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Raio-X do GP da França – Aquele vencido por Verstappen, com outro abandono de Leclerc

Liderando a prova, Leclerc cometeu um erro e abandonou a corrida. Verstappen teve a oportunidade de liderar e emplacar outro bom resultado

O GP da França foi disputado neste fim de semana, a corrida dá início a segunda metade do Campeonato. Tivemos um típico fim de semana em Paul Ricard, testes sendo realizados pelas equipes, pois muitos introduziram novas atualizações.

O fim de semana também foi agitado na pista pela necessidade de verificar a durabilidade dos pneus. A Europa está passando pelo verão e a onda de altas temperaturas invadiram diversos países. A França não foi excluída, na pista durante os três dias de atividade, as temperaturas no asfalto passavam de 50°C, com mais de 30°C no ambiente.

O calor mostrou rapidamente que os pneus macios não seriam utilizados durante a corrida, mas obviamente cumpriram a sua função durante a classificação. Charles Leclerc conquistou a pole no sábado, mas contou com ajuda de Carlos Sainz – pois o espanhol tinha uma punição para lidar no grid de largada do domingo.

Corrida iniciada, Leclerc começou muito bem, liderando a prova, colocou a Red Bull para pensar em uma estratégia melhor que desse oportunidade para Max Verstappen buscar a vitória. O holandês forçou no primeiro stint, tentou usar o DRS como aliado na disputa com Charles Leclerc, só que Max não esperava que a vitória fosse cair em seu colo.

Leclerc bateu sozinho, duas voltas após Verstappen trocar os seus pneus. O monegasco abandonou a prova e deixou o adversário acumular mais pontos.

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O saldo para a Red Bull foi extremamente positivo, enquanto Leclerc abandona outra prova onde claramente a vitória era do monegasco.

Sobre o Campeonato de Construtores, o resultado obtido pela dupla da Alpine na prova foi superior ao obtido pela McLaren. Correndo em casa a Alpine assume a quarta posição e soma 93 pontos, contra 89 do time Papaya.

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O circuito que é naturalmente usado para testes, revelou as forças do Campeonato, pareceu justo a Alpine ultrapassar a McLaren, pois o time francês tem conseguido bons resultados e mantido uma regularidade, algo bem diferente do que a McLaren tem oferecido. A Haas ainda é um carro com problemas e naturalmente ficou mais uma vez abaixo do Top-10.

Com um breve descreme sobre o fim de semana, agora comento individualmente a percepção e atuação dos times em Paul Ricard.

RED BULL

Max Verstappen aproveitou o abandono de Charles Leclerc para contabilizar a sétima vitória da temporada 2022 – Foto: reprodução Red Bull

Desde a sexta-feira ficou claro que a disputa entre Red Bull e Ferrari seria resolvida no detalhe, Max Verstappen, Carlos Sainz e Charles Leclerc tinham ritmos parecidos. O holandês se mostrou frustrado em alguns momentos, principalmente com o carro saindo de frente. A Red Bull buscava um equilíbrio melhor do carro, mas não conseguiram resolver o problema, mas de qualquer forma Verstappen andou na frente.

Desde as últimas atualizações introduzidas no RB18, Sergio Pérez tem demonstrado um descontentamento com o carro, no TL1 o mexicano foi apenas P6 e no TL2 enfrentou um problema na suspensão, que acabou comprometendo o seu tempo de pista.

Verstappen não conquistou a pole, mas tinha um carro muito veloz. Faltou um pouco de aderência e ritmo para o holandês, além disso, a Ferrari pode fazer um jogo de equipe para ajudar Leclerc a conquistar a pole. Apesar de toda a dificuldade enfrentada com o RB18, Pérez conseguiu o terceiro lugar na classificação, sendo uma boa posição para a largada.

A Red Bull também demonstrou ao longo do fim de semana que tinha um ritmo de corrida melhor, algo que alimentou a confiança deles para a prova. Max Verstappen largou bem, mas não conseguiu a ponta, o holandês foi cozinhado por Leclerc que liderava a prova. A Red Bull começou a pensar em meios para ganhar a posição do monegasco, mesmo o undercut não sendo muito efetivo na França.

Verstappen fez a sua troca de pneus na volta 16, mesmo perdendo algumas posições, sabia que os outros adversários estavam se aproximando da sua parada. O holandês não precisou se esforçar muito, pois duas voltas depois Leclerc abandonou a prova e por consequência o Safety Car foi ativado. Os outros competidores pararam e a liderança da corrida caiu no colo do holandês.

Ao longo da prova bastou Verstappen administrar sua corrida até o final, Lewis Hamilton não conseguiu ameaçar a vitória do holandês – que rumou para a conquista da sua sétima vitória da temporada 2022. Com o pit-lane muito longo em Paul Ricard, os pilotos se focaram na conservação dos pneus, para não precisar de uma segunda parada.

Sergio Pérez foi ultrapassado por Lewis Hamilton na largada, o mexicano tentou buscar o inglês, mas começou a degradar os seus pneus. Para a Red Bull o terceiro lugar de Pérez já colaboraria muito com o time, principalmente após o abandono de uma das Ferraris, mas o piloto foi ultrapassado por George Russell no final da prova.

O britânico tinha Pérez na mira, tanto que os dois se tocaram em um momento da prova. Após a ativação do Virtual Safety Car, o mexicano reduziu muito a velocidade, já em bandeira verde Russell fez a ultrapassagem e assumiu o terceiro lugar. Depois a Red Bull explicou que durante o Safety Car ocorreu uma falha no software, mantendo Pérez mais tempo do que deveria em velocidade reduzida e comportamento em bandeira amarela. Mesmo com o quarto lugar conquistado o saldo para a Red Bull foi muito bom.

Pérez novamente extravasou os limites de pista, cortou um trecho da pista ganhando vantagem e foi bem duro na disputa com Russell, mas a direção de prova não interveio, deixando a disputa acontecer normalmente, mesmo com o britânico reclamando da conduta do mexicano.

FERRARI

Mesmo com a grande corrida de recuperação de Carlos Sainz, a imagem que marca o fim de semana é justamente a do abandono de Charles Leclerc – Foto: reprodução

A Ferrari também chamou a atenção pelo ritmo, principalmente o de classificação. O início das atividades em Paul Ricard revelou uma equipe italiana forte. Carlos Sainz tinha um desafio pela frente, a Ferrari precisava avaliar a troca do seu motor, pois na Áustria a unidade de potência pegou fogo. Na sexta-feira mesmo o espanhol tomou conhecimento de uma punição pela troca da central eletrônica, rendendo a perda de dez posições no grid de largada.

Para o sábado a Ferrari concluiu a troca da unidade de potência usada por Carlos Sainz, mas o piloto optou por ajudar Leclerc durante a classificação. Sainz tinha um bom ritmo, talvez se não fosse a punição, teria condições de brigar pela pole, principalmente após a volta aferida no Q2. O espanhol avançou até o Q3 e colaborou com o time, tentando fornecer para a equipe a melhor condição no domingo, mesmo sabendo que teria que fazer uma prova de recuperação.

Leclerc fez uma boa largada e o ritmo de corrida da Ferrari era bem animador. O monegasco conseguiu conservar a ponta mesmo com as investidas de Max Verstappen, enquanto Carlos Sainz fazia a sua escalada no grid e chegava ao Top-10 na décima segunda volta. A Ferrari tinha tudo para ganhar a corrida, mas perdeu a ponta quando o carro de Leclerc desestabilizou e o monegasco bateu na barreira de contenção.

Após a batida Leclerc mencionou o acelerador do carro, na Áustria o piloto já tinha lidado com esse problema, mas venceu a prova. Na sequência o monegasco atribuiu o erro para ele, como se não tivesse controlado o carro. É uma situação que a Ferrari avaliará até a Hungria. O carro se mostrou competitivo além do esperado, então mesmo com o abandono de Leclerc, a equipe viu pontos positivos na performance dos dois carros.

No desespero de tentar retornar para a pista depois do acidente, Leclerc deixou o carro apagar, sem chances de conseguir retornar para os boxes.

Carlos Sainz fez novamente uma corrida espetacular e mereceu o ‘título de piloto do dia’. O espanhol esteve fazendo ultrapassagens, negociando espaço em pista e quase terminou a prova no pódio. O espanhol só sentiu um pouco frustrado com a segunda parada realizada pela Ferrari, Sainz trocou diversos rádios com a equipe até fazer a substituição dos pneus. O piloto foi chamado para os boxes pouco depois de conquistar o terceiro lugar que era de Pérez – a Ferrari fez a manobra acreditando que Sainz não conseguira resistir até o final da prova com os pneus médios, principalmente correndo contra piloto que contavam com pneus duros.

O espanhol ainda foi punido com cinco segundos pela liberação insegura da Ferrari durante o pit-stop, o espanhol foi liberado em cima de Albon. Mesmo sem o pódio, Sainz acumula mais pontos e não deixa a Ferrari sair ‘lisa’ da França.

MERCEDES

Mercedes forma dobradinha na França, com Hamilton em segundo, acompanhado por Russell – Foto: reprodução Mercedes / Daimler

Estão progredindo! Acho que essa é a frase que melhor define a Mercedes em Paul Ricard. O circuito não era muito animador para o time, principalmente pelas últimas performances, mas foram ganhando confiança com os treinos livres. Na sexta-feira o time não teve muita oportunidade para avaliar o ritmo de corrida, mas em classificação, com o tanque de combustível mais baixo, gostaram das marcas obtidas.

Nyck de Vries andou no carro de Lewis Hamilton durante o TL1, fazendo sua avaliação como ‘jovem piloto’. O holandês gostou do que viu no W13 e da forma como guiou.

Na classificação Hamilton conquistou o quarto lugar e se sentiu bem com o resultado obtido, mesmo com o seu carro ficando separado por cerca de 0s800 do pole. George Russell também fez uma classificação forte, mas cometeu um erro na última volta do Q3, ficando então com o sexto lugar para a largada.

O pacote usado pela Mercedes é rápido, a equipe aproveitou Paul Ricard para testar níveis diferentes de asa traseira e ficaram surpresos com o que os pilotos conseguiram fazer no sábado. E no domingo o que era bom, ficou ainda melhor, a equipe conquistou um pódio duplo, o primeiro da temporada 2022.

Lewis Hamilton obteve o P2, o britânico fez uma grande largada e assumiu a terceira posição depois de surpreender Pérez na largada. Com o abandono de Leclerc, Hamilton assumiu a segunda posição, ele até tentou desafiar o holandês, mas foi administrando a sua corrida. Em termos de confiabilidade o equipamento da Mercedes se destaca.

George Russell teve um desafio maior para ficar com o pódio. O britânico precisou enfrentar Fernando Alonso, tendo uma disputa interessante com o espanhol. Com a corrida avançando, Russell enfrentou Pérez, os dois pilotos até se choraram e o mexicano atrapalhou o piloto da Mercedes, mas após a ação do virtual Safety Car, Russell assumiu o terceiro lugar.

A Mercedes entrará em férias, certamente mais aliviada com os progressos que conseguiu até este momento do campeonato. O carro ainda não pode alcançar os rivais, mas novamente mostra que é a terceira força com tranquilidade.

ALPINE

O bom resultado de Fernando Alonso, combinado ao de Esteban Ocon, colaborou para a Alpine superar a McLaren no Campeonato de Construtores – Foto: reprodução Alpine

Correndo em casa a Alpine tinha muita expectativa para conseguir um bom resultado correndo diante da sua torcida. O time francês fechou o domingo ultrapassando a McLaren no Campeonato de Construtores e agora soma 93 pontos que foram coletados por Fernando Alonso e Esteban Ocon.

A sexta-feira começou difícil para a Alpine, com os carros abaixo do Top-10, mas em um grande período de verificações do comportamento do carro em voltas de simulação de corrida e classificação.

Na classificação Fernando Alonso conseguiu avançar para o Q3, conquistando a sétima posição e mesmo com Esteban Ocon ficando com o 12º lugar, o francês teve a oportunidade de começar a corrida em 10º por conta das punições atribuídas a Carlos Sainz e Kevin Magnussen.

Fernando Alonso teve uma reação forte na largada e P7, rapidamente assumiu o quinto lugar. O piloto só não tinha velocidade para acompanhar o ritmo da Red Bull e na sequência foi pressionado por George Russell. Por outro lado, Esteban Ocon que também teve um ataque agressivo na largada acertou Yuki Tsunoda fazendo o japonês rodar. Pelo lance o francês foi punido com cinco segundos.

A corrida seguiu e mesmo com Alonso sem chances de brigar pelas posições à frente, terminou a prova no sétimo lugar. Ocon fez uma prova forte, mesmo não aparecendo muito, mas ainda ultrapassou Daniel Ricciardo e mesmo a punição buscou um resultado melhor nos pontos.

O saldo para a Alpine é forte e depois da França, eles mostram que podem se consolidar como 4ª força, principalmente pelas inconsistências no ritmo da McLaren e a pista de Paul Ricard mostrou que a Alpine tem um equipamento bom para o encerramento da temporada.

MCLAREN

Lando Norris e Daniel Ricciardo conseguiram conquistar pontos na França, mas o time Papaya foi superado pela Alpine – Foto: reprodução

A McLaren levou um bom pacote de atualizações para o MCL36, então o time Papaya estava roubando a atenção em Paul Ricard. A sexta-feira foi animadora para o time, principalmente com os carros ficando durante as duas sessões dentro do Top-10, algo que não vem acontecendo com tanta frequência com a McLaren.

Esse novo pacote introduzido pela McLaren será trabalhado durante as próximas corridas para aperfeiçoar a performance do carro, algo semelhante com o que foi realizado pela Ferrari, onde agora o time continuará no aperfeiçoamento dos ajustes para a melhor utilização das novas peças.

Na classificação realizada no sábado tivemos uma boa competição do meio do pelotão, Lando Norris avançou para o Q3, enquanto Daniel Ricciardo ficou preso no Q2, mas o australiano foi beneficiado com as punições de Sainz e Magnussen.

O carro da McLaren não era muito bom para algumas brigas na pista, mas conseguiu se manter dentro do Top-10 durante a prova. Norris tentou brigar com Russell no começo da prova, mas depois precisou recuar, pois o grande foco da corrida estava na dupla da Alpine. A alta taxa de degradação dos pneus comprometeu a performance da McLaren.

Lando salvou o P7 para a equipe, enquanto Daniel Ricciardo tentou conservar o oitavo lugar, mas próximo do final da corrida foi ultrapassado por Esteban Ocon. A McLaren estava ciente da Alpine, então pediu para Ricciardo se manter atrás de Norris usando o DRS. O ritmo dos pilotos era parecido e em alguns momentos o australiano se mostrou mais rápido, justamente pelo benefício de usar o DRS em várias voltas. Ricciardo também foi instruído para poupar os pneus, mas perdeu a posição para Ocon e nas últimas voltas da prova até correu o risco de uma aproximação dos pilotos da Aston Martin.

O desempenho da McLaren segue como um ponto de atenção e eles estão contando com o ganho que esse novo pacote pode fornecer, mas é importante lembrar que todos os seus rivais também estão evoluindo o carro.

ALFA ROMEO

Sem pontos e um fim de semana com novos problemas aparecendo no C42 – Foto: reprodução Alfa Romeo

A Alfa Romeo não esteve apita a brigar pelo Top-10 durante o fim de semana, logo nos treinos livres dava para perceber que a equipe tinha muitas coisas para resolver, mesmo com os pilotos confortáveis com o comportamento do carro. Robert Kubica avaliou o carro no TL1 e ofereceu uma outra perspectiva sobre o C42.

A batalha pelo pelotão intermediário também se mostrava muito intensa e só aqueles que encontraram um diferencial, pontuaram em Paul Ricard. Na classificação a equipe não conseguiu colocar nenhum dos seus carros no Q3, enquanto Zhou Guanyu foi eliminado logo no Q1. Com a punição de Magnussen e Sainz a equipe acreditava que poderia tirar algum proveito, mas o domingo foi igualmente difícil.

Zhou se envolveu em um acidente com Schumacher, onde precisou de um pit-stop adicional para realizar a troca da asa dianteira, perdendo assim muito tempo, pois o pit-lane de Paul Ricard é muito grande. Nas últimas quinze voltas o carro de Zhou começou a enfrentar problemas com a unidade de potência, o piloto chinês tentou algumas mudanças, mas nada surtiu efeito, então optaram por abandonar a corrida.

Novamente eles não conseguem passar um fim de semana sem lidar com alguma questão problemática, os problemas de falta de confiabilidade atingem a equipe e provavelmente, assim como Bottas, Zhou sofrerá uma punição por troca de motor. Sobre o toque com Schumacher, o piloto estava tentando defender a sua linha, mas o toque aconteceu, sendo uma fatalidade.

Como foi relatado por vários pilotos, a corrida foi muito longa e o desgaste foi sentido. Na largada o finlandês perdeu posições e não conseguiu chegar se quer próximo do Top-10, mesmo com os cinco abandonos que tivemos ao longo da prova.

Para a Hungria a Alfa Romeo fornecerá um novo conjunto de atualizações para o C42. Na França a equipe já tinha em seu carro uma nova embreagem, fornecida pela Ferrari aos carros que utilizam o motor da Ferrari.

HAAS

Kevin Magnussen passou por troca de motor, prejudicando o desenrolar do seu fim de semana – Foto: reprodução Haas

A Haas estava vindo de finais de semana bem produtivos, os pilotos estão ansiosos pelo grande pacote de atualizações que será entregue para a Hungria. O motor usado por Kevin Magnussen foi trocado e por exceder o limite de trocas permitidas na temporada, o piloto foi forçado a começar a corrida do final do pelotão.

Assim como a Ferrari que usou Carlos Sainz para colaborar com a classificação de Charles Leclerc, a Haas esperava a mesma colaboração entre Magnussen e Schumacher. O alemão tinha aferido uma boa volta, mas na sequência o seu tempo foi deletado por exceder os limites de pista. A Haas então seguiu com Magnussen até o Q3, mas não deixou os boxes na última parte da classificação, pois começaria a prova do último lugar.

Na corrida os dois pilotos não conseguiram fazer muito, no primeiro stint com os pneus médios, Schumacher não conseguiu se sair bem, mas Magnussen até avançou no pelotão, só que também se envolveu em toque com Nicholas Latifi. O Safety Car bagunçou as estratégias da equipe e com isso prejudicaram todo o ritmo da prova. Schumacher ainda se envolveu em um incidente com Zhou, que também prejudicou o seu ritmo de prova.

Magnussen lutou com o carro e como não existia mais perspectiva para avançar no grid, por conta da alta taxa de degradação dos pneus, recolheram o seu carro e ele não completou a prova. Schumacher ainda permaneceu na pista, mesmo com todas as dificuldades, mas aproveitou o momento para a coleta de dados e a projeção para as próximas corridas.

Os pilotos esperavam uma atuação melhor, mas a Haas está mais que ciente desses altos e baixos ao longo da temporada.

ALPHATAURI  

Tsunoda era o piloto com mais chances de pontuar, mas ao ser tocado no início da corrida, viu o restante da prova ser desperdiçado – Foto: reprodução AlphaTauri

A AlphaTauri contou com novas peças, elas primeiro foram avaliadas por Pierre Gasly e como o carro retornou ao Top-10, as primeiras análises do pacote aerodinâmico deram um incentivo para a equipe. Tsunoda também contou com o conjunto de peças depois dos testes realizados por Gasly, mas o japonês levou mais tempo para se habituar com o novo pacote.

A ideia de enviar para a pista dois carros com peças diferentes, ajudou a AlphaTauri compreender melhor o funcionamento do novo pacote e realizar uma comparação mais direta.

Nos treinos livres a AlphaTauri estava lidando com o superaquecimento dos pneus, principalmente nas curvas de raio longo, algo que precisou ser avaliado para o restante do fim de semana e para a corrida.

A classificação é o primeiro passo para a AlphaTauri conseguir pontos no domingo, mas Pierre Gasly ficou preso no Q1, onde não foi nada competitivo. Por outro lado, Yuki Tsunoda representou a equipe italiana no Q3, com a equipe optando por uma outra abordagem para o equilíbrio do carro.

A melhor chance de a equipe conquistar pontos era com Yuki Tsunoda, mas o piloto foi abalroado por Ocon no começo da prova e ao cair para o final do pelotão perdeu todas as chances de brigar por pontos. Tsunoda abandonou a prova no que seria o início da rodada de troca de pneus, pois não compensava mais se manter na pista e não ter chances de brigar por pontos.

Gasly fez uma corrida tentou buscar algumas disputas em pista, mas sofreu com a aderência dos pneus e o comportamento do carro nas curvas de alta. A sua participação se resumiu a coletar dados que podem ajudar a equipe na compreensão do comportamento do carro com novas peças e o motivo para Gasly ter perdido tanto desempenho da sexta-feira para o sábado. Novamente a equipe encerra uma etapa sem pontos, completando a quarta etapa com os mesmos 27 pontos.

ASTON MARTIN

Mesmo com uma classificação ruim, Lance Stroll salvou um ponto para a Aston Martin – Foto: reprodução

Outro início de fim de semana caótico para a Aston Martin. Isso fez até mesmo Sebastian Vettel dizer que tinha andado um pouco mais rápido com o carro comemorativo da Aston Martin, do que com o AMR22 durante os treinos livres.

A Aston Martin aproveitou a sexta-feira para realizar testes aerodinâmicos e o ritmo de corrida do seu carro parecia um pouco melhor, mas o de classificação ainda estava bem prejudicado. Com a batalha intensa que ocorre no meio do pelotão, a equipe já tinha ideia de que seria um fim de semana complicado.

A equipe que está tentando fazer Sebastian Vettel permanecer, viu o piloto alemão avançar para o Q2 e ficar um pouco mais animado com o desempenho do carro, mas Lance Stroll foi mais uma vez eliminado no Q1. A dificuldade para a corrida estava em gerir os pneus, algo que todas as equipes teriam que enfrentar, por conta das altas temperaturas.

Lance Stroll realizou uma grande largada e na primeira volta já estava na décima posição, isso deu para a Aston Martin a possibilidade real de acreditar que poderia fechar o fim de semana com pontos. Nas últimas voltas da prova o canadense aproveitou para se aproximar de Daniel Ricciardo, buscando a nona posição, pois o australiano fora ultrapassado por Ocon e estava com os pneus degradados. Mesmo não conseguindo o feito, faturou um ponto para a Aston Martin.

Vettel não conseguiu fazer o mesmo, ficou preso no tráfego e perdeu desempenho, mas o ritmo de corrida não foi tão ruim, mesmo com a falta de aderência. O alemão quase concluiu a ultrapassagem em Stroll na última volta, mas foi mais pelo fator da batalha, do que pelo ponto que estava em jogo.

A melhor opção para a Aston Martin foi trabalhar com a estratégia de uma parada, evitando o longo pit-lane de Paul Ricard. O time britânico, assim como a Mercedes ao menos pode contar com uma boa confiabilidade do motor e do carro, essa não é a questão, mas o grande problema ainda está em conseguir contar com um bom desempenho do equipamento.

WILLIAMS

Alexander Albon vinha apresentando um bom ritmo. O GP da França pode ajudar a Williams a progredir com o desenvolvimento do seu pacote – Foto: reprodução Williams

Alexander Albon chamou a atenção na sexta-feira, pois o tailandês fez algumas aparições no Top-10, só perdendo espaço para outros pilotos por conta da evolução da pista. Por outro lado, Nicholas Latifi não conseguiu extrair muito do carro, mas também não responsabilizava as novas peças ao problema que estava enfrentando.

Na classificação foi muito positivo ver Albon avançando para o Q2, que conseguiu extrair muito do carro e do novo pacote aerodinâmico, mas também chamou a atenção para os ventos. Latifi voltou a ocupar a última posição do grid e ainda cometeu um erro em sua volta, pois foi surpreendido por uma rajada de vento.

No domingo os dois pilotos sentiram o carro mais competitivo, mas Latifi não terminou a prova pois se envolveu em incidente com Kevin Magnussen e pouco depois precisou abandonar a prova. Em corrida Latifi sentiu que essa atualização da Williams é promissora e a equipe vai trabalhar para melhorar as configurações.

Albon esteve envolvido em disputas na pista durante a maior parte da prova, mas o consumo dos pneus se mostrou bem alto. O tailandês conseguiu a décima terceira posição e dados que a equipe vai analisar, principalmente antes da Fórmula 1 rumar para as suas férias.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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