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Preview do Emilia-Romagana – Fase europeia é iniciada com Piastri na liderança e novidades para prova em Ímola

A McLaren inicia a segunda rodada tripla do ano na liderança, mas agora é o momento esperado para uma reação dos seus adversários. Além disso, Colapinto estreia com a Alpine, enquanto a Pirelli utilizará pela primeira vez o pneu C6 em um evento da temporada 2025

O GP da Emilia-Romagna será disputado neste fim de semana, a corrida em Ímola abre o início da fase europeia no calendário, além de ser o começo da segunda rodada tripla do ano.

Mais perto das fábricas e com o GP da Espanha se aproximando, esse é o momento que as equipes devem instalar mais peças em seus carros, fazendo modificações no projeto para melhorar o desempenho.

Para a prova no Circuito de Barcelona-Catalunha, ainda existe a expectativa relacionada a alteração da asa dianteira e um maior rigor que a FIA implementará para evitar o uso de asas flexíveis pelas equipes.

O campeonato parte para a 7ª etapa do ano, enquanto a McLaren está fazendo o dever de casa e venceu as últimas três corridas. Na realidade, a equipe britânica já coleciona quatro vitórias com Oscar Piastri e uma com Lando Norris, fazendo com que eles somem 246 pontos até o momento.

O desempenho apresentado por Piastri tem chamado a atenção, o piloto além de fazer ótimas corridas, não se intimida com o companheiro de equipe ou com as ameaças de Max Verstappen em algumas ocasiões. Desde o Bahrein, Piastri conhece apenas o lugar mais alto do pódio e soma 131 pontos.

Norris não venceu mais desde a abertura do campeonato, a exceção é a prova Sprint em Miami, mas a estratégia na corrida favoreceu o resultado. No entanto, o britânico tem tentado participar dos pódios e formar dobradinhas, somando 115 pontos até o momento.

Enquanto Piastri progrediu muito de um ano para o outro, Norris deixou a desejar em alguns momentos. Com isso, Verstappen saí no lucro, pois tem tirado pontos importantes do adversário e chega para a sétima rodada com 99 pontos acumulados.

George Russell também tem orbitado entre os primeiros colocados, o britânico já participou de quatro pódios neste ano e soma 93 pontos. A Mercedes também tem se aproveitado para capitalizar pontos deixados pela McLaren, mas principalmente pela Red Bull.

Nessa altura do campeonato a Ferrari ainda não conseguiu se entender com o carro. O equipamento em prova Sprint é uma coisa, mas nas corridas longas, a ação é completamente diferente. Nos próximos eventos a ideia é trazer novas peças que vão fazer parte de um pacote de atualização maior, para ser possível melhorar o ritmo.

Por enquanto é Charles Leclerc que figura na 5ª posição do Mundial de Pilotos, com 53 pontos, mas é ameaçado por Andrea Kimi Antonelli com 48 pontos na sexta posição. O italiano parece estar pegando a mão do equipamento e já obteve uma pole na Sprint em Miami.

Foi nesse momento do calendário que a McLaren apresentou o ponto de virada no campeonato passado. As atualizações realizadas em Miami e Ímola ajudaram o time a tomar fôlego e emplacar bons resultados, colaborando para que eles conquistassem o Mundial de Construtores.

LEIA MAIS: Saída de Oliver Oakes da Alpine está ligada à prisão do irmão

A novidade do evento deste fim de semana é a presença de Franco Colapinto no carro da Alpine. O time francês optou por realizar a substituição de Jack Doohan e dar a oportunidade ao argentino. No entanto, o competidor só está garantido pelas próximas cinco corridas, depois disso será realizada uma nova avaliação.

Ainda na Alpine, não será mais visto Oliver Oakes como chefe de equipe, pois ele optou por deixar o time, após o seu irmão ser preso. Desta forma é Flávio Briatore que estará na liderança a partir de Ímola.

O Circuito e Pneus

O Autódromo Enzo e Dino Ferrari sediou uma corrida da F1 pela primeira em 1980, quando apareceu no calendário como GP da Itália. Aquela foi a única ocasião em 75 anos de história da Fórmula 1 que Monza ficou de fora do calendário.

A F1 decidiu que tinha espaço para duas provas na Itália, então de 1981 até 2006, o circuito de Ímola apareceu no calendário, mas com o nome de GP de San Marino. Foi na época da pandemia que Ímola ganhou uma sobrevida para a F1, com a dificuldade para realizar as suas provas e manter o calendário daquele ano, a categoria recorreu aos circuitos que ainda poderiam abrigar a Fórmula 1, mas que estavam fora do radar.

Mesmo sendo uma pista estreita e de difícil ultrapassagem, é um dos circuitos icônicos, desta forma, a categoria permitiu ter Ímola por mais alguns anos. Na temporada de 2022 a Sprint foi disputada por lá, mas em 2023 a prova precisou ser cancelada por conta das chuvas fortes que atingiram a região e afetou várias pessoas.

O traçado de Ímola é bem sinuoso e pune os pilotos que não estão tão bem-preparados. A pista tem características de um traçado antigo, principalmente por cobrar muita técnica e os trechos mais estreitos não deixam margem para erro. Se o piloto perder o controle do carro, acaba direto no muro de contenção.

Ímola oferece velocidade, mas é formado por curvas rápidas e estreitas. A pista conta com 4.909 km e desafia os pilotos que precisam realmente mostrar as suas habilidades.

As zebras altas, também são uma forma rápida e efetiva de punir os pilotos que vão além. Esse é um circuito que o competidor precisa ter muita cautela, para evitar danos no equipamento, especialmente no assolho. Os setores são técnicos e existem trechos de alta velocidade, esse é um circuito que testa o piloto e está no gosto de muitos, afinal, poucos circuitos atuais têm essa combinação tão precisa.

Uma das coisas mais legais nesses circuitos clássicos, são o nome das curvas. Esqueça curva 1, 2 e 3, em Ímola elas contam com nomes e isso acaba engrandecendo o traçado. Ímola passou por diversas mudanças ao longo dos anos, uma forma de oferecer mais segurança por conta dos acidentes. Por ser um circuito veloz, foi necessário criar alguns pontos de freada. Depois dos acidentes fatais de Ayrton Senna e Roland Ratzenberger, além da batida de Rubens Barrichello também em 1994, Ímola passou por uma grande reforma, onde mais chicanes foram adicionadas e outros trechos tiveram que ser redesenhados.

Circuito do GP da Emilia-Romagna – Foto: reprodução Fórmula 1

Como as ultrapassagens ficaram difíceis de acontecer depois das alterações, somado a um traçado estreito, para carros que foram crescendo cada vez mais, a solução foi realizar mais uma porção de alterações para aumentar a competitividade.

Com apenas uma zona de ativação do DRS, se classificar bem é extremamente importante neste traçado. Além disso, o trabalho realizado pelas equipes nos boxes pode significar um bom ou um péssimo resultado para o piloto. A parada é lenta em Ímola, desta forma é necessário reagir rapidamente se surgir um Safety Car em pista.

Com relação aos pneus, essa é a primeira vez que o composto C6 – mais macio, será fornecido pela Pirelli. Optaram por uma mudança para a corrida deste ano, avançando na gama de pneus e tornando ela mais macia que a temporada passada. Os competidores vão então trabalhar com os pneus C4 (duro – faixa branca), C5 (médio – faixa amarela) e C6 (macio – faixa amarela).

Pneus do GP da Emilia-Romagna – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock

Diferente das provas na Arábia Saudita e Miami, a Pirelli não acredita que essa mudança vai forçar os times na realização de uma segunda parada. O pit-stop em Ímola é bem demorado e isso já intimida as equipes na instalação de um novo composto.

O pneu C6 nesse fim de semana deve ser mais eficiente na classificação, dando mais aderência para os carros e por consequência mais confiança para os competidores.

O asfalto em Ímola não é tão abrasivo e isso colabora para não ter um desgaste tão acentuado dos pneus. Os pilotos precisam ficar mais atentos aos ataques nas zebras e as temperaturas para o gerenciamento dos compostos e evitar o superaquecimento.

A pista acaba evoluindo rapidamente e ter outras categorias andando no mesmo traçado, colabora para depositar borracha no asfalto.

Completar um giro neste traçado, significa lidar com velocidades médias e altas, os níveis de downforce são médios, quando comparado com outros circuitos da temporada.

Programação – Horários do GP da Emilia-Romagna – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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