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FIA cita conflito de interesses e confirma saída de Herbert do quadro de comissários

Após avaliação, Johnny Herbert não atuará mais como comissário nas provas da Fórmula 1, deixando o cargo que ocupava em alguns GPs

Nesta quarta-feira (29) a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) comunicou que Johnny Herbert não atuará mais como comissários em provas da Fórmula 1 na temporada 2025.

Em nota, a FIA disse: “É com pesar que anunciamos hoje que Johnny Herbert não ocupará mais o cargo de comissário de pilotos de F1 da FIA.”

“Johnny é amplamente respeitado e trouxe experiência e conhecimentos inestimáveis para a sua função. No entanto, após discussões, foi mutuamente acordado que seus deveres como comissário da FIA e o de comentarista eram incompatíveis.”

“Agradecemos a ele por seus serviços e lhe desejamos boa sorte em seus futuros trabalhos.”

Herbert é um ex-piloto de Fórmula 1, que competiu na categoria entre 1989 e 2000, vencedor de três corridas, além de participar de 7 pódios. O britânico também conta com uma vitória nas 24 Horas de Le Mans em 1991, além de outros pódios nesta prova de endurance.

LEIA MAIS: FIA cria departamento para capacitar comissários e profissionalizar decisões na Fórmula 1

Fora o comunicado da FIA, não foram realizados outros comentários sobre a decisão.

Após deixar a Fórmula 1, passou a atuar como comissário de provas e comentarista na Sky Sports – ficando nesta função até o início de 2023. O britânico então passou a atuar como analista esportivo em sites de apostas.

Em 2024, Herbert protagonizou uma discussão pública com o pai de Max Verstappen, após o GP da Cidade do México, no qual ele atuava como comissário. Na ocasião o piloto holandês recebeu duas punições de 10 segundos, por incidentes com Lando Norris. Pouco depois, Jos Verstappen teceu críticas sobre a FIA e seus comissários, alegando “conflito de interesses” em benefício de pilotos e times britânicos.

Em contrapartida, Herbert publicou no seu Instagram: “Sou muito grato pela oportunidade de ser comissário da FIA e gostei muito da função em que estive envolvido ao longo dos anos. É um trabalho difícil e há decisões difíceis que precisam ser tomadas.”

“Como comissários, tratamos e continuamos a tratar os pilotos e os membros das equipes com o máximo de respeito e permaneceremos imparciais em todos os momentos durante os Grandes Prêmios de F1.”

“Por fim, sou muito grato ao Presidente e a todos na FIA pelas oportunidades que me foram dadas.”

Nos últimos meses a FIA tem passado por várias mudanças, com funcionários deixando o cargo ou sendo mandados embora. Tim Mayer, também comissário experiente, foi demitido antes do GP de São Paulo de 2024, depois de um atrito com o presidente da instituição reguladora do esporte, Mohammed Ben Sulayem.

As alterações na FIA geram uma lista, além de Mayer, a vice-diretora de provas da F2, Janette Tan, assim como o diretor de provas da F1, Niels Wittch e o diretor de conformidade da FIA, Paolo Basarri declinaram nos últimos meses.

Com a saída de Wittch antes da temporada ser encerrada, Rui Marques precisou assumir a função de diretor de corridas da F1, além de acumular a função de coordenar as outras categorias que estavam presentes com a Fórmula 1.

Também deixaram os seus postos, o diretor esportivo Tim Nielsen, o diretor técnico Tim Goss, a diretora-executiva Natalie Robyn, assim como a chefe da comissão de mulheres Deborah Mayer, o secretário-geral de mobilidade Jacob Bangsgaard e o diretor de comunicação Luke Skipper.

A FIA por sua vez, criou um departamento para capacitar comissários, tendo em vista a falta de profissionais. Foi reconhecido pela federação que faltam comissários, diretores de corrida e outros oficiais de “alta patente” para coordenar as várias categorias sob chancela da FIA.

A falta de consistência para a aplicação de penalidades tem sido observada tanto por pilotos, como por membros das equipes, rendendo vários comentários nos últimos meses. Com a rotatividade de profissionais, fica difícil manter uma linearidade na aplicação das penas, gerando descontentamento.

Como explicou a FIA em setembro, 302 mil oficiais formais, fiscais e voluntários, atuando nos mais de 60 mil eventos realizados a cada ano, mas é necessário ter um “corpo mais profissional”.

No entanto, o próprio presidente da FIA tem certa resistência de ter comissários fixos para o campeonato. Atualmente a federação tem comissários atuando como convidados, onde esses membros recebem uma ajuda de custo, mas não um salário.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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