O GP do Japão será disputado como a 18ª etapa do calendário, a Fórmula 1 retorna à Suzuka dois anos após a pandemia de Covid-19. A prova deste fim de semana segue uma linha semelhante à do GP de Singapura, onde Max Verstappen parte para a etapa com a chance de conquistar o título – mas agora com um peso maior, por ser a casa da Honda.
Ao menos até 2025 a Red Bull e a AlphaTauri vão utilizar o motor da Honda, por conta da parceria que foi realizada com a empresa japonesa e a Red Bull Powertrains. Desta forma, para o GP do Japão, os carros da Red Bull e da AlphaTauri voltam a exibir o logo da Honda, permanecendo assim enquanto essa parceria durar.
O holandês pode conquistar o título neste fim de semana e a Red Bull espera por esse feito, não apenas por ser um circuito icônico, mas também por ser a casa de uma empresa que fez uma grande parceria com a Red Bull e ajudou o time na conquista do título do ano passado com Max Verstappen e o desta temporada. Como no último ano não conseguiram correr no Japão, a prova agora tem um grande peso. Max precisa fugir dos problemas que enfrentou no último fim de semana.
O GP do Japão é famoso por ter recebido algumas decisões de campeonato e isso faz com que a festa de Max Verstappen provoque ainda mais ansiedade ao time.
Por conta da fama de ser o palco do triunfo de pilotos que tem mundiais na carreira, talvez seja por isso que é um dos mais reverenciados pelos competidores. Para vários cabeças de gasolina a pista é muito especial devido as provas de tirar o fôlego que foram protagonizadas por Ayrton Senna nas decisões dos campeonatos de 1988, 1989 e 1990.
Apenas duas pistas receberam o GP do Japão, o autódromo Fuji Speedway foi escolhido para as primeiras provas que ocorreram no Japão nos anos de 1976 e 1977, até ser retirado novamente do calendário por 10 anos. Seu retorno se deu em 1987 no autódromo de Suzuka, hospedando a Fórmula 1 de forma exclusiva e ganhando a reputação de corrida mais desafiadora da temporada.
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Nos anos de 1994 e 1995 o país teve duas competições, onde foram nomeadas como Grande Prêmio do Pacífico. Os problemas para formar o calendário da F1 não foram provocados apenas na pandemia, antes a categoria já recorria a títulos honoríficos quando precisava realizar mais uma prova no mesmo país – com isso, as provas recebiam nomes diferentes.
A competição que havia se mudado para Suzuka em 1987, voltou a ocorrer por dois anos seguidos em Fuji (2007-2008), com parte de um acordo entre Toyota e Honda, mas devido à desaceleração da economia global a Toyota acabou deixando o caminho livre para que a corrida fosse disputada em Suzuka.
A Pista
Dez anos depois da ausência da Fórmula 1 no país, a competição ganhou uma nova casa, com um circuito redesenhado pelo holandês John Hugenholtz e é propriedade da Honda e utilizado como pista de testes pela marca japonesa. Acabou ganhando o coração dos fãs por ser uma pista rápida e exigente e foi palco de vários momentos memoráveis e dramáticos ao longo da sua história.
A Curva 130R
A famosa curva 130R recebeu esse nome por causa do seu raio de 130 metros, podendo ser feita a mais de 300 km/h em sétima marcha. Os pneus são bem exigidos por todo o circuito, mas é nesta curva que eles precisam entregar o máximo de eficiência.
O formato em ‘8’ do traçado beneficia o desgaste dos pneus, pois ocorreu um certo equilíbrio por conta do desgaste mais uniforme dos cantos dos pneus, que distribuem a carga de forma igual.
São por conta dessas características da pista e do asfalto um tanto abrasivo que a Pirelli fornece os pneus da gama mais dura: C1 (duro – faixa branca), C2 (médio – faixa amarela) e C3 (macio – faixa vermelha).
Durante a volta os pilotos quase não pisam nos freios dos carros, algo bem diferente do que acontece em Singapura. Mesmo com a pista contando com uma curva praticamente interligada na outra, o traçado ainda é bem fluído. Se a 130R é feita à praticamente 300 km/h, a curva 11 é uma das mais lentas, com o carro rodando à cerca de 70 km/h.
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A zona de frenagem para a curva 11 é bem desafiadora, pois os pilotos deixam a curva 10 rapidamente e precisam acionar os frios para fazer a próxima curva . O traçado é extremamente técnico, como muitos dos circuitos mais antigos do calendário. Um erro em qualquer parte do traçado prejudica toda o giro neste traçado.
A maior parte da volta em Suzuka é marcada pela força G lateral por conta das curvas, pois apenas 1,2 km da volta é gasta com partes retas. Por suas características, existe apenas uma zona de DRS, assim como em Mônaco.
O traçado de Suzuka passou por algumas alterações voltadas para a segurança. Na área do pit-lane, o asfalto foi tratado com uma tinta antiderrapante, como parte de uma exigência da FIA. Na curva 8 e 16 a grama artificial foi substituída por asfalto, porém foram instaladas zebras duplas para que os pilotos não fiquem saindo do traçado. A área de brita na curva 10 foi expandida, ainda que os fãs não gostem muito de sistema para conter os carros depois de uma escapada de pista.
Na última vez que a Fórmula 1 esteve em Suzuka, Valtteri Bottas venceu a prova, o piloto ainda defendia a Mercedes. O pódio foi dividido com Sebastian Vettel (Ferrar) e Lewis Hamilton.
Michael Schumacher é o piloto que conta com mais vitórias no traçado, o alemão venceu 6 vezes em Suzuka. Empatado com 4 vitórias cada, estão Sebastian Vettel e Lewis Hamilton. No número de poles, Michael Schumacher obteve 8, enquanto Vettel obteve 5 poles no traçado e Ayrton Senna e Nico Rosberg ficaram empatados com 3 cada.
Neste fim de semana novamente a chuva pode fazer parte do evento e bagunçar o grid. A chuva também pode ser um problema para a Pirelli, o TL2 neste fim de semana está reservado para testes da empresa italiana, a sessão ganhou mais 30 minutos, passando a ter duração de 1h30. Se por conta da chuva as avaliações dos pneus de 2023 não acontecerem, a Pirelli escolherá uma nova pista antes do encerramento da temporada para dar continuidade aos seus testes.