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Velocidade por um dia inteiro na Flórida

Velocidade por um dia inteiro na Flórida – Dia 261 dos 365 dias mais importantes da história do automobilismo.

O Daytona International Speedway é um dos principais autódromos do mundo de todos os tempos. A pista localizada no estado da Flórida é palco de dois dos principais eventos da velocidade nos Estados Unidos no começo do ano. As 500 Milhas de Daytona é a principal prova da NASCAR e serve como abertura da temporada dos stock cars. Já no endurance, outro evento no mesmo palco, mas em outro circuito também serve para a abertura anual dos trabalhos: as 24 Horas de Daytona.

A primeira edição como 24 horas ocorreu entre os dias 5 e 6 de fevereiro de 1966 (Nigel Smuckatelli / Flickriver)

O curioso é que, no princípio, a prova tinha bem menos tempo de disputa. Primeiro, uma explicação: Bill France, administrador e um dos fundadores da NASCAR, construiu uma pista para ser o palco principal da categoria. Mas o dirigente não queria só isto. O objetivo era construir um local para a realização de eventos ao longo do ano todo.

Além do circuito oval de 2,5 milhas, um traçado interno que também aproveita a parte oval foi criado para a realização de mais provas. Com o aval da FIA, o autódromo recebeu a homologação para a realização de provas de Gran Turismo (GT), valendo inclusive para o Campeonato Mundial de Resistência (ancestral do atual WEC).

A primeira competição desta natureza ocorreu em 1962, com duração de “apenas” três horas. Mesmo assim nomes importantes do mundo automobilismo desembarcaram no estado mais ao sul dos Estados Unidos para participar da prova.

Gente do quilate de Phil Hill (então campeão mundial de F1 do ano anterior), Jim Clark, Stirling Moss, os irmãos Ricardo e Pedro Rodriguez, Jo Bonnier, entre outros, se juntaram a grandes lendas do esporte a motor estadunidense, como Jim Hall, Roger Penske, AJ Foyt, Glen “Fireball” Roberts e Marvin Panch.

Mas a grande estrela daquela corrida foi Dan Gurney, que dominou a prova por boa parte do tempo a bordo de um Lotus-Climax 19. No entanto, o piloto americano enfrentou um perrengue nos minutos finais devido a uma falha no motor. Gurney parou o carro a poucos metros da linha de chegada e esperou completar as três horas de prova para cruzar a meta final ainda com vantagem suficiente para ser o vencedor ante a Ferrari de Hill e de Ricardo Rodriguez. (Vale lembrar que hoje em dia isso seria impossível, pois as regras dos campeonatos exigem que os carros completem a volta dentro de um tempo limite estipulado pela organização)

A prova foi um sucesso de público e crítica nas duas primeiras edições e ganhou força com o aumento na duração da prova. As edições de 1964 e 1965, com o percurso de 2.000 quilômetros, o dobro em relação a provas de mil quilômetros realizadas em Spa-Francorchamps, Monza e Nurburgring.

Então, a duração foi novamente estendida para a edição de 1966. A partir dos dias 5 e 6 de fevereiro daquele ano, a prova de longa duração teria o período de 24 horas. A prova foi a primeira oportunidade para Carroll Shelby mostrar a força do lendário Ford GT40 MK II como o carro a ser batido. A bordo do bólido da marca do óvalo azul, o britânico Ken Miles e o americano Lloyd Ruby foram os primeiros vencedores das 24 Horas de Daytona.

Somando todas as fases de durações diferentes da prova (incluindo a edição de 1972, que teve 6 horas por conta da crise do petróleo). São 56 edições do evento. Apesar de ter deixado de ser válido pelos certames da FIA na década de 1980, a corrida ainda seguiu como um chamariz para equipes e pilotos do mundo inteiro, como abertura da temporada do esporte a motor, trazendo sempre nomes importantes da F1, Indy, NASCAR, DTM, entre outras competições, fora o endurance.

Entre os construtores, não há marca mais vencedora que a Porsche. A montadora alemã venceu nada menos que 18 vitórias como equipes e 22 como fornecedora de motor na classificação geral. Entre os pilotos, os maiores vencedores são os americanos Hurley Haywood e Scott Pruett, ambos com cinco triunfos.

Na ordem: Christian Fittipaldi, João Barbosa e Filipe Albuquerque. O trio vencedor da edição de 2018 (Grande Prêmio)

Os brasileiros têm uma participação bem-sucedida na prova, com vitórias na divisão principal. Raul Boesel, Oswaldo Negri Jr, Tony Kanaan e Pipo Derani já venceram uma vez a corrida. Mas o grande expoente nacional na prova é Christian Fittipaldi. O sobrinho de Emerson conquistou a vitória em três ocasiões, incluindo a última, em 2018, ao lado dos portugueses João Barbosa e Filipe Albuquerque, a bordo de um Dallara-Cadillac.

As 24 Horas de Daytona fazem parte também da Tríplice Coroa das Corridas de Endurance, junto com as 24 Horas de Le Mans e as 12 Horas de Sebring. Dez pilotos tiveram a honra de chegar ao topo nas três provas: AJ Foyt, Hans Herrmann, Jackie Oliver, Jacky Ickx, Al Holbert, Hurley Haywood, Mauro Baldi, Andy Wallace, Marco Werner e Timo Bernhard.

Fonte: Projeto Motor e Wikipedia

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