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Horner aborda especulações sobre Lawson enquanto Red Bull repete erros do passado

A política de troca de pilotos da Red Bull, alimenta mais uma vez a possibilidade de Lawson ser substituído com poucas provas de atuação no time principal

Enquanto a Fórmula 1 enfrenta uma pausa de quinze dias até a disputa do GP do Japão, o assunto principal do momento é a possível substituição de Liam Lawson por Yuki Tsunoda na terceira rodada da temporada 2025.

O histórico da Red Bull de substituir pilotos que não estão entregando o esperado, alimenta essa ideia de uma possível troca. Lawson foi escolhido para ocupar a vaga deixada por Sergio Pérez, depois que a equipe austríaca optou por romper o contato com o mexicano ao final do último campeonato.

O neozelandês é um piloto que fez parte da academia da Red Bull e esperava uma oportunidade para guiar no time principal. Atuando como piloto reserva desde 2022, Lawson teve a oportunidade de assumir o carro da AlphaTauri em cinco corridas da temporada 2023, quando substituiu Daniel Ricciardo – que se recuperava de uma lesão na mão, sofrida após uma batida no Circuito de Zandvoort.

Em 2024, Lawson fez outras seis provas com a Racing Bulls, quando foi escolhido para substituir Daniel Ricciardo em definitivo e começar sua preparação para disputar a Fórmula 1.

O baixo desempenho de Pérez e a perda do Mundial de Construtores – um dos títulos mais importantes para a Red Bull – fez com que o mexicano que tinha renovado o contrato para 2025, passasse por uma reavaliação e fosse dispensado.

Por várias etapas que Pérez não estava andando tão bem como o esperado, falava-se no fato de Lawson ser a melhor opção para a equipe principal. De fato a substituição aconteceu, pois mesmo com os resultados de Yuki Tsunoda na AlphaTauri/RB ele não era considerado para a vaga, por ser um competidor apoiado pela Honda.

Eis que Lawson assume em 2025 no time principal e não entrega logo de cara como o esperado.

As classificações ruins e o fato do piloto andar do lado oposto de Max Verstappen na tabela, fizeram com que o imediatismo da Fórmula 1 já questionasse o que será feito.

Obviamente, o chefe de equipe da Red Bull foi questionado pela mídia na China sobre o futuro da equipe. “Acho que Liam teve algumas corridas difíceis, um fim de semana difícil aqui. Nós optamos por tirá-lo do grid, do parque fechado, para fazer mudanças significativas de configuração, então conseguimos 56 voltas de dados razoáveis com isso. Obviamente, vimos tirar isso, vamos dar uma boa olhada nisso, e como um grupo, faremos o nosso melhor para apoiá-lo”.

LEIA MAIS: Yuki Tsunoda pode substituir Liam Lawson na Red Bull já no GP do Japão

Pressionado para falar sobre uma possível mudança para a próxima corrida, Horner respondeu: “Sempre haverá especulações no paddock. Como eu disse, acabamos de terminar a corrida aqui, vamos pegar as informações e dar uma boa olhada nelas.” E ainda disse: olha, tudo é puramente especulativo no momento. Como eu disse, acabamos de terminar esta corrida, vamos pegar as informações e dar uma boa olhada nelas”.

“Acho que Liam ainda tem potencial, só não estamos vendo isso no momento. Acho que o problema para ele é que ele teve alguns fins de semana realmente difíceis e tem toda a mídia nas costas. A pressão cresce naturalmente neste negócio. Sinto muito por ele… você pode ver que está muito difícil para ele no momento”.

Não é de hoje que a Red Bull tem a fama de um carro difícil de guiar, além da equipe, priorizar claramente o desempenho de Max Verstappen. O carro é geralmente projetado para atender o estilo do neerlandês, no entanto, é de difícil adaptação para o segundo piloto.

Sergio Pérez que era um piloto mais experiente, tentou acompanhar o ritmo de Verstappen, mas no ano passado o seu desempenho foi ficando cada vez mais distante do companheiro de equipe.

Para 2025, a RBR que já conta com esse carro difícil, vê Max Verstappen cometer erros, como os problemas que ele enfrentou na Austrália, além de diversas reclamações do competidor que estão impedindo que ele trave uma disputa mais sólida com a McLaren.

“Ele é um cara jovem, temos o dever de cuidar dele. Faremos o melhor que pudermos para apoiá-lo. Liam ainda é um piloto muito capaz, sabemos disso, só não estamos… por alguma razão, não o vemos capaz de entregar isso no momento”, seguiu Horner.

A Red Bull foi uma das equipes que mais importou talentos para o grid nos últimos anos, mas também é uma equipe muito exigente internamente e perdeu talentos justamente por não dar tempo para eles se desenvolvessem.

Atualmente, McLaren e Ferrari fizeram o possível para ter uma dupla sólida, o time britânico foi atrás de Oscar Piastri – piloto que mostrou muito talento nas categorias de base e foi desperdiçado pela Alpine – mas conseguiu formar uma ótima dupla com Lando Norris. Na Ferrari, a equipe já contava com uma dupla que funcionava bem com Charles Leclerc e Carlos Sainz, mas a contratação de Lewis Hamilton foi essencial para o próximo passo que a equipe deseja dar.

No entanto, nos últimos anos a RBR perdeu um tanto de fé na sua academia de pilotos, contratou Sergio Pérez, pois precisava de uma resposta rápida para resolver as coisas e a melhor ideia foi contar com um piloto experiente vindo de outra equipe. Mas o mexicano ficou muito tempo na equipe, muito além da conta, e o time se perdeu em suas escolhas.

Recuperaram Daniel Ricciardo, que tinha deixado a McLaren, para que ele fosse o piloto “da casa”, a substituir Pérez e a equipe ter uma dupla madura. O australiano não conseguiu retomar a boa forma que apresentou ao lado de Verstappen quando esteve na Red Bull.

O time austríaco perdeu tempo com Ricciardo, tentando imprimir um ritmo que não estava mais alí. O correto, para dar uma preparação melhor para Lawson, era ter escalado o piloto para a temporada 2024 com a Racing Bulls, não apenas as últimas seis corridas.

Agora a novela, que não chegou ao fim, ganha uma quinta ou sexta parte, repetindo a mesma trama das outras edições: precisamos de resultados imediatos e mover peças indiscriminadamente para suprir algo que a própria equipe deixou passar nos últimos anos.

Só que a grande questão é, como os pilotos conseguem se desenvolver na Racing Bulls, mas a Red Bull continua querendo trabalhar com apenas um carro. O retorno de Pierre Gasly para a equipe b, mostrou que o piloto ainda poderia desenvolver a sua carreira.

A questão é, se a Red Bull não der condições mínimas para qualquer piloto que estiver ao lado de Max Verstappen, eles vão seguir como o time de um carro só, e na matemática atual do grid, isso não funciona, principalmente quando os principais adversários contam com uma dupla que funciona junto.

A Red Bull sabe que tem um carro difícil e arrisco e não são todos os pilotos que se adaptam. Liam no momento enfrenta um problema de confiança com o carro, pois não consegue sentir que pode avançar, por não ter controle/domínio do equipamento.

Questionado se Tsunoda seria o “principal candidato” para a Red Bull, caso eles decidissem substituir Lawson, Horner afirmou: “Eu nem vou comentar sobre uma mudança, porque essa será sua primeira manchete.”

“Como eu disse, estamos em duas corridas neste campeonato, temos uma amostra de duas [corridas]. Temos bastante informação, então vamos sair e dar uma boa olhada nisso, trabalhar com Liam e fazer o melhor que pudermos por ele.”

“Há tanta informação [disponível], como ele se adaptou, guiando o carro, o que ele está tirando do carro, o que podemos fazer para ajudar, onde estavam seus principais problemas, o que está causando a inconsistência… todos esses problemas.”

A Red Bull terá uma reunião antes do GP do Japão, informada por Helmut Marko, consultor da equipe, para que seja possível avaliar os próximos passos para o futuro.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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