A Ferrari foi a maior surpresa da temporada 2021, depois de um 2020 complicado, fechando o ano como sexta força do campeonato e somando apenas 131 pontos. O time italiano se recuperou nesta temporada, conseguindo conquistar o 3º lugar do campeonato e fechar o ano com 307,5 pontos.
Em 2019 a FIA fechou um acordo com a equipe italiana relacionado a sua unidade de potência, portanto em 2020 o motor da Ferrari era bem ruim, com falta de potência a equipe tinha muita dificuldade para obter resultados. Para a temporada de 2021, a Ferrari precisou fazer algumas escolhas, mas eles tinham um direcionamento pois conheciam o equipamento utilizado no ano anterior.
A Ferrari direcionou os seus tokens de desenvolvimento para a parte traseira do carro, usando-os na transmissão e suspensão, uma tentativa de recuperar parte do downforce perdido após as modificações que vão implementadas pelo regulamento desta temporada.
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O time também trabalhou no desenvolvimento da sua unidade de potência começando o ano com um novo motor, mas que ainda precisava de desenvolvimento na parte híbrida que continha peças de 2020. Eles concentraram parte da temporada aperfeiçoando a unidade de potência, realizando a instalação da atualização ao final da temporada com o carro de Charles Leclerc recebendo a mudança no GP da Rússia.
A vantagem de conhecer o equipamento deficitário de 2020, contribuiu para que a Ferrari fizesse escolhas importantes visando a melhora do carro, mas também compreendendo de forma mais objetiva os seus erros. Essa lição também está servindo como base para o desenvolvimento do carro do próximo ano, nas últimas temporadas a Ferrari já realizava a apresentação do carro, praticamente revelando os pontos fracos de sua criação. Algo que eles não querem mais lidar neste futuro próximo.
A Ferrari fecha o ano conquistando duas poles com Charles Leclerc (Mônaco e Azerbaijão), além dos cinco pódios conquistados. O monegasco esteve no pódio do GP da Grã-Bretanha, enquanto Carlos Sainz representou o time entre os três primeiros em Mônaco, Hungria, Rússia e Abu Dhabi. Um saldo muito positivo, principalmente para uma equipe que surpreendeu o grid, já que muitos acreditavam que a Ferrari só conseguiria um desempenho assim em 2022, com o auxílio do próximo regulamento esportivo.
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Na metade da temporada a Ferrari já havia superado a quantidade de pontos que conquistou durante todo o campeonato de 2020. Quando a Fórmula 1 realizou a sua pausa por conta das férias de verão após o GP da Hungria, a equipe tinha superado a McLaren, assumindo a terceira posição do Campeonato de Construtores.
O que vimos neste ano foi a Ferrari duelando com a McLaren pela terceira posição do Campeonato, ainda que o time não mostrasse muito interesse na posição, já que o foco era trabalhar o motor e concentrar o desenvolvimento no carro de 2022. Eles contaram com os deslizes da McLaren ao longo do ano, um time que precisou se esforçar mais pela posição, mesmo começando a temporada na 3ª posição. Além disso, a dificuldade de Daniel Ricciardo para se adaptar ao MCL35M, também fez com que a Ferrari tirasse pontos valiosos do time rival.
A Ferrari passou parte da temporada na quarta posição, sem ser incomodada, afinal Aston Martin e Alpine apresentaram uma queda de desempenho. As declarações de Mattia Binotto apontavam que a Ferrari estava satisfeita com o trabalho realizado, se conseguissem o 3º lugar ao final da temporada ficariam extremamente felizes, mas eles estavam correndo visando um objetivo maior.
A Ferrari também cometeu menos erros neste ano tanto em estratégias quanto em pit-stops, aliás, este é um outro ponto que mostra que os italianos trabalharam melhor que os rivais – a McLaren passou alguns sufocos em pit-stops neste ano.
E de fato puderam trabalhar com este ar ‘descompromissado’, já que não tiveram que lidar com: a adaptação de Carlos Sainz. O espanhol vestiu muito bem a camisa da Ferrari, pegou rapidamente o jeito do carro e mesmo tento algumas dificuldades em classificação, em corrida ele tinha velocidade e conseguia auxiliar o time em resultados.
Sainz não vacilou quando Charles Leclerc não conseguiu entregar, portanto conseguiu até mesmo mais pódios que o seu companheiro de equipe. A transmissão pouco focou nas corridas de Sainz neste ano, mas o piloto fez provas bem interessantes, quem não reparou nele, apenas viu o espanhol aparecendo no pódio, conseguindo um quinto ou sexto lugar de uma forma muito natural. Sainz não abandonou nenhuma prova em 2021.
Em pontos Sainz superou o seu companheiro de equipe, mas Charles Leclerc ainda conseguiu superar o espanhol nos resultados de classificação e corrida. Ainda falando sobre Sainz, o piloto se casou perfeitamente com o time, ele também tem o desejo de se tornar campeão, e certamente está construindo um caminho sólido para isso. O rompimento entre Sebastian Vettel e a Ferrari foi um golpe duro, mas Sainz chegou no time marcando uma nova era.
Charles Leclerc foi ‘derrotado’ pelo novo companheiro de equipe em pontos e pódios, mas o monegasco também foi essencial para que a Ferrari conquistasse o 3º lugar, o piloto que é proprietário do 4º lugar em classificação e corridas, fez o uso desta posição para conquistar pontos, mas também obter resultados melhores nas provas.
A dupla mais jovem da Ferrari trabalhou muito bem juntos, portanto, levantam altas expectativas para o próximo ano. O grande medo do time italiano não era passar por 2021 com um piloto que desconhecia o carro, mas como eles lidariam trabalhando com dois pilotos jovens. O ano encerra com aquele sentimento que arriscar foi a melhor pedida, eles foram uma dupla harmônica.
Olhando para o próximo ano, se a Ferrari conseguir desenvolver o seu carro, certamente eles têm grandes chances de conquistar o campeonato em 2022, apenas pelo que conseguiram fazer neste ano. O que gera um novo capítulo de debates, Sainz e Leclerc vão seguir trabalhando de forma equilibrada ou surgirá alguma outra questão? A Ferrari afirma que não terá um primeiro piloto para iniciar o próximo campeonato, eles vão analisar o que acontecerá em pista e tomar as suas decisões.
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