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Preview do GP da Hungria – A última rodada dupla antes das férias

A Fórmula 1 se encaminha para um território conhecido, faz os seus últimos ajustes antes do início das férias

Neste fim de semana a Fórmula 1 retorna na Hungria para o início de mais uma rodada dupla, mas que vai encaminhar a competição para as férias de verão. Depois dessa prova, a F1 segue para a Bélgica.

As provas na Hungria geralmente são marcadas pelas altas temperaturas com uma média de 36°C subindo para um pouco mais de 50°C, mas a chuva também é um ponto de atenção para o fim de semana.

Correr na Hungria não é uma tarefa muito fácil, os carros são expostos a um traçado sinuoso e acidentado. Com poucas retas, o circuito é muito desafiador e desgastante para os freios. Ter uma boa classificação na Hungria já é um caminho importante para conquistar um bom resultado.

O Hungaroring tem uma das velocidades máximas mais baixas da temporada, em torno de 310 km/h. O traçado conta com 14 curvas, seis à esquerda e oito à direita. A baixa velocidade representa também uma limitação para o fluxo de ar, o que torna ainda mais complicado fazer o resfriamento dos freios.

A pista conta com 4.381 km, onde os pilotos vão completar 70 voltas. As duas zonas de ativação do DRS estão no início da pista, a zona de detecção está na curva 14, a primeira ativação ocorre na reta dos boxes, depois os pilotos vão acionar mais uma vez entre as curvas 01 e 02. Uma particularidade do Hungaroring é que existe apenas uma zona de detecção do DRS.

A prova pode ser movimentada com a ação do Safety Car, mas esse não é um circuito que fornece muitas chances de ultrapassagem.

Os times costumam apostar em uma configuração com alta carga aerodinâmica, para contar com o melhor desempenho. Cerca de 60% da volta no Hungaroring é feita em aceleração plena, mas é uma das médias mais baixas quando comparadas com outras pistas da temporada.

Por mais que seja um circuito complicado, essa é praticamente a ‘última’ oportunidade antes das férias de instalar atualizações nos carros. Como o GP da Bélgica será marcado por uma rodada com Sprint, na Hungria os times vão contar com três treinos livres ou seja, três horas para avaliar os seus carros e inovações.

A Red Bull prometeu um pacote de atualizações para o GP da Hungria, enquanto a McLaren vai instalar o seu carro a última parte do pacote de modificações que começou a ser trabalhado no GP da Áustria. Os times aproveitam esse momento para modificar os seus carros e no que resta de Campeonato fazer apenas alguns ajustes – mudanças que podem até ser voltadas para o projeto de 2024, já que os regulamentos não vão mudar muito para o próximo ano.

A Hungria era a corrida que marcava a última etapa antes das férias, mas agora a F1 encaixou a Bélgica, tentando fazer a corrida em um clima mais favorável para a realização das provas. De qualquer forma, essa rodada dupla é importante para os times deixarem uma boa impressão e atestarem a evolução dos seus pacotes, antes de enfrentar o restante do Campeonato.

LEIA MAIS: ‘Interesses da equipe’ colaboraram para a saída de De Vries da AlphaTauri

Nesta prova vamos ver uma mudança no grid, Nyck De Vries foi dispensado pela AlphaTauri e a substituição com efeito imediato rendeu  o retorno de Daniel Ricciardo ao grid da Fórmula 1. O time julga que o piloto australiano será importante para as próximas etapas que a AlphaTauri vai enfrentar, não apenas em pista – por ser circuitos que o piloto já conhece – mas também sobre a sua experiência na construção do próximo carro.

Pneus

Por conta das características da pista, os pneus traseiros são os que mais sofrem com o estresse. Neste ano a Pirelli mudou a gama de pneus que será usada na prova, substituindo a gama intermediária pela combinação mais macia.

Os pilotos vão trabalhar com os pneus C3 (faixa branca – duro), C4 (faixa amarela – médio) e C5 (faixa vermelha – macio). A combinação que era usada desde 2019, sofre uma alteração e pode gerar uma corrida mais movimentada, pois mesmo com a prova sendo realizada em um traçado pouco abrasivo, as altas temperaturas precisam ser levadas em consideração.

Esses são os pneus que foram definidos para o GP da Hungria, com utilização da ATA – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock

Neste ano a prova será realizada com o uso da Alocação Alternativa de Pneus, que consiste na redução do número de compostos usados ao longo do fim de semana. Tradicionalmente são usados 13 jogos de pneus em um fim de semana regular e 12 com a prova Sprint. Com a ATA em vigor, apenas 11 jogos de pneus serão disponibilizados, divididos em: 3 pneus duros, 4 médios e 4 macios.

A classificação também sofrerá uma alteração: ao longo do Q1, os pilotos podem trabalhar apenas com os pneus duros, enquanto no Q2 os pneus médios estarão disponíveis e no Q3 entra em ação os pneus macios.

Para mais informações sobre os compostos, confira o nosso post sobre os pneus: Pirelli avalia ‘nova classificação’ e gama de pneus mais macia no GP da Hungria de 2023

História do GP da Hungria

A Hungria já realizava algumas competições de automóveis desde 1901 que sofreram intervenção do KMAC (Királyi Magyar Automobil Club) junto aos automóveis clube da Alemanha e da Áustria, colocando o país nas rotas das competições. Desde o início da década de 1930, planos começaram a ser elaborados para realizar uma competição em grande escala e em 1936 no circuito Népliget pelas ruas de Budapeste foi disputado o 1° Grande Prêmio da Hungria, porém o país só teria uma competição oficial em 1986, quando entrou para o calendário da Formula 1 e contando com uma vitória de Nelson Piquet.

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Foram dois anos e meio até o contrato que colocaria a Hungria como mais um circuito para a Fórmula 1, mas o contrato só veio a ser firmado em setembro de 1985, onde nos próximos cinco anos a corrida seria realizada em solo húngaro. O autódromo levou oito meses para ser construindo em Budapeste.

O Brasil tem um bom histórico de vitórias no país, no ano de estreia e no seguinte Nelson Piquet venceu a corrida. Em 1988, 1991 e 1992 foi a vez de Ayrton Senna e Rubens Barrichello pela Ferrari em 2002.

A primeira extensão da pista, tinha pouco mais de 4 KM de 1986 à 1988. A partir de 1989, o circuito sofreu uma alteração, com a suspensão de uma combinação de curvas e desta forma passou a ter 3,975KM até 2002. Em 2003 a reta de largada passou a ter 986,29 metros e o circuito como um todo passou a ter 4,381KM.

Horários da Fórmula 1 para o GP da Hungria – Foto: Ale Ranieri / BP

FÓRMULA 2 

Com o cancelamento do GP da Emília-Romagna, neste fim de semana será disputado o GP da Hungria que corresponde a 9ª etapa da temporada. Depois dessa rodada, a Fórmula 2 ainda vai passar pela Bélgica. A categoria de base entra de férias junto com a Fórmula 1, retornando na Holanda. Na sequência os pilotos vão passar pela Itália e mergulham em um período de férias até a final ser realizada em Abu Dhabi.

Os postulantes ao título precisam evitar erros e capitalizar o máximo de pontos que forem possíveis.

Frederik Vesti segue para a etapa na Hungria como líder do Campeonato, contando com 135 pontos. O piloto da Prema venceu a prova Sprint realizada em Silverstone, mas abandonou a prova principal. Na última rodada Théo Pourchaire faturou dois pódios , um 2º lugar na Sprint e a 3ª posição na corrida principal, o francês chegou aos 129 pontos.

Essa foi uma etapa que os postulantes ao título tiveram certa dificuldade, como aconteceu com Ayumu Iwasa que não terminou a prova fora da zona de pontuação, depois do revés enfrentado. O piloto japonês ficou com a 5ª posição na corrida principal, somando 111 pontos após o encerramento da rodada. O resultado da prova possibilitou uma aproximação do piloto francês da ART Grand Prix em Vesti.

Horários da Fórmula 2 na Hungria – Foto: Ale Ranieri / BP
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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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