Em 30 de junho de 1975 nascia o irmão mais novo do heptacampeão Michael Schumacher, Ralf Schumacher.
É normal lembrarmos das pessoas mais notáveis de determinados esportes, lembrar nomes de tradição, e dependendo do peso destes nomes, alguém pode acabar virando uma sombra, como foi o caso de Ralf.
Ralf nasceu em Hurth, no oeste da Alemanha, e começou a correr de Kart com 3 anos de idade. Aos três anos de idade, geralmente as crianças comem areia. O Primeiro título de Ralf veio aos 17 anos, no campeonato de Kart Junior na Alemanha. No final deste mesmo ano, Ralf partiu para as competições de carros, e foi vice campeão da ADAC Junior Formula Championship. Este resultado abriu a porta para um teste no fórmula 3, mas ia correr efetivamente na categoria apenas em 1994.
Na fórmula 3, em 1995, Ralf venceu o Macau Grand Prix e foi o segundo lugar no campeonato. No ano seguinte, foi tentar a chance na “Formula Nippon Series”, um Campeonato de Monopostos do Japão, na equipe “Le Mans” ao lado de Naoki Hattori, um piloto já experiente. Ralf tornou-se o primeiro estreante a ganhar corridas no Nippon series, e no mesmo ano a dupla entrou no All-Japan Grand Touring Car Championship. O alemão ganhou quatro corridas e ganhou mais visibilidade, e finalmente chegaria a formula 1.
Na Fórmula 1, a carreira do Alemão começou com um teste na McLata (ops, neste época ainda não era a GP2 Engine), e em setembro de 1996, assinou um contrato de 3 anos com a Jordan Team. Em Janeiro de 1997 confirmaram seu companheiro de equipe: Giancarlo Fisichella. A jornada de Schumacher na Jordan foi complicada, começando com “saídas” das corridas da Austrália e do Brasil por problemas com seu carro.
O primeiro e suado pódio veio apenas no GP da Argentina, mesmo colidindo com Fisichella, chegou ao terceiro lugar. A temporada de 1998 na Jordan foi tão difícil quanto a de 1997, seu companheiro era Damon Hill (que já era campeão). A temporada foi cruel porque ele mais uma vez sofreu com problemas no carro, porém conquistou um pódio na Bélgica em segundo, logo atrás do campeão e colega de equipe. Nesse GP, o sofrimento de Schumacher foi com o rádio, ao lidar com a equipe quase o enlouquecendo, dando ordens para impedí-lo de se aproximar demais de Damon e acabar colidindo, tirando os dois da corrida.
Aparentemente sua sorte havia mudando, pois no GP da Itália, corrida seguinte, chegou em terceiro. Depois deste GP, Ralf anunciou um contrato de 2 anos com a Williams…mas até o final da temporada saiu de mais duas corridas. Para quem fala que a zica do Massa na Williams é complicada, seria bom ler esta parte com mais calma. Ralf permaneceu na Williams de 1999 á 2004, e o resumo destes 6 anos é assim:
1999: 2 pódios em terceiro, um acidente e mais 2 saídas por problemas no carro. Terminou o campeonato em 6º com 35 pontos
2000: 3 pódios em terceiro, 6 saídas (um acidente com Jos Verstappen e e Eddie Irvine) e o restante com problemas no carro. Terminou o campeonato em 5º com 24 pontos
2001: AGORA VAI!!! A primeira vitória de Ralf Schumacher foi no GP de San Marino, que começou em 3º e terminou em primeiro…
Nas três corridas após este pódio Ralf não chegou ao final.
No GP do Canadá deste mesmo ano, ele e seu irmão mais velho Michael chegaram juntos ao pódio. Ralf em primeiro e Michael em segundo, sendo esse o primeiro pódio com dois irmãos em primeiro e segundo consecutivamente (se não foi o único…cadê o Cristiano???).
Chegando em casa, ou seja, no GP da Alemanha de 2001, Ralf teve sua última vitória da temporada.
O Alemão terminou o campeonato em 4º lugar com 49 pontos, sendo esta a sua melhor temporada no desporto.
2002: Ralf, foi o primeiro piloto a guiar um fórmula 1 usando óculos. Isso ocorreu depois de um acidente de carro que sofreu indo visitar sua família. A FIA liberou o uso de óculos, e a fabricante de seus capacetes, a “Schurbeth”, desenvolveu um capacete com espaço para o acessório.
Em 2002, Ralf Schumacher colidiu com Barrichello na Austrália, e na corrida seguinte conquistou a única vitória da temporada. Depois ainda teve 4 pódios e terminou a temporada mais uma vez em 4º lugar com 42 pontos.
2003: Temporada tipo Maldonado. Ralf não participou dos testes pré-temporada e mesmo assim fez uma boa temporada, exceto pelos acidentes. Depois de conquistar um segundo lugar, e duas vitórias consecutivas, no GP da Alemanha o Schumi-caçula bateu em Barrichello e Kimi Raikkonen, na primeira volta e foi punido com 10 posições no grid pra próxima corrida pela barbeiragem. Em um teste em Monza, Ralf sofreu um acidente mais sério, que lhe rendeu um tempo de repouso, e só retornou do GP dos EUA. Quando finalmente voltou, adivinhem? Mais um acidente, desta vez por conta de pista molhada. Ralf ficou em 5º no campeonato com 58 pontos.
2004: Em sua temporada final, começou dizendo: “Esta temporada tenho um carro competitivo desde a primeira corrida”. Na Austrália conquistou um quarto lugar e na corrida seguinte já abandonou por problemas no motor. Foi levando a temporada, até sofrer mais um acidente, o mais grave de sua carreira, no GP dos EUA, que lhe rendeu 6 corridas “de banco” devido a uma lesão na coluna. O Alemão voltou para as últimas três corridas e terminou a temporada com 24 pontos. No fim do ano, assinou com a Toyota, onde permaneceria de 2005 á 2007. Sua atuação na Toyota teve cara de fim de carreira, com 2 pódios em 2 anos, alguns problemas em seu carro e alguns acidentes.
Em 2007 a pressão aumentou na equipe, que não estava feliz com sua sua performance, e Ralf quase foi substituído no meio da temporada, terminando o ano com cinco pontos em décimo sexto. Depois da Saída da Toyota, Ralf flertou com outras equipes como Toro Rosso, mas acabou não ganhando o assento, que foi para Sebastian Vettel, com a McLaren (oi Sumida), e com a Force India, que chegou a fazer testes mas foi o piloto mais lento e perdeu a vaga na equipe. O Alemão estava fora da Fórmula 1. Ralf, mesmo saindo da categoria, não desistiu do automobilismo e partiu para DTM, onde correu de 2008 á 2012, sem vitórias expressivas.
A carreira de Ralf Schumacher está longe de ser ruim, terminou os campeonatos sempre em boas colocações e levou suas equipes a bons lugares nos construtores. Este é o objetivo de qualquer piloto. Infelizmente, o alemão não conquistou nenhum título e o talento da família que marcou o sobrenome no Hall da fama do automobilismo é o de seu irmão mais velho, Michael. Ter um nome destes na família é uma pressão forte. Temos exemplos como Senna, Piquet e Fittipaldi, que carregam nos ombros a responsabilidade de representar seus pais, honrando o nome da família com títulos.
No Automobilismo, não são só títulos que importam. A carreira de um piloto é analisada por sua performance, uma vez que nem sempre as oportunidades são iguais, devido as limitações de seus carros. Numa análise fria e não emocional, Ralf foi um bom piloto até o final de seu contrato com a Williams, e isso faz dele um piloto, como eu costumo dizer “normal”. Nem excepcional, nem ruim.
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