Sem dúvidas o piloto com um dos, senão o mais, complicado dos nomes: Jyrki Juhani Jarvilehto comemora 58 anos hoje. Nascido em Espoo, a mesma cidade de Kimi Raikkonen, foi empresariado no início de carreira por Keke Rosberg que lhe sugeriu a simplificação de seu nome para JJ Lehto.
Iniciou no kart aos 8 anos passando para o Campeonato Escandinavo de Fórmula Ford aos 15. O passo seguinte foi a Formula 2000 onde foi campeão britânico e europeu em 1987. Em seguida pulou para a Fórmula 3 Inglesa onde foi campeão em 1988 pilotando para a Pacific que anos mais tarde estaria na Fórmula 1. Em 1989 continuou com a Pacific só que na F3000. Apesar dos fracos resultados conseguiu um teste na Ferrari naquele ano, mas terminou assinando com a Onyx para as 4 etapas finais. Em Portugal não passou da pré-classificação, sendo o melhor entre os eliminados na pré, mas esta prova foi histórica para o time que conquistou seu primeiro podium com Stefan Johansson. Lehto disputou seu primeiro GP em Jerez na Espanha onde classificou seu Onyx na 17° posição, na corrida abandonou na volta 20 quando ocupava a 13° colocação. No Japão mais uma vez ficou na pré-classificação, mas em Adelaide voltou a colocar o carro na 17° posição de largada, em uma das provas mais chuvosas da F1, Lehto abandonou na volta 27 quando ocupava um heroico 5° lugar.
Permaneceu na Onyx para 1990 que fora vendida para Peter Monteverdi. Sem dinheiro a equipe que havia surpreendido em 1989 arrastou-se nas pistas em 1990. Lehto conseguiu colocar o carro no grid em apenas 5 etapas e cruzou a linha de chegada apenas em Imola. Após o GP da Hungria a Onyx fechou as portas. Para 1991 assinou com a Scuderia Itália que era bem mais estruturada que a finada equipe Monteverdi Onyx. Já na estreia pelo novo time colocou o carro na 10° posição do grid em Phoenix, mas o melhor ainda estava por vir, na terceira etapa em Imola pontuou pela primeira vez e melhor ainda subiu pela primeira vez ao podium com o 3° lugar no GP de San Marino. Completou apenas mais 4 provas naquele ano fechando o campeonato em 12° lugar. Manteve-se na equipe para o ano seguinte, a maior novidade foi a troca dos motores Judd pelo Ferrari. Lehto não conseguiu pontuar nenhuma vez, chegando inclusive a não se classificar para o grid na Hungria. A título de comparação seu companheiro Andrea de Cesaris foi o 9° no campeonato com 8 pontos.
Mesmo sem resultados consistentes conseguiu uma vaga na estreante equipe Sauber, que chegava a Fórmula 1 com forte apoio da Mercedes. Na etapa inaugural em Kyalami JJ largou em uma excelente 7° posição, terminando a prova em 5° lugar e garantindo os primeiros pontos logo no debut do time suíço na categoria máxima do automobilismo. Mais uma vez andou bem em Imola conquistando o 4° lugar, mas uma colisão com o companheiro Karl Wendlinger em Mônaco abalou o clima na equipe e o finlandês não pontuou mais sendo superado pelo austríaco na classificação final do campeonato fechando o campeonato em 13° lugar com 5 pontos.
Porém a grande chance de sua carreira viria em 1994 quando foi contratado para substituir Riccardo Patrese na Benetton. Claro que a parada era duríssima, dividir os boxes com Michael Schumacher, mas Lehto teria em mãos pela primeira vez um carro capaz de pontuar em todas as etapas, brigar por podiuns e talvez até conquistar uma vitória. Infelizmente 1994 foi um ano que ceifou várias carreiras e Lehto foi sua primeira vítima. Em seus primeiros testes na Benetton em Silverstone sofreu um fortíssimo acidente após a reta do hangar, a mesma curva onde Schumacher viria a se arrebentar em 1999, sofrendo lesões nas vértebras do pescoço que o afastaram das etapas iniciais no Brasil e no Pacifico quando foi substituído por Jos Verstappen. Retornou justamente em Imola onde costumava andar bem, classificou-se na 5° posição, mas ficou parado na largada sendo abalroado pela Lotus de Pedro Lamy, o resto do GP ficou para história.
Em Mônaco enquanto Schumacher era o pole o finlandês era apenas o 17° no grid, na prova terminou em 7°. Na Espanha Lehto colocou a Benetton na 4° posição do grid, em sua melhor apresentação na equipe andou sempre entre os 4 primeiros chegando inclusive a 3° posição, abandonou ha 13 voltas do fim com problemas no motor Ford. Em Montreal uma modorrenta 20° posição no grid recompensada com o 6° lugar na prova. Seus fracos resultados forçaram a Benetton o substitui-lo por Jos Verstappen.
Retornou ao volante nas etapas de Monza e Estoril onde Schumacher estava suspenso. A 20° posição no grid na Itália e a 14° em Portugal e o fato de não marcar um pontinho sequer nas duas provas fizeram a Benetton o dispensar definitivamente. Ainda assim disputou os GPs do Japão e Austrália pela Sauber no lugar de Andrea de Cesaris. Encerrou sua passagem pela F1 com o 10° lugar em Adelaide.
Finalizado o capítulo na F1, JJ Lehto partiu para o DTM onde não obteve sucesso, mas foi no endurance que se reencontrou. Pilotando uma McLaren GTR em parceria com Yannick Dalmas e Massanori Sekyia venceu a lendária 24h Le Mans, nada mal para quem um ano antes fora chutado da F1. Em seguida partiu para o recém-criado FIA GT em parceria com a Steve Soper pilotando uma BMW. Tentou mais uma vez os monopostos com a Cart em 1998 quando pilotou para a Hogan, sem êxito migrou para a American Le Mans Series onde conquistou o título em 2004 pilotando um Audi em parceria com Marco Werner. Além do título da ALMS conquistou também as 12h Sebring em 1999 com a BMW e 2005 com a Audi e a Petit Le Mans em 2003 e 2004 sempre com a Audi. Sua última grande vitória ocorreu nas 24h Le Mans de 2005 pilotando para a Audi em parceria com Marco Werner e a lenda Tom Kristensen.
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