e as equipes acabam tendo que lidar a cada nova temporada com fantasmas do passado, mas tudo isso faz parte da competição e de sua organização. A equipe Lotus por exemplo não conseguiria apresentar o seu novo carro até o calendário europeu de fato começar, ou seja, a equipe precisou lidar por mais quatro corridas com o carro da temporada anterior, que mesmo concedendo quatro vitórias a Andretti, acabou deixando o piloto em 77 ~algumas~ vezes na mão. Ainda na Lotus, Ronnie Peterson chegava para fazer dupla com Andretti, contratado por Colin Chapman.
Aquele começo de temporada também quebrava o fim do monopólio da Goodyear na categoria com a chegada da Michelin com a Renault, no entanto a equipe francesa não participou da etapa sul-americana, já que a fabricante de pneus seria representada pela Ferrari.
A classificação para o Grande Prêmio argentino, contava com uma euforia enorme, em decorrência de Carlos Reutemann que era piloto da Ferrari e até os instantes finais se mantinha na liderança em busca da pole-position para a disputa que acontecia em casa, mas Andretti conseguiu se sair melhor e tomar a ponta e o argentino teve que se contentar com o segundo lugar, mas ainda ocupava a primeira fila.
Na largada os ponteiros mantiveram as suas posições, Andretti, seguido por Reutemann e Peterson e duas voltas depois o piloto da Lotus já havia conseguido três segundos de vantagem.
Na quarta volta era a vez de Lauda e partir para cima de Peterson e tentar a ultrapassagem, mas os dois eram surpreendidos por Watson que pouco depois de conquistar a terceira posição já iniciava a sua caça, buscando a posição de Reutemann.
Chegando na sétima volta a Ferrari do argentino começou a sofrer com o desgaste dos pneus Michelin, um problema praticamente normal dado a sua estreia e sua adaptação a competição. Com isso Carlos começou a perder rendimento e foi um alvo fácil para Watson e pouco depois para Lauda e Peterson.
Já Andretti seguia inabalável na ponta e não importava os esforços dos pilotos que estavam atrás dele, pois o piloto da Lotus já abria 14 segundos de vantagem na vigésima volta.
Cinco voltas depois Reutemann se encaminhava para os boxes e com isso acabou caindo para a décima quinta posição. A corrida teria alguns momentos de tranquilidade, o que alguns hoje em dia vem como oportunidade para esbravejar no Twitter o quanto a corrida está chata, portanto lá na volta 38 e ainda sem meios de comunicação que possibilitassem reclamações infundadas, Watson teria problemas de superaquecimento e abandonaria a prova três voltas depois.
Patrick Depailler foi um francês que acabou merecendo destaque pelo o seu bom ritmo na corrida e conquistando várias posições ainda no começo da prova. Graças ao seu bom desempenho o piloto ainda travou algumas disputas com Lauda, que fazia de tudo para se manter à frente do piloto da Tyrrel nas últimas voltas.
Andretti reduziu o seu ritmo para conservar os pneus e a hora da bandeira quadriculada se aproximava e desta vez seria sacudida por Juan Manuel Fangio, mas o pentacampeão cometeria uma gafe, sacudindo a bandeira uma volta antes e para o piloto que vinha na quinta posição Peterson também piloto da Lotus. Fangio acabou se confundindo já que a distância de Andretti para o seu companheiro de equipe estava beirando um minuto. A direção de prova acabou anulando a última volta para que nenhuma injustiça fosse cometida.
lll Ainda dentro das pistas…
Júlio Campos nascido em Curitiba em 1982, hoje é piloto da Stock Car e compete pela equipe Prati Donaduzzi. Sua carreira, assim como vários outros meninos que sonham em construir carreira no automobilismo, teve início ainda no kart.
Sua história se mistura com a do irmão Marco Campos que foi uma grande inspiração para Júlio continuar seguindo nas pistas mesmo após o falecimento do irmão na Europa, na última corrida da temporada da F3 em Magny-Cours, na França, depois de um toque com Thomas Biagi em uma tentativa de ultrapassagem, que acabou fazendo o curitibano a bater em uma barreira de concreto e mesmo sendo socorrido, acabou não resistindo aos ferimentos.
Enquanto Marco competia já fora do Brasil, Júlio se mantinha vencendo corridas e campeonatos em terras canarinhas, representando patrocinadores importantes e construindo a sua carreira. Júlio via Marco como o número um, mesmo acompanhando a carreira de outros pilotos que se encaminhavam para categorias como a Fórmula 1 e Indy e ainda tinha o fator dos resultados expressivos do irmão, que fizeram este outro curitibano continuar acreditando nos seus passos.
Os familiares demoraram para assimilar a tragédia e o que acabou afetando na sua própria carreira e necessitou voltar as competições de kart até que as coisas pudessem se acalmar, devido as preocupações da mãe que tinha o nítido desejo que o filho abandonasse as pistas e desta forma acabou afetando o seu pai também.
Mesmo com as mudanças que acabou sofrendo Júlio construiu uma carreira de sucesso no kat brasileiro, disputou provas na F-Renault, Sul-Americana e foi campeão na Skip Barber em 2001 e quatro anos depois acabou estreando na Stock Light, para em 2006 passar a disputar na principal categoria do automobilismo brasileiro.
lll Fora das pistas
Dia de 15 de Janeiro de 2001 que a Wikipédia entrou no ar, criado por Larry Sanger com essa cara de site colaborativo e realmente a ideia de ter vários fatos documentados na rede. Se não fosse essa invenção, vários trabalhos de escola levariam mais tempo para ser executados, mas para os cabeças de gasolina ainda é a oportunidade de voltar no tempo e se lembrar de alguns fatos que aconteceram nas pistas em décadas passadas.
Todo o cuidado é pouco na hora de fazer as pesquisas nele, por ser um site colaborativo alguns erros acabam passando, mas ele pode ser uma grande ferramenta na hora de aguçar a nossa fome por conhecimento.
lll A Série 365 Dias Mais Importantes do Automobilismo, recordaremos corridas inesquecíveis, títulos emocionantes, acidentes trágicos, recordes e feitos inéditos através dos 365 dias mais importantes do automobilismo.