2008, conforme já foi comentado aqui mesmo no BP, foi um ano de muita emoção para muitos brasileiros, inclusive eu. Eu tinha 16 anos (afinal meu aniversário é só em setembro), e me lembro de ter visto essa corrida.
Felipe Massa estava na luta pelo campeonato, e a Turquia era um dos circuitos que tinham seu nome no asfalto.
Conversando com Rubens (nosso editor) e Cristiano, descobri que haviam paradoxos nos sentimentos.
Rubens é torcedor da McLaren, então ele queria Massa campeão por ser brasileiro, mas a McLaren campeã por ser sua equipe favorita, porém não gostaria que Lewis Hamilton ganhasse os construtores.
Cristiano Seixas já expôs um outro lado, o que os brasileiros não botaram muita fé, até Felipe Massa estar em segundo no campeonato, quando a torcida se empolgou e essa empolgação ficou evidente no GP do Brasil.
O caso do brasileiro com Felipe em 2008 era o mesmo que é hoje com a copa do mundo, com as olimpíadas…VENCER. Hoje à tarde eu estava pensando sobre esse texto e tentando mensurar o quanto patriota eu sou, e é bastante. Meu sonho é fazer meus amigos acreditarem na engenharia brasileira como eu acredito, mas isso é caso para outro texto.
O GP da Turquia foi a quinta corrida de 2008, temporada conhecida como “a última temporada que a Ferrari não tinha piloto 1 e 2”. Na verdade, lendo o livro de Ross Brawn, eu fiquei chocada com uma realidade que ele contou no livro, e me deixou dias pensativa: No começo do campeonato, GERALMENTE, não havia primeiro e segundo piloto, e que a escolha era feita a partir do piloto que se destacasse com mais pontos até a metade, este seria priorizado, em prol do título de pilotos e de construtores. CLARO que essa teoria passou por mudanças, sendo que outros interesses passaram a ser considerados nesta escolha também.
Voltando então para 2008, Massa largou na pole position, e logo na primeira volta, Hamilton passou Kovalainen, tomando o segundo lugar e ficando na cola de Massa. Raikkonen largou mal, e teve um toque com Kovalainen, furando o pneu dele com sua asa dianteira.
Kubica, por sua vez, aproveitou a treta maligna para ocupar o terceiro lugar e ficar ali de boas.
houveram mais algumas colisões durante a primeira volta: Vettel e Sutil, Fisichella e Nakajima (e por culpa deste encontro, duplo abandono), e depois tudo voltou “ao normal”.
Depois da saída do Safety Car (segunda volta), Massa continuou na ponta, com Hamilton na sua cola, a dupla deixando o polonês para trás, que vinha seguido por Raikkonen.
Embora esta seja a época de Alonso x Hamilton, os dois faziam corridas tão diferentes que a rivalidade nem aparecia. digo isso, porque dos 5 primeiros, era Alonso quem entraria no box primeiro.
Uma vez na vida, a Ferrari acertou lindamente na estratégia: Alonso voltou em décimo, e na volta seguinte Hamilton entrou no box, voltando em sexto, enquanto o brasileiro ainda permaneceu por três voltas na pista liderando a corrida. Massa entrou e voltou para a corrida sem contratempos para retomar a liderança, porém sempre com Hamilton em sua cola (apenas 0.8 segundos), porém, devido ao pouco combustível, Massa teria que fazer um box a mais, o que na volta 24 deu a chance do inglês para ultrapassá-lo.
Eu disse que a Ferrari acertou na estratégia, pois Massa entrou em sua “última parada”, na volta de número 40, enquanto Hamilton teria que entrar novamente na volta 45, devolvendo a liderança ao brasileiro.
Felipe não teve grandes problemas para vencer esta corrida, que foi ganha na estratégia. Foi a terceira vitória consecutiva dele, e o colocou no segundo lugar do campeonato, na luta pelo título com seu companheiro de equipe, Kimi Raikkonen. O que para todo Petrolhead é motivo para pular no lustre, por três razões:
1- Brasileiro com chance de ser campeão;
2- Ferrari com dois pilotos lutando pelo título (coisa que nunca mais foi vista);
3- Seria um campeão inédito na Fórmula 1.
O sentimento de patriotismo ainda existe nos brasileiros, mas mesmo não tendo mais um representante no grid, todos nós temos combustível nas veias, o que sempre nos manterá como público da F1, e como fãs e pessoas que respeitam Felipe Massa.