A Aston Martin foi uma das grandes decepções da temporada, o time perdeu muito espaço no grid desde a temporada 2020 quando competiu pelo último ano como Racing Point. Com o encerramento da temporada 2021, a dupla formada por Sebastian Vettel e Lance Stroll conquistaram a 7ª posição do Campeonato de Construtores somando apenas 77 pontos.
Existia uma grande expectativa quanto a performance da equipe, como Racing Point a equipe terminou a temporada 2019 na sétima posição do Campeonato de Construtores, mas passou a brigar pelo terceiro lugar do campeonato em 2020. Como marca histórica e relevante, a Aston Martin já contava com recurso financeiro e funcionários capacitados para lidar com a situação deixando aquele gosto de que eles poderiam fazer mais, mas na verdade o que vimos foi uma equipe com vários e vários problemas.
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Durante os testes de pré-temporada realizados no Bahrein, a Aston Martin já dava sinais de uma ano difícil, eles tiveram que lidar com alguns problemas que dificultaram o time no acúmulo de quilometragem. Sebastian Vettel que estava chegando à equipe e precisava compreender melhor o seu equipamento ficou um tempo considerável fora do carro.
Quando a temporada teve início, a Aston Martin passou a duelar com a AlphaTauri e Alpine pela quinta posição dos Construtores, mas após a temporada passar da sua metade, o desempenho da Aston Martin decaiu muito. A equipe lidou com classificações ruins, ficando algumas vezes presa no Q1. Eles também estavam dependendo um pouco de sorte para pontuar, pois era necessário contar com erros da Alpine e AlphaTauri para ficar no top-10.
Outra questão que a Aston Martin não soube lidar, foi o fato de a Pirelli reforçar os pneus para tentar conter possíveis estouros. A fornecedora de pneus solicitou algumas mudanças nos carros de 2022, para reduzir a downforce, entretanto, eles tinham conhecimento que os carros avançariam em desenvolvimento e provavelmente antes mesmo do início da temporada, os carros já teriam recuperado boa parte do downforce perdido com as adaptações realizadas nos carros.
As mudanças aerodinâmicas solicitas prejudicaram os times que tinham o rake baixo, como foi o caso de Mercedes e Aston Martin. A equipe pediu para reverem a questão do reforço dos pneus, pois quando fizeram as alterações, levaram em consideração que a Pirelli não reforçaria os compostos para a temporada 2021. Os pneus também precisam receber uma calibragem superior para ficarem adequados para a utilização neste ano, algo que gerou muitas reclamações dos pilotos, que comparavam os compostos, com bexigas extremamente infladas.
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Depois dos estouros de pneus que ocorreram durante o GP do Azerbaijão com Max Verstappen e Lance Stroll, a Pirelli optou por reforçar mais uma vez a parte interna dos compostos, prejudicando ainda mais o desempenho da dupla da Aston Martin.
A Alpine também se deparou com um início de temporada complicada, enquanto a AlphaTauri tinha um jovem estreante que acabou puxando os resultados do time para baixo, mas estas equipes conseguiram lidar melhor com os problemas em 2021, por consequência conquistaram mais pontos.
Todas estas questões tiraram o brilho do que poderia ser uma temporada muito boa do time. Eles passaram assim como outras equipes do grid por uma reestruturação interna, conseguindo corpo técnico para auxiliar no crescimento da equipe. Além disso, Sebastian Vettel também foi um piloto que trouxe mudanças significativas para a forma como eles trabalhavam e para o carro.
Vettel implementou uma nova forma do time trabalhar, a produção de relatórios que ajudaram na parte organizacional da equipe. O piloto alemão também solicitou a mudança do volante usado pela Aston Martin, introduzindo um modelo mais ergonômico e um mapa que facilitava na hora de encontrar informações importantes e necessárias durante os momentos que os pilotos estavam na pista. Lance Stroll acabou acatando as mudanças e se sentindo confortável com a introdução delas, pois melhorou a comunicação interna.
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E mesmo com a série de infortúnios, Sebastian Vettel foi ao pódio no GP do Azerbaijão e quase repetiu o feito no GP da Hungria (se não fosse a falta de combustível para a análise no final da prova). Estas conquistas foram importantes para a Aston Martin, mas em 22 etapas, 8 delas a dupla de pilotos esteve fora da zona de pontuação.
Vettel enfrentou um pouco de dificuldade para se adaptar ao carro, mas em alguns momentos a Aston Martin também foi responsável pelo resultado ruim dos pilotos, a começar com a mania de liberar o carro deles no tráfego durante as classificações. O ponto positivo, é que tanto Vettel quanto Stroll mostraram que são bons pilotos gerenciando os pneus, algo que contribuiu para eles avançarem no pelotão, conseguindo ficar no top-10.
O número de pontos, mas também o desempenho na temporada, mostram que Lance Stroll e Sebastian Vettel foram bem equilibrados como companheiros de equipe. O canadense amadureceu ainda mais, e assim como Nicholas Latifi, é possível perceber que Stroll está realmente mostrando que está empenhado em crescer profissionalmente na Fórmula 1.
Sobre o tetracampeão mundial, obviamente esperávamos mais em desempenho, mas as contribuições ao time também foram essenciais. O alemão, assim como a Aston Martin se despedem da temporada 2021 desejando um novo começo, torcem um pouco mais pelo desempenho apresentado em 2020, e menos com os problemas que enfrentaram neste ano.
Uma outra consideração importante sobre Vettel, é que ele derrotou Fernando Alonso e Kimi Raikkonen no duelo de ultrapassagens, o piloto fez 132 ultrapassagens na temporada 2021, ganhando a premiação promovida pela Fórmula 1 e a Crypto.
Só para fechar a temporada do alemão, Vettel também esteve engajado em causas ambientais e partiu em defesa do grupo LGBTQIA+, cobrando diversidade no automobilismo e deixando mensagens inspiradoras ao visitar países que não respeitam os direitos humanos.
A Aston Martin renovou o contrato com Sebastian Vettel, o time acredita no projeto do próximo ano e na sua dupla de pilotos. Munidos com o motor da Mercedes, a unidade de potência é uma peça-chave para o desempenho do time, prova essa que a Williams conseguiu fazer algumas boas classificações neste ano. Os carros mais curtos também podem ajudar o alemão a ter uma temporada melhor, pois o estilo se assemelha aos equipamentos usados quando ganhou os seus quatro títulos.
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