As marcas Alfa Romeo e Maserati fazem parte do recém-formado grupo Stellantis, composto pelos grupos Fiat Chrysler Automobiles e PSA, e como integrantes dessa nova estrutura, elas estão começando a considerar seus futuros programas.
Embora tenha afirmado que a mudança de categoria esteja longe de ser formalmente decidida, o site The-Race.com divulgou que o Stellantis está seriamente considerando entrar na Fórmula E durante sua nova era tecnológica (Gen3) com a Alfa ou a Maserati.
A Alfa Romeo atualmente opera em conjunto com a Sauber na Fórmula 1 e não tem compromisso formal com a categoria além do final temporada 2021. A parceria existe desde 2019.
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O ex-CEO da Peugeot, Jean-Philipe Imparato, foi recentemente incorporado na Alfa Romeo em uma posição semelhante à que ocupava na marca francesa. Esse fato causou especulações entre alguns dos executivos da Fórmula E de que o foco do automobilismo da Alfa poderia ser transferido da F1 para a Fórmula E.
Tal movimento poderia ser formalizado até o início de 2022.
Imparato, que participou do primeiro E-Prix de Paris da Fórmula E em 2016, chegou a argumentar que powertrains elétricos são um critério crucial para futuros programas de automobilismo.
Ele também disse para a Autocar em 2019 que “Pedir 200 milhões de euros (R$ 1.298.932.062,00) para um futuro programa de automobilismo é completamente louco” e que “O automobilismo está morto a menos que seja eletrificado.”
A FIA e a Fórmula E estão atualmente formando um plano de limite de custos que valerá a partir de 2022. Além disso, a Fórmula E também estabeleceu novos procedimentos que incentivam os fabricantes a permanecerem durante as quatro temporadas do Gen3.
Com as novas regras, caso um fabricante deixe a categoria antes do tempo, ele terá que continuar a pagar a taxa de inscrição e homologação de €300.000 (R$ 1.948.398,09) a cada temporada até o final do ciclo de regras.
Isso é uma tentativa de evitar situações como as recentes decisões da Audi e da BMW de sair do campeonato antes do ciclo do Gen2 ser concluído.
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Para estar na Fórmula E para o início das regras da Gen3 na temporada 2022/23, a Alfa teria que se comprometer antes do final do próximo mês, quando o prazo de inscrição for estabelecido.
É esperado que a Alfa revele este ano um SUV totalmente elétrico utilizando uma versão do conceito de “plataforma eCMP” derivada da PSA.
Até agora, apenas a Mahindra e a marca campeã DS Automobiles – agora parte da Stellantis junto com a Alfa – se comprometeram oficialmente com o Gen3, embora acredita-se que a Nissan esteja perto de um anúncio e a Mercedes e a Porsche também devam se inscrever.
O prazo de março talvez seja muito apertado para qualquer plano Alfa. Então é provável que se uma segunda marca Stellantis se comprometer com a Fórmula E, ela entraria como fabricante para a 10ª temporada do campeonato em 2023/24.
Isso significaria que a marca tem até o final de janeiro próximo para formalizar uma entrada oficial como fabricante.
Se o novo participante quisesse se unir a uma equipe de Fórmula E já existente, experiente e independente, a principal opção atualmente seria como parceira da Virgin. Segundo o The Race, a marca está buscando vínculos com um grande fabricante para a era Gen3.
Embora acredita-se que Maserati seja menos provável para uma entrada na Fórmula E do que a Alfa, também se entende ter desenvolvido relações com os principais executivos do campeonato recentemente.
A marca de luxo está produzindo os novos modelos elétricos Maserati GranTurismo e GranCabrio este ano e está comercializando fortemente sua filosofia ‘Folgore’ para eletrificar sua gama de carros, que também inclui uma versão totalmente elétrica do MC20 (foto acima).
Com a DS Automobiles comprometida com a Fórmula E até pelo menos 2027, a chegada da Alfa Romeo ou Maserati significaria duas marcas Stellantis competindo uma contra a outra.
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Perguntado se ele poderia ver outras marcas da Stellantis olhando para a Fórmula E no futuro, o diretor de performance da DS, Xavier Mestelen-Pinon, disse ao The Race: “Posso imaginar que outras marcas poderiam estar interessadas no futuro com a Fórmula E.
“Não sei quem ou quando, mas com certeza as marcas devem considerar isso porque hoje sabemos que não só a montadora, mas também os parceiros precisam ter uma categoria de carbono zero para promover sua marca.
“Então, o mundo automotivo e o automobilismo estão tomando uma curva acentuada”, finalizou Pinon.