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Senna vence o primeiro confronto direto e inicia a reação

A temporada de 1988 é lembrada pelo domínio absurdo da McLaren Honda, num dos campeonatos mais dominantes da história. No entanto, o certame teve um duelo em pontos feroz entre Alain Prost e Ayrton Senna. Apesar do duelo equilibrado entre os ases não foi toda vez que houve um embate direto nas pistas naquela temporada. Mas quando rolou, foram disputas bem interessantes.

Uma vitória que iniciou a arrancada (Motorsport.com)

O começo do campeonato foi bem favorável a Prost, se aproveitando dos problemas e dos erros de Senna nas primeiras corridas, abrindo uma boa vantagem, com três vitórias, ante uma do brasileiro. Todas as vitórias dos pilotos da McLaren foram facilitadas por intercorrências do rival, seja na largada, seja no decorrer da corrida.

De todo modo, a quinta etapa do mundial, no Circuito Gilles Villeneuve, em Montreal, realizada em 12 de junho de 1988, a dupla da McLaren demonstrava mais uma vez o favoritismo, com vantagem absoluta sobre a concorrência.

A pole, pela quinta vez seguida naquela temporada, era de Senna, com um décimo a mais que Prost. Com mais de um segundo de atraso, veio a dupla da Ferrari, com Gerhard Berger e Michele Alboreto. Na terceira fila, a Benetton de Alessandro Nannini e a Lotus de Nelson Piquet.

Na largada, Prost partiu melhor e assumiu a ponta, mas Senna se manteve no segundo posto e próximo ao francês. As duas McLaren deixaram a concorrência comer poeira e deixaram a disputa entre a dupla da escuderia de Woking.

O francês segurou o quanto pôde, mas não deu (Stats F1)

Prost liderava, mas Senna não desgrudava, sempre mantendo a diferença a menos de um segundo nas primeiras 18 voltas. O brasileiro esperou o momento certo para abocanhar. Após pegar um retardatário na volta 19, Ayrton pegou o vácuo e botou seu MP4/4 por dentro na entrada do grampo. Foi a primeira vez na temporada em que houve uma troca de posições dentro da pista envolvendo os bólidos da esquadra de Ron Dennis.

Depois que assumiu a ponta, Senna fez algo que soube fazer com maestria na maior parte de suas vitórias: abrir uma confortável vantagem e sumir na frente. Lá atrás, alguns pilotos caíram pelo caminho com problemas mecânicos, como as Ferraris de Berger e Alboreto, a Benetton de Nannini e as Williams de Nigel Mansell e Riccardo Patrese (esta ainda esperando o acordo com o a Renault, recém-anunciado na semana do GP).

No fim, com direito a hat-trick (pole, volta mais rápida e vitória), Ayrton Senna vencia pela oitava vez na carreira e obtinha o 60º triunfo da equipe McLaren. Prost ainda controlou seus danos e chegou em segundo. Além deles, apenas a Benetton de Thierry Boutsen conseguiu terminar as 69 voltas previstas, com o belga atingindo o terceiro posto.

Piquet ainda levou a Lotus a um suado quarto posto, com todas as dificuldades da outrora grande equipe. Ivan Capelli foi o quinto com a ascendente March, enquanto Jonathan Palmer contou com os problemas da Rial de Andrea de Cesaris e a Lola de Philippe Alliot na parte final, para faturar um pontinho para a combalida Tyrrell.

A caminhada para o primeiro título tomava um novo rumo (Fórmula 1 site oficial)

No campeonato de pilotos, Prost tinha 15 pontos de vantagem sobre Senna, mas o brasileiro iniciava uma reação que se consolidaria nas etapas seguintes, partindo para a campanha daquele que seria o seu primeiro título mundial.

Fonte: Stats F1

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