Neste último sábado (16) foi disputado no Sambódromo do Anhembi, o e-Prix de São Paulo. A prova foi bem movimentada e contou com a primeira vitória da McLaren na Fórmula E, no entanto, não foi uma corrida fácil para os pilotos brasileiros.
Lucas di Grassi (ABT Cupra) e Sergio Sette Câmara (ERT Formula E Team) não pontuaram. O paulista faturou a 13ª posição, enquanto o piloto mineiro cruzou a linha de chegada ocupando o 16° lugar, mas foi desclassificado ao encerramento da prova por ultrapassar o limite de energia permitido.
A 10ª temporada da Fórmula E não começou da melhor forma para os pilotos brasileiros. Embora Sette Câmara conte com dois pontos, obtidos pelo 9° lugar na Corrida 1 na Arábia Saudita, o piloto conta com um abandono, uma prova fora dos pontos e uma desclassificação.
“Espero estar aqui em outras ocasiões com um carro competitivo, lutando por um pódio e proporcionando mais alegria para os torcedores. Sinceramente, ao contrário do ano passado, este ano estou feliz com meu desempenho”, disse Sérgio Sette Câmara. “Quero lutar por pódios no futuro”.
Di Grassi não completou a corrida de abertura e durante as outras provas, não esteve na zona de pontuação. A Mahindra, assim como a ABT Cupra, são as unidas equipes que compartilham o mesmo powertrain sem obter pontos em 2024.
Correndo pela segunda vez no Anhembi, Di Grassi buscava um resultado dentro dos pontos.
“Foi uma corrida dentro das expectativas, bem mediana. A gente conseguiu um bom resultado na classificação, dois décimos do pole. Depois na corrida brigar ali por várias posições. Uma corrida com um pace relativamente muito bom. Mas, mais uma vez saímos sem o melhor resultado do ano, mas precisamos trabalhar mais para conseguir melhorar”, comentou Di Grassi.
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A quarta rodada da temporada foi interessante para a ABT por conta do ritmo de classificação. Nico Müller conseguiu um quarto lugar na fase de grupos e começou a prova ocupando a sétima posição. A disputa na classificação mostou um grid muito competitivo. A prova também foi bem movimentada por conta dessa proximidade entre os pilotos.
A prova em São Paulo foi bem distinta quando comparada com as corridas anteriores. Além de ser muito mais disputada e contar com ultrapassagens, a prova foi marcada pelas altas temperaturas. O calor do fim do verão brasileiro exigiu muito fisicamente dos competidores, bem como dos carros. As equipes precisaram estabelecer estratégias para o gerenciamento das baterias e na busca por tentar evitar um superaquecimento, impactando diretamente nos resultados.
O campeão da terceira temporada da Fórmula E, Lucas di Grassi, sugere aos organizadores uma corrida noturna ou no fim da tarde em São Paulo, principalmente se ela continuar sendo disputada durante o verão.
“Faz parte correr no calor. Tudo bem, acho que é pior para o público do que para nós. Se a bateria superaquece, afeta a todos. Quem gerencia melhor a bateria também tem uma vantagem”.
“A corrida aqui talvez devesse ser mais tarde. Talvez no final do dia, já que o Sambódromo tem iluminação. Talvez possamos até fazer uma corrida noturna. Então, acredito que há várias adaptações possíveis. Inclusive, poderíamos considerar um evento de dois dias, não apenas um”, acrescentou Lucas di Grassi.
Acredita-se que a Fórmula E poderá visitar o Brasil outra vez em 2024, com a corrida acontecendo na primeira quinzena de dezembro.
A Fórmula E ressalta que a corrida brasileira é muito importante e valiosa para a categoria, conseguir negociar e executar uma prova em São Paulo é de grande valia para a competição. No entanto, remanejar a prova no calendário ou com relação aos horários é bem mais complicado.
O calendário da Fórmula E tenta ser regionalizado para evitar grandes deslocamentos pelo mundo, uma tentativa de reduzir o impacto no meio ambiente. Este é um motivo para o e-Prix de São Paulo estar no começo da temporada.
No último ano, quando foram questionados sobre a possibilidade de uma corrida noturna, o que realmente dificultava a execução de uma prova assim, é o impacto direto na transmissão da categoria. Com horários pouco favoráveis na Europa, uma corrida noturna no Brasil poderia impactar diretamente no número de espectadores acompanhando a etapa.