ColunistasFórmula 1Post

História e estátisticas de Nürburgring – Preview do GP de Eifel

A última corrida que a Fórmula 1 disputou em Nürburgring, na Alemanha, ocorreu em 2013, desde então o circuito não é utilizado pela categoria. Naquela época as duas pistas alemãs -Hockenheimring – estavam revessando para receber a F1.

O interessante da história de Nürburgring na F1 é que ela é bem extensa, as corridas disputadas lá já foram conhecidas como GP de Luxemburgo, GP da Europa e GP da Alemanha, todos títulos honoríficos, para que em alguns momentos fosse possível a Alemanha receber duas provas em alguns momentos de suas histórias. Neste ano a corrida será conhecida como GP do Eifel, o nome vem de um dos eventos mais tradicionais do automobilismo pré-guerra, a prova realizada em 1922 era disputada pelas estradas da região de Eifel, cidade de montanhas onde Nürburgring está localizada.

Nürburgring desde o princípio

“O inferno verde” foi inaugurado em 1927, no traçado original a pista tinha cerca de 28 km, mas posteriormente foi criado um traçado de 22 km, ele foi utilizado pela Fórmula 1 em 1951, um ano após o início da categoria o circuito alemão foi adicionado ao calendário.

Mas antes da construção de Nürburgring, ainda em 1907 a primeira corrida de Eifelrennen foi disputada em um circuito único que tinha 117 km. Em 1920, as corridas passaram a ser realizadas em um circuito de 33,2 km e então surgiu a necessidade da construção de uma pista que fosse capaz de atender as corridas e assim ocorreu a proposta do circuito Nideggen ao redor do antigo castelo da cidade de Nürburg. O traçado se tornou palco para a engenharia automotiva alemã.

Com as guerras que tomaram a Europa, as corridas foram deixadas de lado, mas após a Segunda Guerra Mundial, em 1947 as provas foram retomadas. O autodromo passou por uma reforma para poder ser utilizado novamente, pois foi afetado por conta da guerra. Nordschleife – o anel norte da pista voltou a ser utilizado e passou a receber a F1 em 1951, prova vencida por Alberto Ascari. Neste período inicial, apenas em 1959 Nürburgring não recebeu a categoria, pois AVUS foi utilizada naquele ano.

A única aparição da AVUS na Fórmula 1

As voltas passavam dos 9 minutos até que em 1961, Phil Hill conseguiu completar uma volta abaixo daquele tempo, anotando 8 minutos e 55,2 segundos. As máquinas utilizadas foram melhorando, o seu desempenho e os tempos seguiam reduzindo, mas ainda nos tempos atuais é difícil conseguir uma boa marca neste circuito.

Segurança e Mudanças!

Sobre a questão de segurança, assim como diversas pistas da Europa, Nordschleife se tornou cada vez mais perigosa na medida em que os carros foram evoluindo. Em 1967, uma chincane foi adicionada antes da reta de largada, com a intenção de reduzir a velocidade na entrada do pit lane, a obra adicionou 25 m.  Mas a medida tomada não foi suficiente para conter os carros e Jackie Stewart apelidou o lugar de “Inferno Verde” ao vencer em 1968, após uma forte tempestade e neblina.

Confira: Os pneus para o GP de Eifel – O retorno de Nürburgring ao calendário

As mudanças realizadas em Spa na Bélgica após o pedido dos pilotos que também passaram a temer as corridas realizadas lá, colaborou para o movimento em 1970 para conseguir melhorias em Nürburgring, mas em curto prazo todas as mudanças não poderia ser realizadas e desta forma o GP da Alemanha passou a ser realizado em Hockenheimring.

Com os pedidos dos pilotos, os solavancos foram suavizados e instaladas barreiras. A pista ficou mais reta, pois algumas curvas foram retiradas e assim Nürburgring voltou a receber a Fórmula 1, mas apenas entre 1971 até 1976. Devido a sua longa extensão e falta de espaço para áreas de escape e as demandas da F1, o GP da Alemanha voltou para a outra pista.

Vale lembrar que no último ano em que a prova foi realizada em Nürburgring, Niki Lauda sugeriu um boicote a corrida, principalmente por conta da segurança do local. A categoria era perigosa naquela época e morriam diversos pilotos. Lauda saiu vivo do acidente na pista alemã por um milagre, o piloto bateu forte com a sua Ferrari e o carro pegou fogo. Ele ficou preso aos destroços e antes de conseguirem retirá-lo do carro, Lauda havia inalado muita fumaça tóxica e ficou gravemente ferido.

O acidente de Lauda mostrou que as distâncias para o resgate dos pilotos em caso de acidentes, eram muito longas, desta forma o circuito mais extenso deixou de ser utilizado pela categoria. Desta forma ficou claro que nenhuma reforma curta poderia melhorar a segurança do autódromo e começou um movimento necessário para uma nova reforma.

Foto: Reprodução / Ferrari

Novos momentos

Em 1984 uma nova pista surgiu, criada para atender aos altos padrões de segurança, o GP-Strecke poderia abrigar uma corrida novamente. No entanto, o circuito não foi muito bem recebido pelo público que passaram a chamá-lo por outros nomes, pois achavam que Nürburgring não era nada adequado, o circuito “não merecia” ser conhecido por um nome tão lendário.

Foram dois eventos em 1984 e 1985, para voltar a receber uma prova apenas em 1995 como GP da Europa, neste período Nürburgring passou a ser conhecida pelos seus títulos honoríficos, como o GP de Luxemburgo que já mencionei no início do texto.

A última corrida realizada neste circuito alemão foi em 2013, os eventos na Alemanha tinham começado a “gerar prejuízo” e devido as taxas de licença da Fórmula 1 e a baixa procura de ingressos por conta dos preços, a Fórmula 1 optou por ficar apenas em Hockenheim ao ficar alternando o evento entre as duas pistas.

Em 2020 por conta da pandemia provocada pelo Covid-19, a Fórmula 1 escolheu retornar para Nürburgring para a realização do GP do Eifel.

Foto: Reprodução / Ferrari

Nordschleife ou como alguns conheciam, o Nürburging de verdade

Este circuito na versão de 20,8 km segue sendo utilizado por outras categorias de turismo em provas de resistência como as 24 Horas de Nürburgring. Além disso os turistas podem dar voltas no circuito e é bem comum algumas pessoas irem com os seus carros em excursões para conhecer o “Inferno Verde”.

A pista ainda é muito utilizada para desenvolvimento de carros, justamente por conta do seu layout, é possível realizar testes de resistência.

Escute o nosso podcast sobre os títulos honorificos

Estatísticas de Nürburgring

Vitórias | Pilotos
1. Michael Schumacher – 5
2. Juan Manuel Fangio – 3
3. Jackie Stewart – 3
4. Alberto Acari – 2

Vitórias | Construtores
1. Ferrari – 14
2. McLaren – 5
3. Brabham – 4

[…]

23. Rubens Barrichello – 1

Vitórias | Motores
1. Ferrari – 14
2. Ford Cosworth – 7
3. Renault – 6

Poles | Pilotos
1. Jim Clark – 4
2. Alberto Acari – 3
3. Juan Manuel Fangio – 3
4. Jacky Ickx – 3
5. Michael Schumacher – 3
6. Jackie Stewart – 2

Poles | Construtores
1. Ferrari – 15
2. Lotus – 4
3. McLaren – 4
4. Williams – 4
5. Tyrrell – 2

Poles | Motores
1. Ferrari – 15
2. Ford Cosworth – 5
3. Renault – 5
4. Mercedes – 5
5. Climax – 3

Melhores Voltas | Pilotos
1. Michael Schumacher – 5
2. Juan Manuel Fangio – 3
3. John Surtees – 3
4. Fernando Alonso – 3
5. Alberto Ascari – 2

Melhores Voltas | Construtores
1. Ferrari – 15
2. McLaren – 5
3. Tyrrell – 3

Melhores Voltas | Motores
1. Ferrari – 15
2. Ford Cosworth – 6
3. Renault – 5
4. Mercedes – 5
5. Maserati – 2

Pódios | Pilotos
1. Michael Schumacher – 8
2. Juan Manuel Fangio – 5
3. David Coulthard
4. Rubens Barrichello – 5
5. John Surtees – 4

[…]

12. Felipe Massa – 3

[…]

51. Nelson Piquet – 1

Pódios | Construtores
1, Ferrari – 41
2. McLaren – 15
3. Brabham – 9

Pódios | Motores
1. Ferrari – 41
2. Ford Coswarth – 20
3. Renault – 16

Voltas Na Liderança | Pilotos
1. Michael Schumacher – 214
2. Mika Hakkinen – 103
3. Jack Villeneuve – 91

Voltas Na Liderança | Construtores
1. Ferrari – 560
2. McLaren – 311
3. Williams – 186

Voltas Na Liderança | Motores
1. Ferrari – 566
2. Mercedes – 273
3. Renault – 269

Voltas Percorridas | Pilotos
1. Rubens Barrichello – 874
2. Michael Schumacher – 695
3. Giancarlo Fisichella

Voltas Percorridas | Construtores
1. Ferrari – 2895
2. McLaren – 2123
3. Williams – 1772

Voltas Percorridas | Motores
1. Ford Cosworth – 4159
2. Ferrari – 3470
3. Renault – 3255

Mostrar mais

Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

Deixe uma resposta

Botão Voltar ao topo