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Mesmo com as altas temperaturas, previsão da Pirelli se cumpre na França

As altas temperaturas foram a grande preocupação do fim de semana, mas os pneus resistiram e times trabalharam com apenas uma troca de pneus

As altas temperaturas em Paul Ricard foram um problema durante todo o fim de semana. A alta degradação dos compostos chamou a atenção durante os treinos livres, mas a Pirelli apostou em apenas uma parada. Ao longo da corrida alguns compostos apresentaram bolhas, justamente pelas altas temperaturas.

Max Verstappen venceu a prova realizando apenas uma parada, foram poucos os competidores que realizaram duas trocas de pneus. O holandês foi chamado aos boxes na 16ª volta e por conta da proximidade do grid perdeu várias posições. Duas voltas depois, Charles Leclerc estampou o muro de contenção, provocando a entrada do Safety Car. Os outros pilotos seguiram para os boxes realizando as suas paradas obrigatórias e Verstappen assumiu a liderança.

Assim como previsto pela Pirelli, grande parte dos times ficaram na zona de segurança e mesmo com a alta degradação dos pneus, realizaram apenas uma parada – Foto: reprodução Pirelli

Com os pneus duros os pilotos realizaram um stint longo, Verstappen completou 36 voltas com esse composto. O Safety Car influenciou nas paradas, onde vários pilotos conseguiram neutralizar a sua troca de pneus por conta da bandeira amarela em todo o circuito.

Apenas três pilotos começaram a prova usando os pneus duros, foram eles: Carlos Sainz, Pierre Gasly e Valtteri Bottas. O piloto espanhol contou com a boa performance do carro da Ferrari para realizar as ultrapassagens e quase conquista um pódio. No Safety Car, Sainz substituiu os pneus duros pelos médios, realizando um stint de 24 voltas com o pneu de faixa amarela, antes de realizar uma segunda troca de pneus e usar outro conjunto de médios.

Sainz tinha concluído a ultrapassagem em Sergio Pérez, assumindo a terceira posição, mas na sequência a Ferrari chamou o espanhol novamente para os boxes. O piloto ficou um pouco frustrado por ter terminado a corrida fora do pódio, pois tinha conseguido fazer muito com os pneus médios e acreditava ser possível terminar a corrida com eles. A equipe ficou mais preocupada com a vida útil dos pneus usados pelo espanhol, pois Sainz estava brigando com pilotos que usavam os pneus duros.

Na parada Sainz caiu para o nono lugar e precisou remar mais uma vez até chegar ao quinto lugar. O piloto tinha cerca de 20 segundos separando-o de George Russell e Sergio Pérez, pois em sua parada o piloto já cumpriu a punição de cinco segundos. Sainz se sentiu frustrado, mas compreendeu a estratégia.

Além de Sainz, Bottas, Schumacher, Zhou, Latifi e Magnussen realizaram duas paradas. Todos os outros ficaram abaixo do top-10, Schumacher teve uma corrida caótica com toques e baixa performance, assim como Zhou. Latifi e Magnussen foram forçados a abandonar a corrida. Bottas fez dois stints usando os pneus duros, antes de instalar os compostos médios na volta 36, mas não apareceu no Top-10, terminando a corrida apenas na décima quarta posição.

Esperávamos uma corrida até mais movimentada, com os times realizando mais paradas como aconteceu na Áustria. O abandono de Leclerc deixou a passagem livre para Verstappen apenas administrar a corrida e conquistar a sua sétima vitória da temporada. Antes, a Red Bull estava avaliando com estratégia e a performance de Verstappen, o melhor momento para o holandês atacar o monegasco. Talvez se Leclerc tivesse permanecido em pista, a Red Bull ariscasse uma segunda parada, provocando um ‘efeito manada’ no restante do pelotão.

A Red Bull e a Ferrari deixaram pneus diferentes disponíveis para os seus pilotos na prova. Verstappen contava com dois jogos de pneus duros e um médio, enquanto Leclerc tinha dois médios e um composto duro – Foto: reprodução Pirelli

A corrida foi bem no estilo da França, uma prova muito mais técnica e cerebral, mas ainda tivemos uma certa movimentação na pista, como a disputa de Sergio Pérez e George Russell pela terceira posição. Paul Ricard também serviu para avaliar os carros e a sua performance e também ajudou os times a compreender as forças no pelotão, para essa segunda metade de temporada.

A McLaren voltou a pontuar com os dois carros, mas Daniel Ricciardo foi ultrapassado por Esteban Ocon. O piloto australiano passou toda a corrida grudado em Norris, tentando usar o DRS em momentos estratégicos para evitar os ataques dos adversários. Ricciardo também foi instruído pela equipe a conservar os pneus para o trecho final da prova. Esteban Ocon ganhou o oitavo lugar ao ultrapassar Ricciardo na volta 45. Como o resultado da Alpine foi superior nesta etapa, o time francês assume a quarta posição do Campeonato contando com 93 pontos, contra 89 da McLaren.

Os pneus da rodada

C2 (duro – faixa branca): esse composto foi ideal para os pilotos que apostaram na estratégia de apenas uma parada. Os compostos duros tinham uma maior durabilidade e performance mais consistente. Verstappen conseguiu completar 36 voltas com os pneus duros. A Red Bull tinha reservado dois pneus duros para o holandês usar na corrida, mas ele utilizou apenas um desses compostos.

C3 (médio – faixa amarela): os pneus médios foram a escolha de grande parte do grid para começar a prova. Com os carros mais pesados, o seu consumo foi mais acentuado, mas o pneu era uma opção mais resistente do que os pneus macios e mais rápida que os duros. Sainz fez o pneu médio durar 24 voltas em seu carro, esse composto quase ajudou o piloto da Ferrari a conquistar um pódio neste sábado.

C4 (macios – faixa vermelha): os pneus macios não foram usados na corrida, após os treinos livres e classificação, ficou claro que eles degradavam muito rápido e sofreriam de forma mais intensa com o calor.

Pneus usados durante a corrida e os maiores stints realizados – Foto: reprodução Pirelli

“Nestas condições muito quentes que atingiram 57°C de temperatura na pista, pensamos que duas paradas nos boxes poderiam ser favorecidas. Mas no final, de acordo com nossa previsão inicial, apenas uma parada foi necessária – o caminho mais rápido no papel – graças à capacidade dos compostos duros e médios de lidar com essas condições exigentes. Houve um alto grau de degradação como esperávamos nessas temperaturas, e algumas bolhas: mas nada que comprometesse o desempenho e a integridade dos pneus aqui, em outra corrida emocionante e imprevisível”, disse Mario Isola da Pirelli.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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