Apesar de ter uma prestigiada corrida em Macau e uma forte indústria automotiva, a China começou lentamente a investir no automobilismo. Em 1996, foi inaugurado o primeiro circuito permanente no país, o Zhuhai International Circuit, localizado na cidade de Zhuhai, próximo a Macau. Só que o circuito não conseguiu atingir os requisitos para conseguir a classificação necessária para receber corridas importantes, inclusive a Fórmula 1, como era o plano.
Foi assim que nasceu o circuito de Xangai, construído no distrito de Jiading. O projeto, que não poupou investimento, custando 240 milhões de dólares, teve o desenho do arquiteto Hermann Tilke, que visitou o país em 2003 para dar uma olhada no local escolhido para a construção da nova pista.
Quando os engenheiros chegaram no local, viram que teriam um trabalhinho extra, já que o local escolhido era um pântano, que era usado como plantação de arroz. Os 3 mil operários trabalharam diariamente para trabalhar no solo e construir a pista.
Depois de 18 meses e 40 mil pilares de concreto estabilizantes depois, finalmente o circuito ficou pronto, com a capacidade de receber 200 mil torcedores, sendo cerca de 40 mil só na arquibancada principal, que fica na reta dos boxes.
A pista, que tem 5,5 km de comprimento, tem o desenho inspirado no símbolo shang (上), que pode significar “acima” e é um desafio para os pilotos, com seções de baixa velocidade bastante técnicas e com duas longas retas de alta, perfeitas para ultrapassagens.
A equipe de Tilke foi buscar inspiração em um ponto turístico para a construção do paddock. Ao invés das equipes ficarem uma ao lado da outra logo atrás das garagens, em Xangai, cada equipe tem sua própria casa, construída sobre um lado e ligada por pontes, semelhantes ao encontrados no Jardim Yù Yuán, em Xangai.
O primeiro GP da China foi disputado no dia 26 de setembro de 2004 e teve a pole e a vitória de Rubens Barrichello.
O GP da China continuou sendo disputado todos os anos, até que em 2020, com a pandemia de Covid 19, a corrida foi cancelada e permaneceu fora do calendário devido às restrições de viagens impostas pelo governo chinês. Foi apenas em 2023 que as restrições foram retiradas e a China pode voltar para o calendário em 2024, sendo uma das etapas escolhidas para a realização da corrida Sprint.
Entre os vencedores, Lewis Hamilton encabeça a lista, com 6 vitórias, seguido por Fernando Alonso e Nico Rosberg, com duas vitórias cada.
Hamilton também lidera em número de pódios, com 9, seguido por Kimi Raikkonen e Sebastian Vettel, com seis.
Entre os brasileiros, além de Barrichello, que venceu a corrida inaugural e Felipe Massa, que tem dois pódios no circuito, Ricardo Zonta, Antonio Pizzonia, Nelsinho Piquet, Bruno Senna, Lucas di Grassi e Felipe Nasr também disputaram corridas na China.
Para a corrida de 2024, a China vai ter um piloto da casa. Zhou Guanyu se tornou em 2022, quando fez sua estreia na categoria, o primeiro piloto chinês a correr na F1 e marcou seu primeiro ponto logo em sua primeira corrida.
First race, first #F1 point 🙌
No wonder @ZhouGuanyu24 is emotional 😀#BahrainGP pic.twitter.com/dSu8lVxiS4
— Formula 1 (@F1) March 20, 2022
Só que Zhou não vai ser o único a correr em casa em Xangai, se depender de Oscar Piastri. O piloto australiano brincou em suas redes sociais que seu tataravô era chinês, o que fazia o GP da China, 1/16 de sua corrida em casa.
My great great grandfather was Chinese so I think that makes this my 1/16 home race?
— Oscar Piastri (@OscarPiastri) April 15, 2024