GP do Canadá 12 de Junho de 2011
Domingo e aquela forte previsão de chuva para o Grande Prêmio do Canadá que acabou se concretizando. Sim senhores, aquele dilúvio bíblico, onde Noé facilmente poderia recolher dois animais de cada espécie, quero dizer dois carros de cada equipe ou a transmissão que não sabia se passava o futebol ou a corrida. Os carros largaram no meio do aguaceiro e, claro, com o Safety Car na pista.
Depois da quarta volta o carro de segurança saia da pista, Vettel, o primeiro, era pressionado por Fernando Alonso e Felipe Massa, por sua vez, apertava seu companheiro de equipe, mas todos conseguiam defender as suas posições.
Com dez minutos de corrida, Lewis Hamilton não fazia ideia de que suas investidas não o levariam para lugar nenhum e, pior ainda, nem terminaria a corrida. Não dá para dizer que o inglês não tentou, na verdade ele tentou e foi muito, partiu para cima de Webber e com um toque acabou jogando o australiano para a décima quarta posição, enquanto ele foi parar em sexto. Tentou mais um pouco, dessa vez para recuperar as posições perdidas e, claro, que não levou a melhor em cima do heptacampeão Michael Schumacher e acabou saindo da pista, perdendo mais duas posições. Pensa que ele estava satisfeito? Que nada! Começou a atacar Jenson Button, que na época era o seu companheiro de equipe. Em um toque, Button foi parar em décimo segundo e Lewis no muro com a suspensão quebrada. Não satisfeito ainda tentou se arriscar na pista, mas pouco tempo depois acabou encostando o carro.
Com a lambança feita pelo Hamilton, quem estava feliz era o piloto do Safety Car que voltava para a pista – e olha que ele voltaria mais vezes. A chuva havia diminuído e Button começava a andar rápido, tão rápido que excedeu a velocidade permitida e teve que pagar um drive through. Com as paradas que o pessoal realizava na frente de Webber, o piloto australiano conseguia retornar à quarta posição.
Um fiscal cai na pista e quase é atingido por Kobayashi no GP do Canadá, veja:
Lá na décima nona volta São Pedro mandou molhar um pouco mais, porque achava que estava pouco. Melhor para Sebastian Vettel, Massa, Kobayashi e Webber que não haviam tirado os pneus de chuva. Os outros competidores acabaram voltando para fazer mais um pit-stop e o safety car voltava para a pista. As paradas ainda aconteciam e mesmo os pilotos que estavam com pneu de chuva extrema resolveram parar, já que os compostos apresentavam desgaste e a chuva apertava cada vez mais. Vettel foi para os boxes e voltou na frente, Massa parou também e voltou atrás de Kobayashi. Vettel reclamava e dizia que guiar o carro estava ficando insustentável, principalmente entre as curvas 9 e 13. A reclamação do alemão tinha fundamento porque o traçado tinha virado um rio e na volta 25 a direção de prova dava a bandeira vermelha.
Começava ali o primeiro drama e a corrida deixava de ser na pista para acontecer no relógio. Os carros voltaram para os boxes e as equipes monitoravam o tempo, esperando que a chuva reduzisse e as condições na pista fossem viáveis para a relargada. Meia hora se passou e a chuva continuava. A direção de prova mandou máquinas para tentar desfazer as poças de água e os carros seguiam cobertos. Passava das 16 horas aqui no Brasil quando a chuva parou e os motores começaram a ser religados. O safety car voltou para a pista, inspecionando a mesma. Um pouco antes das 17 horas a relargada era anunciada e provavelmente São Pedro não gostava muito de ver carrinhos na tela da sua televisão e tinha preferência em ver a 4ª rodada do Brasileirão do jogo Corinthians e Fluminense em tela cheia, pois acabou mandando de novo um pé d’água pra Montreal.
Mesmo assim a corrida foi retomada com o safety car na pista. Os carros faziam muito spray, mas os torcedores comemoravam a volta. A chuva deu uma aliviada depois de 7 voltas, o tempo começou a abrir e o sol veio dar uma leve espiada na corrida. O carro de segurança voltou para os boxes na volta 34 e a disputa recomeçou. Vettel abria distância e Massa aplicava o bote em Kobayashi para ultrapassar o japonês que não deixava a investida barata e dava o troco imediatamente.
Na volta 37, logo depois de sair dos boxes, Fernando Alonso e Jenson Button acabaram se encontrando e Alonso foi parar no muro, era fim de corrida para o espanhol e o inglês teve que voltar aos boxes. O safety car voltou à pista, para ficar por mais três voltas.
Na relargada Schumacher, que estava em sétimo, ultrapassou Webber e logo depois Di Resta, que tocou em Heidfeld e acabou com o bico danificado. Heidfeld ainda fez de tudo para segurar Schumacher, mas na volta 44, ele conseguia ganhar a posição.
A Ferrari começava a pressionar Massa para que o brasileiro ultrapassasse Kobayashi e começar a caçar Vettel. Massa só foi superar o japonês na volta 52, mas Schumacher, que vinha logo atrás, realizava uma manobra digna de um heptacampeão, passando os dois pilotos de uma vez só para assumir a segunda posição.
Massa e Schumi fizeram a troca de pneus e o brasileiro acabou dando azar, com os pneus slick perdeu o controle do carro na reta, bateu no guard rail e teve que retornar para os boxes para trocar a asa dianteira, caindo para a décima segunda posição. Kobayashi também perdeu a posição para Webber e Button que vinha fazendo uma corrida de recuperação digna de um Deus.
Heidfeld, que estava em sexto, tocou em Kobayashi que estava à sua frente, e quebrou a asa dianteira, por esse motivo acabou batendo e com 13 voltas para o final o safety car voltou para a pista para que pudessem fazer a limpeza. Formou-se um trenzinho composto por Vettel, Schumacher, Webber, Button, Kobayashi, Petrov e Barrichello.
A relargada se deu quando faltavam dez voltas para o final da corrida. Vettel escapou e começou a tomar distância, mas os três pilotos que estavam atrás dele vinham colados. Webber passou Schumi, mas errou e além do alemão da Ferrari conseguir dar o troco, também foi ultrapassado por Button.
Depois da corrida dramática de Button, que já havia feito SEIS paradas nos boxes, incluindo a punição que ele havia recebido lá no início da corrida, o inglês foi atrás de Schumacher e conseguiu ultrapassa-lo. Webber aproveitou a manobra do inglês para passar Schumi, mas foi atacado por ele.
Aí você fala: “poxa agora que o Button fez tudo isso ele vai se contentar com a segunda posição, ele não precisa provar nada para ninguém, o cara fez uma corrida de recuperação como poucos”. SÓ QUE NÃO! Claro que ele queria ser lembrado como o cara do Canadá 2011 e partiu para cima de Vettel, que, muito pressionado, cometeu um erro e perdeu a liderança da prova para o inglês. Sim, aquele alemão da Red Bull que tinha liderado a prova toda. Eu como fã assumida do Vettel fiquei para ter um piripaque naquela hora, doida de raiva com Button, mas fazer o que, é uma corrida.
Massa ainda teve tempo para roubar a sexta posição de Kobayashi de forma dramática quase na linha de chegada, estilo Relâmpago Marquinhos com a língua de fora.
Foi a corrida mais emblemática do Canadá com duração de 4h 04m 39s 539. Grande? Imagina! E essa corrida todo mundo queria saber o desfecho, não tinha como não se prender na frente da televisão.
| Final da temporada 2011
Button assumiria o vice-campeonato, claro que Vettel despontou e no final do ano tinha 392 pontos contra 270 do inglês. Mas o que me espanta mais ao final desse ano é ver Webber somente em terceiro, quando ele tinha o mesmo carro que o seu companheiro de equipe e apenas um primeiro lugar no Brasil. Talvez o carro da Red Bull não fosse só o carro mesmo como muita gente diz por aí, ela precisava de um bom piloto, carro nenhum de Fórmula 1 anda sozinho.