A Pirelli está trabalhando com o desenvolvimento dos compostos, mirando em pneus que não precisem mais de um aquecimento prévio e do uso das mantas térmicas. O objetivo é que no próximo ano a Fórmula 1 não utilize mais os cobertores.
Os pneus precisam operar em baixas temperaturas e também evitar o superaquecimento. A fornecedora dos compostos programou uma sessão de testes em Barcelona, após o GP da Espanha para avaliar os pneus protótipos. Alguns competidores devem permanecer mais tempo na Espanha para auxiliar com os testes.
Vários pilotos acreditam que a remoção das mantas térmicas é uma forma ‘perigosa’ de lidar com os pneus e uma solução inútil para o esporte. Aos poucos, FIA, Fórmula 1 e Pirelli estão trabalhando com formas para abandonar o uso das mantas térmicas, como foi a redução da temperatura em sua utilização. Porém, a alteração da operação em 50°C que seria utilizada em 2023 precisou ser cancelada, pois o feedback foi bem negativo após as avaliações realizadas no ano passado durante o GP dos Estados Unidos.
Desta forma, para a temporada atual, a Pirelli conseguiu apenas reduzir o tempo de aquecimento dos pneus de três para duas horas. Atualmente os times ainda trabalham com os cobertores em 70°C.
A Pirelli avançou na pesquisa e design do composto para otimizar a sua operação sem a necessidade de um pré-aquecimento, o novo pneu de chuva que será disponibilizado em Ímola segue essa característica. Mas na realidade, são os pneus de pista seca que são a grande preocupação dos pilotos.
Lewis Hamilton e George Russell tiveram a oportunidade de realizar um teste em Paul Ricard recentemente e a avaliação dos competidores não foi nada positiva.
“Eu acho que é perigoso. Eu testei sem os cobertores e vai haver um incidente em algum momento. Portanto, em um fator de segurança, acho que é a decisão errada. Você tem que dar várias voltas para fazer os pneus funcionarem”, afirmou Lewis Hamilton.
O chefe da Pirelli, Mario Isola, ainda não desistiu de buscar uma solução e implementar os novos compostos: “O novo pneu de chuva fará sua estreia em Ímola e agora também estamos desenvolvendo o pneu intermediário que esperamos apresentar em breve. Obviamente, não temos muitas sessões de testes. Este é o primeiro passo nesse roteiro”, mencionou os procedimentos de desenvolvimento para a Motorsport.com.
A ideia é realizar testes em circuitos com características diversas e compreender a operação sem a manta térmica. O intuito é avaliar esses pneus em diferentes pistas e condições para compreender melhor a questão do aquecimento.
“É um desafio do ponto de vista técnico. Faremos tudo o que for possível para vencer este desafio. Sabemos o quanto é importante ir nessa direção para a sustentabilidade e também estamos trabalhando nos pneus slick. Após a corrida de Barcelona vamos realizar a próxima sessão de testes em que pela primeira vez, os pneus vão trabalhar sem as mantas. Estamos em um longa jornada e temos que esperar um pouco para ver o que vai acontecer”, afirmou Isola à Motorsport.com.
Após o GP da Inglaterra a previsão é realizar mais uma sessão de testes que será seguida por uma reunião com os pilotos, equipes e a FIA para decidir se a aprovação será efetivada ou vão adiar a ideia, podendo fornecer mais tempo de desenvolvimento para a Pirelli.