O GP da Toscana foi intenso, ele marcou o encerramento de mais um trio de corridas do calendário, um circuito totalmente novo onde as equipes precisaram coletar dados e os pilotos estavam buscando conhecer o traçado. Um traçado estreito e veloz para abrigar a nona etapa da temporada.
Tivemos a 90ª vitória de Lewis Hamilton, a terceira dobradinha da Mercedes com o inglês e o Valtteri Bottas ocupando as duas primeiras posições. Vale ressaltar o primeiro pódio de Alexander Albon que brigou com Daniel Ricciardo para conseguir a terceira posição, pois foi o único piloto da Red Bull que terminou a corrida.
Paralisações
A corrida teve a entrada do Safety Car ainda na primeira volta, pois ocorreu o toque envolveu Max Verstappen, Pierre Gasly, Kimi Raikkonen e Romain Grosjean. O holandês estava com falta de potência no motor e perdeu várias posições, desta forma foi engolido pelo restante do pelotão.
O primeiro regime de bandeira vermelha foi aplicado após oito voltas, quando ocorreu a relargada e os pilotos que estavam na parte final do grid, tiveram a sensação de que os pilotos que estavam a frente haviam relargado, mas com as reduções de velocidade ainda na reta, ocorreu um engavetamento. Antonio Giovinazzi, Carlos Sainz, Nicholas Latifi e Kevin Magnussen abandonaram.
Confira: Volta por Volta – Vitória de Hamilton, enquanto Albon comemorou o seu primeiro pódio
Lance Stroll provocou a segunda bandeira vermelha do dia, quando passou reto e bateu na barreira de pneus. A batida foi forte e o carro ficou bem danificado, para a limpeza da pista os comissários paralisaram a prova.
Vamos ao texto que comenta mais sobre as equipes, respeitando a sua posição no campeonato atual!
Mercedes
Grande fim de semana da Mercedes, donos dos treinos livres, classificação e corrida, mas ainda assim vale falar sobre cada um desses personagens que está na equipe alemã. O início das atividades mostrava um Valtteri Bottas brigando pelas voltas rápidas e com garra para batalhar pela pole, aliás, ele fechou o TL3 como favorito, mas durante a classificação Hamilton entregou a melhor volta.
Ainda é necessário dizer, que após duas largadas ruins do finlandês (Bélgica e Itália), Bottas tirou a sorte grande quando Hamilton largou mal e não pensou duas vezes, assumiu a ponta e resto foi aquele caos do início da prova. Para o azar de Bottas as outras duas relargadas que ocorreram, não foram favoráveis ao piloto que não conseguiu atacar o companheiro de equipe.
Desta forma podemos dizer que o único deslize de Lewis, ocorreu justamente durante o início da prova, pouco depois o inglês que havia conquistado a pole retomou a primeira posição e não deixou mais espaço para Bottas, mesmo com todas as intempéries da prova.
Confira: GP da Toscana – Lewis Hamilton vence de forma brilhante, após corrida caótica em Mugello
E sempre após o GP, volto a pensar no quanto Bottas acaba devendo mesmo com o carro que tem. Mesmo terminando na segunda posição, acho que é natural esperamos que o piloto fosse capaz de extrair mais do carro, ameaçasse mais o companheiro de equipe… Ainda recordo que o finlandês pediu uma estratégia diferente para ele, que o ajudasse disputar com Hamilton, mas parecia que a equipe só queria que eles trouxessem o carro para casa.
Red Bull
Após a corrida na Itália onde a equipe saiu zerada da etapa, o time buscou se recuperar em Mugello. A classificação foi boa para a dupla que começou do terceiro e quarto lugar, mas antes do início da corrida, ainda na volta de alinhamento Max Verstappen comentou sobre a falta de potência no motor, a equipe confirmou que havia solucionado o problema, mas assim que a corrida iniciou o motor voltou a apresentar a mesma falha e o holandês perdeu várias posições até ocorrer o toque que o tirou da corrida.
Alexander Albon ficou com o peso de pontuar e ter uma boa corrida e o tailandês viveu momentos distintos, desde uma primeira relargada ruim que o fez cair para P7, até a oportunidade de brigar com Daniel Ricciardo após o abandono de Lance Stroll. Albon ainda tentou buscar Bottas, mas esta disputa era mais difícil. O tailandês garantiu o seu primeiro pódio da carreira após perder duas grandes chances desde que entrou na Red Bull (GP do Brasil de 2019 e GP da Áustria de 2020).
McLaren
E depois de um bom fim de semana no GP da Itália, a McLaren tomou um banho de água fria pois o desempenho da equipe em Mugello não era nada bom. A perspectiva para a prova era um pouco melhor, mas quando se larga no meio do pelotão, o resultado da prova acaba sendo uma loteria e assim Carlos Sainz acabou batendo naquela primeira relargada que aconteceu após o início da prova e o espanhol foi forçado a abandonar.
Confira: Raio-X do GP da Itália
Lando Norris começou a corrida na décima primeira posição e terminou em sexto, ele fez o que foi possível para conseguir um bom resultado, mas não tinha ritmo para ir além disso. O problema ligado ao desempenho fora sentido ainda nos treinos livres, quando perceberam que não havia muitas chances para brigar com os rivais.
Racing Point
Não era um ritmo excepcional como do início da temporada, mas a Racing Point conseguiu se firmar na sexta e sétima posição para a largada. Sergio Pérez largou bem e aproveitou a queda de Verstappen para avançar para a quinta posição. Foram espertos ao travar os conflitos necessários, mas não se envolveram em incidentes que pudessem prejudicar as suas corridas.
Confira: Sergio Pérez confirma saída da Racing Point ao final da temporada 2020
Lance Stroll levou um pouco mais de tempo para realizar a ultrapassagem em Charles Leclerc, mas conseguiu assumir a posição do monegasco. Sua melhor performance foi com os compostos médios, mas eles podem ter tirado o canadense da prova, pois a equipe suspeita de um furo no pneu e por este motivo o piloto teria perdido a traseira do carro e batido forte na curva 3. A desaceleração que o canadense sofreu após a batida foi preocupante, mas nada aconteceu com ele que segue bem.
Pérez cruzou a linha de chegada na quinta posição, o mexicano foi punido por conta do confronto com Kimi Raikkonen durante o TL2, mas conseguiu obter um bom desempenho na prova e fechou em P5. O mexicano falou um pouco sobre a falta de ritmo e ela realmente foi uma questão, pois da volta quinze em diante o Pérez perdeu um pouco de contato, além de ser ultrapassado por Ricciardo e Albon.
Confira: Sergio Pérez foi punido após toque com Raikkonen no TL2
Conquistaram pontos importantes, mas vale ressaltar que tanto a McLaren, quanto a Renault, assim como a Racing Point só somaram pontos com um dos carros.
Renault
Foi uma boa corrida para Daniel Ricciardo, mesmo com o australiano não conseguindo o pódio. Ricciardo teve boas relargadas, o que possibilitou ao piloto travar disputas importantes, mas Alexander Albon aproveitou a utilização do DRS para conseguir realizar a ultrapassagem e conquistar a terceira posição. E nas palavras de Ricciardo sobre o resultado: “Dói não estar no pódio depois disso, mas o quarto lugar ainda é um grande resultado.”
Durante os treinos livres a dupla teve uma performance apagada, mas durante a classificação conseguiram levar os dois carros para o Q3.
Infelizmente Esteban Ocon acabou abandonando com o superaquecimento dos freios, o francês acreditava no seu ritmo, mas acabou perdendo a chance de brigar com a McLaren guiada por Lando Norris.
Ferrari
Em comemoração aos 1000 GPs a Ferrari veio de cara nova para Mugello. O time italiano apresentou uma nova pintura e esperava obter um bom resultado. Os dois pilotos pontuaram nesta rodada e Charles Leclerc que vinha mostrando um bom ritmo durante os treinos livres, repetiu a dose para a classificação e largou da quinta posição.
Na largada o monegasco brilhou e foi visto na terceira posição, mas após a relargada que ocorreu depois da paralisação, o ritmo para segurar os carros da Racing Point e Renault não foram o bastante. A Ferrari ainda optou por uma estratégia de parada bem estranha, o que levou o piloto para a última posição, mas Leclerc conseguiu se recuperar e terminou em oitavo.
Confira: Em comemoração aos 1000º GPs, Ferrari utiliza pintura especial
Sebastian Vettel voltou a ter um desempenho ruim, figurando nas últimas posições do grid. O alemão que está de casa nova para a próxima temporada encontrou muita dificuldade para a realização de ultrapassagens, mas conseguiu garantir o décimo lugar.
Este foi o primeiro GP onde o público (reduzido) esteve presente, então foi o bom resultado para o time ao final da prova.
AlphaTauri
Foi um baque duro! Sem dúvidas, pois em um fim de semana eles estavam conquistando uma vitória e somando pontos com os dois carros e quando chegou a etapa de Mugello, Pierre Gasly não completou a prova.
Vale lembrar que a classificação do francês não foi muito boa, o piloto vinha de um fim de semana confiante, mas ao ficar sem energia nas baterias para a última volta da classificação, Gasly perdeu a chance de batalhar por uma posição melhor.
Largar no meio do bolo é bem ruim, por conta da falta de espaço, acabou se envolvendo em um toque com Raikkonen e Grosjean e a chance de conquistar pontos acabou na segunda curva da corrida.
Daniil Kvyat ficou como a surpresa do fim de semana, pois largou da décima segunda posição e terminou a prova no sétimo lugar. Kvyat comemorou o bom resultado e os pontos conquistados. O russo, assim como Hamilton comentaram o desgaste físico e psicológico provocados pela prova.
Confira o podcast do GP da Itália:
Alfa Romeo
Kimi Raikkonen conquistou dois pontos ao terminar a prova na nona posição. E realmente foi uma surpresa para o finlandês pois o seu início de prova foi conturbado, ele esteve envolvido no incidente da largada o que lhe rendeu uma passagem antecipada nos boxes. Após a primeira bandeira vermelha que gerou a paralisação da prova, o time passou a trabalhar no carro do finlandês para reequilibrá-lo e garantir um bom ritmo para o seu retorno. Raikkonen ainda precisou lidar com uma punição de cinco segundos por ter entrado nos boxes quando já havia cruzado a linha dos boxes.
A largada do finlandês foi boa e ao término da corrida o tempo foi acrescentado a sua volta, onde o piloto só perdeu a posição para Leclerc, fechando em nono.
Por outro lado, é a segunda corrida consecutiva que Antonio Giovinazzi abandona, desta vez o italiano se acabou se envolvendo em um incidente com Kevin Magnussen e Nicholas Latifi. Giovinazzi precisou reduzir a velocidade abruptamente, após se encontrar com o dinamarquês que estava lento na reta e por fim acertou o piloto da Williams.
O carro da Alfa estava apresentando um ritmo, a equipe esperava por um bom resultado. Raikkonen conquistou os primeiros dois pontos da temporada e agora o time tem 4 pontos no campeonato de construtores.
Haas
A Haas segue com problemas, não conseguindo se classificar bem ou tendo uma chance melhor para brigar por posições melhores e assim como Guenther Steiner comentou, eles sempre estão envolvidos na movimentação da prova, mas da pior forma, desta vez Kevin Magnussen estava lento quando ocorreu a batida com Giovinazzi. A falta de espaço durante aquela largada prejudicou o piloto da Haas, além de outros competidores.
No início da corrida Romain Grosjean já sabia que a prova não seria fácil, pois havia danificado o carro na largada. Após a primeira bandeira vermelha, o francês não tinha ideia se poderia retornar para a pista, pois o carro estava bem danificado, mas quando optaram por participar da relargada, sabiam que batalhar pelos pontos, não seria uma tarefa fácil. Perdendo quase dois segundos por volta, Grosjean só terminou a prova obtendo o P12.
Williams
Mais uma vez na temporada que George Russell figura na zona de pontuação, mas não consegue o resultado. Vamos aos fatos, a Williams não passou para o Q2, mas por conta dos abandonos, Russell pode ir avançado, chegou a correr entre os dez. Mas a segunda bandeira vermelha acabou por prejudicar o piloto, pois por conta da aproximação, o piloto não conseguiu segurar as investidas de Sebastian Vettel.
Russell quer estes pontos pois sabe que a equipe merece, além dele mesmo que vem realizando um bom trabalho com o equipamento que tem disponível.
Ainda andando nas últimas posições, a melhor chance foi este décimo lugar. Infelizmente Latifi esteve envolvido no incidente da relargada que custou a sua permanência na prova e foi mais uma vítima deste incidente.
É duro, mas a realidade da Williams é ainda de fim de pelotão. Simon Roberts assumiu a função de chefe de equipe e comandou os trabalhos após a saída de Claire Williams do time após o GP da Itália.
Confira o Podcast sobre o GP da Toscana!
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— Formula 1 (@F1) September 13, 2020