A Alfa Romeo teve um desempenho interessante na pré-temporada, a equipe acabou levantando algumas expectativas, pois realizaram mudanças significativas na parte frontal do carro. Além disso era o terceiro ano da dupla formada por Kimi Raikkonen e Antonio Giovinazzi trabalhando juntos.
Eles tiveram um início forte, até apresentaram um crescimento, mas o pelotão intermediário nesta temporada se mostrou muito forte, uma barreira que era difícil de se quebrar por uma equipe que estava claramente brigando pelo final do grid. Com o passar das corridas, a brigada da Alfa Romeo não era com Alpine, Aston Martin e AlphaTauri, mas sim com a Williams.
O GP da Hungria já foi um problema para a dupla da Alfa Romeo, pois foi a primeira vez que a dupla da Williams estava pontuando, algo que fez a equipe superar todos os pontos que a Alfa tinha até aquele momento do campeonato.
LEIA MAIS: Metade da Temporada – O duelo do Fim do Grid
Antes do GP da Bélgica, a Alfa Romeo tinha conquistado apenas 3 pontos, ao longo deste período eles até figuraram próximos aos pontos, mas realmente se estabelecer dentro do top-10 de uma corrida exigia um trabalho árduo. Fora que no automobilismo, também é necessário um pouco de sorte, algo que a Alfa Romeo não tinha como contar ao seu favor. Kimi Raikkonen também perdeu alguns pontos que poderia ter conquistado no GP da Emília-Romagna, mas após a punição aplicada, o finlandês caiu para a décima terceira posição.
Eles tiveram a falsa sensação que estavam confortáveis na 8ª posição do Campeonato de Construtores.
A Alfa Romeo esteve em disputa direta com a Williams, outra equipe que também demorou para chegar nos pontos. Conforme a temporada foi avançando, a Alfa Romeo mostrou que o seu carro não era competitivo, mesmo usando os tokens de desenvolvimento para evoluir a parte frontal do carro, eles ainda estavam devendo em performance.
LEIA MAIS: Como cada equipe usou os tokens de desenvolvimento da temporada 2021?
O golpe baixo para o time e o que fez eles praticamente desistirem do campeonato, foi o GP da Bélgica. Na corrida que terminou mais cedo – pois não havia condições climáticas para dar continuidade ao evento, George Russell que havia se classificado na segunda posição, terminou a corrida no mesmo lugar. A prova foi encerrada com apenas duas voltas, uma ação protocolar do diretor de prova, depois entregaram metade dos pontos aos competidores, isso significou um saldo positivo para o time de Grove, que a Alfa Romeo não teria mais como alcançar. Na mesma prova, Nicholas Latifi também estava nos pontos.
Enquanto a Williams emplacou uma sequência nos pontos, a Alfa Romeo chafurdou nas tentativas de obter ao menos um ponto. Eles tiveram que se contentar com o nono lugar no Campeonato de Construtores, somando apenas 13 pontos. Entretanto, eles tiveram um pouco mais de pontos do que os conquistados em 2020 quando fecharam a temporada na oitava posição do campeonato, somando oito pontos.
Depois da Bélgica também foi possível ver uma sequência de erros por parte da Alfa Romeo, Antonio Giovinazzi fez algumas boas classificações, levando o carro ao Q2 e até mesmo ao Q3, mas não conseguia permanecer próximo do top-10. Em esquema de estratégia, a Alfa fazia umas paradas antecipadas, devolvia o italiano no tráfego e ele terminava em algumas ocasiões atrás do companheiro de equipe. É até um motivo para eles estarem empatados no saldo de desempenho em corridas.
LEIA MAIS: Kimi Raikkonen anuncia aposentadoria e deixará a Fórmula 1 ao fim da temporada 2021
Mais próximo do encerramento da temporada, alguns jornalistas questionaram Antonio Giovinazzi sobre a equipe talvez estar sabotando as suas corridas, o piloto não negou, mas também não podia afirmar nada com precisão. Os últimos pontos da Alfa Romeo foram conquistados justamente com o piloto italiano, durante a prova em Jeddah, na Arabia Saudita.
Um outro detalhe para a queda de desempenho da Alfa Romeo, também está ligada ao não recebimento de atualizações do motor. O time optou por focar no desenvolvimento do carro de 2022 e assim como a Haas, não quiseram receber a atualização da parte híbrida do motor – atualização que a Ferrari introduziu na Turquia. Sem a chance de ganhar muito terreno nas batalhas do meio do pelotão, além disso, sabendo que a atualização da unidade de potência custaria a perda de posições no grid de largada, eles optaram por não lidar com ela neste ano.
Enquanto a dupla, Kimi Raikkonen estava em clima de despedida, o piloto finlandês anunciou a sua aposentadoria, colocando um final na sua trajetória dentro do automobilismo. O finlandês terminou quatro vezes dentro da zona de pontuação, responsável por 10 dos 13 pontos conquistados pela equipe. O piloto também oscilou em seu desempenho, o grande problema estava em suas classificações, já que a equipe dependia de posições melhores para largar. Entretanto, naquele saldo de ultrapassagens, Raikkonen apareceu na terceira posição, fazendo 127 ultrapassagens na temporada.
Antonio Givinazzi estava certo de que permaneceria na equipe, com a saída de Kimi Raikkonen e a contratação de Valtteri Bottas, o italiano acreditava que seria o companheiro de equipe do outro finlandês, mas conforme o final da temporada se aproximava e a equipe não fazia questão alguma de apresentar uma renovação de contrato, a sua permanência ficou incerta.
Por um lado, o italiano tentava entregar em desempenho, e realmente fez uma das suas melhores temporadas na Fórmula 1, mas isso não foi o suficiente para agradar o chefe de equipe e garantir a sua vaga. Frédéric Vasseur optou por quebrar aquele acordo com a Ferrari, desta forma a Alfa Romeo poderia ter autonomia para decidir sobre os seus dois pilotos. Optaram por não renovar com Antonio Giovinazzi, mas contrataram Guanyu Zhou, visando o dinheiro que o piloto chinês poderia trazer ao chegar com os seus patrocinadores.
A liberdade que o francês tem dentro do time, fez até mesmo um presidente da Sauber abandonar o barco, já que não concordava com as escolhas de Vasseur.
Bom, ainda vale dizer que Raikkonen ficou fora de duas etapas (Bélgica e Holanda) pois testou positivo para o Covid-19, nas etapas em questão, Robert Kubica guiou pela Alfa Romeo. A última corrida disputada em Abu Dhabi, foi marcada pelo abandono da dupla, os pilotos não completaram a prova.
LEIA MAIS: Alfa Romeo confirma a saída de Giovinazzi e a contratação de Guanyu Zhou para a temporada 2022 da F1
A Alfa Romeo teve uma das temporadas mais complicadas, marcadas por altos e baixos. No próximo ano a equipe conta com uma dupla totalmente nova e mais uma vez querendo se deslocar do pelotão final, se tonando uma equipe mais competitiva. A chegada de Zhou significa que pela primeira vez a equipe terá uma liberdade orçamentária, já que sempre operou abaixo do teto orçamentário estipulado pela categoria, desta forma, talvez eles consigam fazer um carro melhor e mais competitivo para o próximo ano.
Escute o nosso podcast!
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!