A Red Bull ficou com a segunda posição no campeonato de construtores, podendo aproveitar a falha da Ferrari para ocupar a posição. No entanto, em pontos, a situação da Red Bull é bem exótica, em 2020 a equipe conquistou 319 pontos, enquanto Lewis Hamilton terminou a temporada com 347. Ainda vale dizer que a Red Bull de 2019 ficou com a terceira posição do campeonato, somando 417 pontos.
Mas ao término da temporada, o que conta é a posição final, o segundo lugar foi um bom resultado, com ele a Red Bull marca mais um passo dado pela equipe em conquistas. Em 2020 eles permaneceram com o motor Honda e cobraram da fornecedora um desempenho melhor da unidade de potência, além da confiabilidade. A Honda trabalhou da melhor forma, sempre mirando na Mercedes e eles conseguiram dar um bom salto, mas algumas falhas ainda ocorreram, ligadas principalmente no carro de Max Verstappen, o piloto abandonou corridas por falta de potência no motor.
Mesmo com os problemas enfrentados, ainda é necessário dizer que o desempenho da Honda elevou o nível da competição com a AlphaTauri, trazendo a equipe para um meio de campo mais disputado. A Red Bull também pode travar boas disputas, Verstappen conseguiu chegar ao pódio 11 vezes e dentro deste resultado teve duas vitórias.
Nesta história é necessário relembrar o que aconteceu no início do ano, a pandemia provocou o fechamento das fábricas por conta do lockdown, mas no Japão a atividade continuou, desta forma, na corrida realizada na Áustria a Red Bull já tinha o motor atualizado em seu carro. Somente no verão a Honda cumpriu o tempo de fechamento da fábrica como as outras equipes do grid já haviam realizado.
Mas foi na primeira corrida do ano, em casa, que o primeiro balde de água fria foi despejado na Red Bull, pois a equipe começou a temporada sem nenhum ponto. Max Verstappen abandonou por conta do motor (trágico dado as circunstâncias que a Honda trabalhou), já Alexander Albon foi muito afobado em uma tentativa de ultrapassagem em Lewis Hamilton, e acabou abandonando a corrida.
Os reais problemas da Red Bull estiveram ligados ao desempenho distinto entre os pilotos, os abandonos por falha no motor e algumas batidas que geravam a queda de desempenho. A equipe teve um bom carro, o modelo RB16 foi competitivo, mas ainda faltou aquele toque especial para chegar na Mercedes guiada por Lewis Hamilton, pois o holandês conseguiu bater os resultados de Valtteri Bottas em várias ocasiões.
O ano da Red Bull contou em estratégias diferenciadas e ritmo agressivo para atacar os rivais. Foi necessário se aproveitar de brechas, pois nem sempre é possível contar com os erros da Mercedes. Mas a Red Bull não esperava o crescimento da rival, e depois de 2020 eles notaram que o caminho até o projeto dos alemães ainda é longo.
Para 2021 a equipe austríaca sabe que precisa conquistar mais pontos, desta forma apostou na contratação de Sergio Pérez. A dupla deste ano é bem forte, mas o processo de desenvolvimento do carro e motor precisam seguir avançando para que não só pódios como vitórias em maior escala possam acontecer.
Max Verstappen e Alexander Albon
Max Verstappen é agressivo e este estilo ajudou a Red Bull ao longo da temporada, o holandês tentava obter o melhor, conquistar mais pontos, desafiar a Mercedes. Ele sempre esteve focado no carro conduzido por Lewis Hamilton, pois este era o seu rival e meta da temporada. O fator Verstappen fez diferença, só o holandês conquistou 214 pontos para o time, mas ainda vale dizer que nas pistas o rival mesmo era Valtteri Bottas, pois na segunda posição do campeonato de pilotos o finlandês fechou com 223 pontos.
É inevitável, mas a Red Bull trabalha com e para Vestappen, pois sabem que ele é um piloto decisivo e arrojado. Infelizmente problemas surgiram ao longo do ano, mas o holandês tinha potencial para obter resultados superiores. Durante as classificações, Verstappen tentava extrair o seu melhor, mas foi difícil bater a Mercedes, nem mesmo quando o ‘modo festa’ foi retirado, as coisas ficaram mais equilibradas.
Por isso o time mostrava apreensão quando o motor quebrava ou eles enfrentavam algum problema. Donos dos melhores pit-stops da temporada, é inevitável dizer que a equipe tem um bom conjunto time/piloto, mas ainda peca em outras escolhas.
E não falo só pela contratação apressada de Alexander Albon ou a não renovação com o tailandês, mas sim sobre as decisões precipitadas, a urgência por ter resultados imediatos, os mesmos que deixam todo o conjunto Red Bull abalado em alguns momentos.
Sobre Alexander Albon, é duro o que aconteceu, mas se gerou uma expectativa muito alta com o tailandês pelo período que ele passou com a Red Bull em 2019. Albon não entregou em vários momentos em 2020, e ficou marcado por deixar a equipe na mão quando eles mais precisavam. A batalha da Red Bull não era só com outros pilotos, mas no campeonato de construtores, e neste quesito os pontos determinam a sua posição no campeonato e o prêmio do final da temporada.
Albon não foi tão consistente, tentava ser agressivo nas ultrapassagens, mas não conseguia negociar muito bem e na ânsia de decidir logo a disputa, o piloto acabava se envolvendo em incidentes que em várias vezes danificaram o carro, reduziram a sua chance em pista ou pior ou fizeram o piloto abandonar.
Nesta urgência de conseguir pontos a Red Bull colocou Albon como piloto reserva, não quiseram esperar para saber como seria em 2021, e assim optaram pela contratação de Sergio Pérez. O tailandês pode ter pedido a sua vaga em definitivo, mas infelizmente é assim que a Red Bull trabalha, principalmente quando eles conseguem provar que tem um equipamento bom, mas só falta o piloto ideal.
Ainda é necessário dizer que nesta história Albon é tanto o vilão quanto a vítima, pois a Red Bull cobrava desempenho, mas nem sempre forneceu atualizações iguais para os dois carros. É neste cenário que Sergio Pérez chega na equipe, o mexicano precisa andar perto de Verstappen mesmo que em alguns momentos não se depare com o equipamento ideal.
Com relação a disputa interna, ela não foi nada equilibrada, Verstappen superou o companheiro de equipe em pontos, classificação e posição de corrida. Albon conta com dois pódios, um conquistado no GP da Toscana e outro no GP do Bahrein.
Em 2021 a Red Bull ainda precisa optar pelo motor Honda ou outro do grid para disputar a temporada 2022.
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