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A Ruiva

22 de Novembro – A Ruiva - Dia 184 dos 365 dias mais importantes da história do automobilismo – Segunda Temporada.

A Ruiva nasceu em 22 de novembro de 1957 e, com 61 anos completados hoje, ainda é desejada. Suas curvas são capazes de fazer qualquer um virar a cabeça, mesmo que não goste disso, mesmo que esteja acompanhado pelo seu amor. E este amor não ficará com ciúmes, porque também estará de olho na Ruiva, enquanto ela ginga rua abaixo.

Existem pouquíssimas como a Ruiva, e os que têm a sorte de sair com ela querem contar para todo mundo como foi. Ela passeou nos braços de campeões como Phil Hill, Ricardo Rodríguez, Willy Mairesse, Peter Collins, Dan Gurney e Luigi Musso.

A Ruiva era imbatível e incansável: venceu as 24h de Le Mans por três vezes, as 12h de Sebring outras três, a Targa Florio e as 4h de Pescara. Ela ganhou o título de campeã do mundo em 1958, 1960 e 1961.

Fonte: Classic & Sports Car

A Ruiva fez o nome da sua família ficar ainda mais forte; ela é filha de Enzo Ferrari, e seu nome de batismo é Ferrari 250 Testa Rossa.

Com as mudanças previstas para o campeonato de 1958, principalmente a limitação de motores, que teriam no máximo 3 litros (dizem que até o papa Pio XII quase excomungou os organizadores de corridas automobilísticas após as várias mortes em Le Mans 55 e Mille Miglia 57, exigindo maior segurança), o Comedador Enzo, com a doxomania que lhe era característica, incumbiu seu amigo e lanterneiro preferido Sergio Scaglietti, que tinha uma oficina em frente à fábrica da Ferrari em Maranello, de lhe entregar um carro ao mesmo tempo belo, rápido e principalmente confiável. Sergio usou como base os carros que usavam um motor 2.0 de 4 cilindros 500 TR, colocando em seu lugar um 3 litros V12 de Gioacchino Colombo, que teve as tampas dos cabeçotes pintadas de vermelho. Daí vem o nome Testa Rossa, ou Cabeça Vermelha, de nossa Ruiva preferida.

Fonte: Autozine

Apesar de mirar nas provas de resistência (por isso a insistência para absolutamente todos os componentes fosse da mais completa confiabilidade), Enzo Ferrari clamava com orgulho que a 250 TR, com taxa alta de 9,1:1, entregavam mais de 100 hp/litro de potência máxima, aos 7200 rpm (nos modelos ainda existentes, a linha amarela do contador de giros só começa com 7500, e a vermelha após 8000 rotações por minuto). Com câmbio manual de quatro marchas mais a ré originalmente (depois alterado para 5+R), chassi levíssimo de aço tubular e suspensão dianteira independente, a Ruiva pesa apenas 800 kg e tem espaço para duas pessoas, freios a tambor e tanque com capacidade para 140 litros.

A Ruiva às vezes aparece Morena.
Fonte: Reddit

Do projeto original foram fabricadas apenas 21 unidades; construída até 1961, com modificações estéticas introduzidas por Pininfarina em 59, ao todo apenas 33 carros foram produzidos, e hoje em dia os modelos existentes passam facilmente da casa de 8 milhões de dólares quando acabam aparecendo em leilões. Uma delas atingiu a espantosa marca de 39,8 milhões de dólares ao trocar de mãos em uma venda particular.

Fonte: Ferrari.com

O modelo fez história: foi por 10 vezes campeão do Mundial de Desportivos da FIA, chegando à frente de todos nas etapas de 1958, 1960 e 1961 em Le Mans, anos em que nem a Aston Martin nem a Porsche conseguiram bater a Scuderia.

A Ruiva, apesar de aposentada, continua fazendo sucesso por onde passa, e deixa muita maquininha nova no chinelo.

lll FORA DAS PISTAS

Por uma coincidência do destino, exatamente 39 anos antes de apresentar a 250 Testa Rossa ao mundo, Enzo Ferrari fez sua estreia como piloto, em uma prova entre Parma e Berceto a bordo de um CMN de 3 litros. Ficou com o degrau mais baixo do pódio.

Se você perdeu a proteção do útero materno neste mesmo dia, compartilha aniversário com Charles de Gaulle, general e presidente da França, Terry Gilliam do Monty Python, a atriz Jamie Lee Curtis, o corredor sul africano Oscar Pistorius e dois Vingadores: Mark “Hulk” Ruffalo e Scarlett Johansson que, como Viúva Negra, foi uma ruiva à altura da Ferrari.

E há exatos 50 anos, em 22 de novembro de 1968, os Beatles lançavam seu nono álbum de estúdio, que recebeu o singelo nome de The Beatles, mas que é mundialmente conhecido como O Álbum Branco. Eu poderia encerrar o texto com a deliciosa Back in the U.S.S.R., a linda Dear Prudence, a dançante Ob-La-Di, Ob-La-Da ou a porrada de Helter Skelter, mas é impossível escolher uma só. Fiquem com as 30 pérolas cinquentonas do White Album, na sequência.

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Carlos Eduardo Valesi

Velho demais para ter a pretensão de ser levado a sério, Valesi segue a Fórmula 1 desde 1987, mas sabe que isso não significa p* nenhuma pois desde meados da década de 90 vê as corridas acompanhado pelo seu amigo Jack Daniels. Ferrarista fanático, jura (embora não acredite) que isto não influencia na sua opinião de que Schumacher foi o melhor de todos, o que obviamente já o colocou em confusão. Encontrado facilmente no Setor A de Interlagos e na sua conta no Tweeter @cevalesi, mas não vai aceitar sua solicitação nas outras redes sociais porque também não é assim tão fácil. Paga no máximo 40 mangos numa foto do Button cometendo um crime.

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