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Lucas di Grassi fala sobre as expectativas para a 10ª temporada da Fórmula E, além das novidades que são esperadas para 2024

Correndo com a ABT Cupra neste ano, Lucas Di Grassi espera um campeonato mais competitivo neste ano

Os testes de pré-temporada da Fórmula E foram realizados no último mês em Valência. A Fórmula E se prepara para retornar em janeiro dando início a 10ª temporada. Na última terça-feira (31) conversamos com os pilotos brasileiros do grid, Lucas di Grassi comentou conosco alguns pontos dos testes de pré-temporada e as expectativas para o próximo campeonato.

Di Grassi deixou a Mahindra depois de disputar apenas uma temporada com o time indiano, agora o brasileiro retorna à ABT, equipe que ele já conhece e conquistou o seu primeiro título na categoria em 2016/17.

Embora a ABT tenha retornado ao grid, mas não com a mesma performance de época que tinha uma parceria com a Audi, o time está tentando se reestabelecer no grid da categoria elétrica.

A ABT atualmente trabalha com o powertrain da Mahindra, um equipamento que infelizmente teve problemas de desenvolvimento em durante a 9ª temporada. Mas, tanto a fornecedora do powertrain, como a ABT trabalharam para ter uma temporada melhor neste início de 2024.

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“A gente teve algumas corridas com problemas. É, o powetrain não é o melhor do grid, a Porsche, a Jaguar, a DS e mesmo a Nissan estão à frente do nosso powertrain. Porém, nós conseguimos evoluir muito no ano passado, então a gente começou para trás, mas melhorou ao longo do ano e conseguimos melhorar um pouco mais agora neste verão europeu, mas ainda não é um carro compatível para ganhar o campeonato”, comentou Lucas di Grassi ao Boletim do Paddock.

“Porém conseguimos diminuir a diferença para o primeiro. Então, acredito que com a capacidade operacional da ABT e a evolução do carro para esse ano, vamos conseguir ter um resultado mais consistente”.

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A Mahindra e a ABT ocuparam as últimas posições da tabela. O time indiano conseguiu quase o dobro de pontos obtidos pela ABT – foram 41, contra 21 pontos do time alemão.

Os testes de pré-temporada apontaram um grid ainda mais apertado para os competidores, o que pode deixar o duelo da temporada mais acirrado, no entanto, não é esperado uma grande mudança na tabela, os times que começaram à frente na era Gen3 devem se manter nesta configuração no segundo ano deste regulamento e concorrer ao título mais uma vez. Mas as equipes menores podem sonhar com duelo mais equilibrado entre eles, além da possibilidade de beliscar um pódio.

Lucas di Grassi terá nesta 10ª temporada Nico Müller como seu companheiro de equipe na ABT CUPRA – Foto: reprodução Fórmula E

“Isso não significa que a gente vai brigar pelo campeonato, acho muito improvável, somente se tiver algo fora do comum a longo prazo. Mas, de repente, beliscar um pódio aqui em São Paulo, acho que é algo bem mais plausível do que era no ano passado”, comentou Di Grassi.

Mesmo chegando em um time que Di Grassi já conhece, com muitas pessoas que ele trabalhou quando esteve no time, o brasileiro menciona o período de adaptação que será vivido nesta nova fase.

“Existe um período de adaptação, obviamente, porque, o carro ainda é novo, o sistema de operação é novo, algumas pessoas mudaram, o software não mais o da Audi, quando andava era o da Mahindra, mas assim, dentro de qualquer possibilidade de mudança para a equipe, a ABT é o mais possível para se adaptar”, seguiu Di Grassi.

Nesta 10ª temporada a Fórmula E optou por realizar algumas mudanças, abandonar o uso do Modo Ataque e retomar o pit-stop. Ao longo da pré-temporada as equipes avaliaram o sistema rápido para o recarregamento dos carros e Di Grassi mencionou alguns pontos desta atividade em Valência.

“Foi muito bom, foi um procedimento de corrida interessante, a gente conseguiu um bom desempenho, um bom rendimento. Tem mudanças para esse ano, o Attack Charge. Isso deve dar uma complicada na estratégia, uma misturada. Acho positivo para nós, positivo para o campeonato.”

Di Grassi viu como positiva a alteração que a categoria está promovendo, o retorno do pit-stop pode melhorar ainda mais a competitividade da categoria.

“Gostei, acho que falta um pit-stop. As corridas são muito… não vou dizer fáceis, mas elas são limitadas no ponto de vista estratégico do que você consegue fazer. Isso vai abrir um leque maior.”

A próxima temporada da Fórmula E promete ser ainda mais interessante. A categoria elétrica sempre tenta promover mudanças, o retorno do pit-stop já era algo pensado pela Fórmula E e eles tinham até mesmo o desejo de avaliar os procedimentos no último campeonato. No entanto, com um duelo tão acirrado pelo título, os times foram cautelosos em lidar com alterações com a temporada em andamento.

Os procedimentos sofreram uma evolução e desta forma foi possível testar o pit-stop durante a pré-temporada. As equipes tiveram contato com o sistema de recarga rápida durante os treinos livres e também aproveitaram a simulação de corrida realizada no último dia de avaliação para compreender melhor o tempo que o procedimento precisa ser realizado.

A Fórmula E retorna no dia 13 de janeiro, para a disputa do e-Prix do México, primeira corrida da temporada 2023.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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