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SÉRIE CIRCUITOS DA F1: Xangai

Com direito a piloto da casa, China volta a receber a F1 depois de um hiato de cinco anos

Apesar de ter uma prestigiada corrida em Macau e uma forte indústria automotiva, a China começou lentamente a investir no automobilismo. Em 1996, foi inaugurado o primeiro circuito permanente no país, o Zhuhai International Circuit, localizado na cidade de Zhuhai, próximo a Macau. Só que o circuito não conseguiu atingir os requisitos para conseguir a classificação necessária para receber corridas importantes, inclusive a Fórmula 1, como era o plano.

Foi assim que nasceu o circuito de Xangai, construído no distrito de Jiading. O projeto, que não poupou investimento, custando 240 milhões de dólares, teve o desenho do arquiteto Hermann Tilke, que visitou o país em 2003 para dar uma olhada no local escolhido para a construção da nova pista.

Quando os engenheiros chegaram no local, viram que teriam um trabalhinho extra, já que o local escolhido era um pântano, que era usado como plantação de arroz. Os 3 mil operários trabalharam diariamente para trabalhar no solo e construir a pista.

Depois de 18 meses e 40 mil pilares de concreto estabilizantes depois, finalmente o circuito ficou pronto, com a capacidade de receber 200 mil torcedores, sendo cerca de 40 mil só na arquibancada principal, que fica na reta dos boxes.

Reta principal de Xangai, com arquibancada que pode receber cerca de 40 mil torcedores. Foto: reprodução

A pista, que tem 5,5 km de comprimento, tem o desenho inspirado no símbolo shang (上), que pode significar “acima” e é um desafio para os pilotos, com seções de baixa velocidade bastante técnicas e com duas longas retas de alta, perfeitas para ultrapassagens.

Circuito de Xangai visto de cima. Com 5,5 km de extensão e vastas áreas para as equipes e público. Foto: reprodução

A equipe de Tilke foi buscar inspiração em um ponto turístico para a construção do paddock. Ao invés das equipes ficarem uma ao lado da outra logo atrás das garagens, em Xangai, cada equipe tem sua própria casa, construída sobre um lado e ligada por pontes, semelhantes ao encontrados no Jardim Yù Yuán, em Xangai.

Jardim Yù Yuán, em Xangai. Ponto turístico serviu de inspiração para o desenho do paddock. Foto: reprodução
Paddock de Xangai, inspirado em um famoso jardim na cidade. Foto: reprodução

O primeiro GP da China foi disputado no dia 26 de setembro de 2004 e teve a pole e a vitória de Rubens Barrichello.

Rubens Barrichello vence a corrida inaugural da F1 na China, após fazer a pole no dia anterior. Foto: reprodução

O GP da China continuou sendo disputado todos os anos, até que em 2020, com a pandemia de Covid 19, a corrida foi cancelada e permaneceu fora do calendário devido às restrições de viagens impostas pelo governo chinês. Foi apenas em 2023 que as restrições foram retiradas e a China pode voltar para o calendário em 2024, sendo uma das etapas escolhidas para a realização da corrida Sprint.

Entre os vencedores, Lewis Hamilton encabeça a lista, com 6 vitórias, seguido por Fernando Alonso e Nico Rosberg, com duas vitórias cada.

Hamilton também lidera em número de pódios, com 9, seguido por Kimi Raikkonen e Sebastian Vettel, com seis.

Entre os brasileiros, além de Barrichello, que venceu a corrida inaugural e Felipe Massa, que tem dois pódios no circuito, Ricardo Zonta, Antonio Pizzonia, Nelsinho Piquet, Bruno Senna, Lucas di Grassi e Felipe Nasr também disputaram corridas na China.

Para a corrida de 2024, a China vai ter um piloto da casa. Zhou Guanyu se tornou em 2022, quando fez sua estreia na categoria, o primeiro piloto chinês a correr na F1 e marcou seu primeiro ponto logo em sua primeira corrida.

Zhou Guanyu, que foi piloto de teste da Renault, se tornou o primeiro piloto chinês na F1, quando fez sua estreia pela Alfa Romeo em 2022. Foto: reprodução

Só que Zhou não vai ser o único a correr em casa em Xangai, se depender de Oscar Piastri. O piloto australiano brincou em suas redes sociais que seu tataravô era chinês, o que fazia o GP da China, 1/16 de sua corrida em casa.

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