ColunistasFórmula 1Post

Como funciona os pneus na Sprint Qualifying e as estratégias para o GP da Itália

O GP da Itália foi dividido em três fases, por ser ditado por uma Sprint Qualifying, desta forma a distribuição dos pneus mudou, impactando no desenvolvimento do restante do fim de semana. Normalmente os times recebem 13 jogos de pneus slick, mas com a Sprint Qualifying eles acabam lidando com apenas 12 jogos de compostos, divididos entre 2 – C2 (duros), 2 – C3 (médios) e 6 – C4 (macios). A classificação disputada na sexta-feira só pode ser realizada com os pneus macios, onde os pilotos têm o direito de usar no máximo cinco jogos.

Durante os dois treinos livres, as equipes acabam usando para a coleta de dados, verificar o desempenho dos pneus e estabelecer as estratégias para o restante do fim de semana. Monza já é um circuito muito conhecido das equipes, mas eles ainda estão aprendendo a lidar com a Sprint Qualifying que é algo novo para o calendário de 2021.

LEIA MAIS: Raio-X do GP da Itália – McLaren conquista vitória com Daniel Ricciardo

Nesta avaliação eles precisam ver o peso do carro, a quantidade de combustível usada e pensar também nas temperaturas que vão se deparar nos momentos mais críticos da etapa. Um fim de semana com a Sprint Qualifying significa muita movimentação na pista, um ritmo mais movimentado do que de costume.

Sprint Qualifying, o que foi trabalhado no sábado

Os pilotos tinham uma corrida de 18 voltas pela frente, Monza é um circuito onde os times costumam trabalhar com a estratégia de apenas uma parada, portanto este era o momento ideal para apostar nos pneus macios – contando com a aderência, mas não necessariamente com a durabilidade.

Pneus usados por cada competidor na Sprint Qualifying – Foto: reprodução Pirelli

Por ser uma corrida que não necessita de paradas, mas também havia a possibilidade de escolher o composto era esperado que alguns times apostassem nos pneus macios. Para esta prova a dupla da McLaren, assim como a dupla da Aston Martin, Alpine e Yuki Tsunoda da AlphaTauri, escolheram os compostos mais macios da etapa para ter mais aderência, mesmo sabendo que poderiam sofrer com o desgaste deles durante as últimas voltas.

Para a dupla da McLaren usar os pneus macios foi uma ótima escolha, principalmente no embate com Lewis Hamilton, já que o piloto da Mercedes patinou durante a largada e perdeu a segunda posição para Daniel Ricciardo e Lando Norris.

A dupla da Aston Martin, assim como a da Alpine também teve a possibilidade de tentar realizar algumas ultrapassagens e garantir uma posição melhor para a largada no domingo.

Sabendo que Valtteri Bottas começaria a corrida do domingo no final do pelotão, Hamilton quase largou da pole – em uma pista que é favorável para a Mercedes – mas a dificuldade do inglês na largada, consagrou Bottas mais uma vez como vencedor de uma Sprint. Max Verstappen que fechou na segunda posição, teve a oportunidade de largar do primeiro lugar no domingo, intensificando ainda mais a disputa entre Red Bull e Mercedes.

As temperaturas da pista durante a Sprint Qualifying passaram dos 40°C, mas não intensificaram o desgaste dos pneus macios, quem optou por eles conseguiu concluir a prova, mas era necessário levar em consideração que os carros também estavam mais leves, por conta do uso do combustível adaptado para uma corrida curta.

Domingo

Daniel Ricciardo venceu o GP da Itália usando a estratégia de largar com os pneus médios e usar os compostos duros para a parte final da corrida – sendo uma aposta comum no grid – Foto: reprodução McLaren

Para a prova do domingo, a escolha mais acertada esteve na utilização da estratégia composta de médios, mais os pneus duros. Exceto para Valtteri Bottas, que começou com os pneus duros, buscando obter uma performance melhor no início da prova e conquistar posições, tendo mais chances de avançar no pelotão.

Uma coisa que foi interessante, é que mesmo Lewis Hamilton que largou com os pneus duros, fez a sua parada na janela daqueles que estavam com os compostos médios instalados. O inglês assumiu a liderança da corrida depois que Max Verstappen e a dupla da McLaren realizou as suas paradas, mas ele não estendeu a sua permanência na pista.

Depois, o fator de Verstappen ter uma parada ruim e Hamilton trocar os pneus na mesma janela, ocasionou o encontro deles em pista e aquela batida que provocou o abandono deles. Com a ativação do Safety Car, muitos pilotos foram juntos para os boxes na volta 26, até mesmo aqueles que estavam com os pneus duros. Aproveitando o momento que o Safety Car aproximaria todo o pelotão.

Por ser uma etapa como a Sprint, os dez primeiros não tinham a obrigatoriedade de largar com os pneus que fizeram o Q2, mas ainda era necessário usar dois tipos de compostos na corrida.

Os pneus da rodada

C2 (duro – faixa branca): foi o pneu chave para a prova, já que os pilotos investiram na estratégia de pneus médios, mais pneus duros. Para grande parte do grid a utilização deste composto ficou destinada para a parte final da corrida, depois que a janela de paradas começou após a volta 20.

Daniel Ricciardo conquistou a vitória desta forma e registrou a volta mais rápida da corrida com este composto (1m24s812), mas vale lembrar que o combustível do carro estava no final e os compostos já bem danificados pela quantidade de voltas completadas.

Apenas Bottas, Hamilton e Kubica começaram a prova com os pneus duros. Gasly arriscou com este composto, pois começou a corrida do pit-lane depois da troca do motor, mas abandonou a corrida. Antonio Giovinazzi que se envolveu em um toque com Carlos Sainz no início da prova, depois da primeira volta passou pelos boxes, instalou uma nova asa dianteira e abandonou os pneus médios, para usar os pneus duros, até realizar outra parada na volta 25.

C3 (médio – faixa amarela): não é o pneu que fornecia mais aderência, mas era certamente melhor para a largada da prova do que os pneus duros. Foi estratégia escolhida pela maioria dos pilotos do grid, fez diferença na dobradinha da McLaren na Itália. Para Bottas e outros competidores, significou completar a maior parte da corrida com eles, já que optaram por começar a corrida com os duros.

Ricciardo e Verstappen começaram a reclamar ‘cedo’ do desgaste destes compostos, pois começaram a escorregar na pista, perdendo a aderência, desta forma não estenderam a sua permanência na pista.

C4 (macio – faixa vermelha): não eram ideias para começar a corrida por conta das altas temperaturas e também por conta do peso que o carro estava carregando no início da corrida. Este pneu foi o mais ignorado nas estratégias escolhidas no fim de semana e só foi usado por Nikita Mazepin em duas ocasiões da corrida.

Estratégias usadas no domingo do GP da Itália – Foto: reprodução Pirelli

 

Mostrar mais

Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

Deixe uma resposta

Botão Voltar ao topo