Desbloquear o potencial de um carro é algo bem complicado, principalmente para uma equipe que apostou em algo tão diferente após a implementação de um novo regulamento. De qualquer forma a Mercedes segue chamando a atenção, mesmo com toda a dificuldade apresentada a equipe se estabeleceu na terceira posição do Campeonato, se aproveitando cada vez mais dos problemas e erros da Ferrari para se aproximar do time italiano.
A Mercedes não esconde a necessidade de seguir com a sua pesquisa e avaliação do W13, desta forma Lewis Hamilton segue testando novas configurações e recendo novas peças para a verificação.
Com um regulamento tão novo, mas também com um carro que acaba sofrendo com o porpoising e o bouncing, a Mercedes tem uma variação comportamental. Sem uma sessão de testes ao longo da temporada, a sexta-feira é um dia muito valioso para o time alemão, nestas atividades de uma hora eles aproveitam para fazer a coleta de dados e comparar a performance de Hamilton e Russell.
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No Canadá os pilotos nitidamente não estavam confortáveis com o desempenho dos carros na sexta-feira, mas os engenheiros da Mercedes tentariam combinar as melhores performances para conseguir uma configuração ideal para ser usada no circuito de Montreal. A chuva colaborou com o time que fez uma aposta em uma asa maior, mas mesmo em pista seca no domingo Hamilton fez uma corrida sólida, enquanto o carro não parecia saltar muito. Com uma boa estratégia Hamilton terminou a corrida na terceira posição, enquanto Russell realizou ultrapassagens importantes para terminar no quarto lugar e manter a sua sequência de bons resultados.
“Tem sido uma batalha este ano com o carro e como equipe, mas continuamos observando, focados e nunca desistiremos. Isso é algo de que estou muito orgulhoso e contínuo inspirado pela equipe, então obrigado a todos que estão em Montreal e de volta à fábrica. Os times da frente estão um pouco mais rápidos, para nós no momento, eu estava dando tudo, mas estamos nos aproximando. Nós apenas temos de continuar pressionando e esperamos estar lutando com eles”, disse Lewis Hamilton após o GP do Canadá.
Mesmo com toda a dificuldade enfrentada para desenvolver o W13 a Mercedes ainda não abandonou o projeto desse ano. Com a aproximação do meio da temporada os times também começam a preparar o carro da próxima temporada, mas os dados coletados nesse ano também serão fundamentais para a produção dos novos modelos.
“Estamos trabalhando muito, no simulador também para acertar a configuração. Então, honestamente estou em êxtase. Como eu disse, não esperava isso nesse fim de semana”, seguiu Hamilton.
Também resta saber como a nova diretiva da FIA afetará o desempenho do carro da Mercedes, em teoria eles devem ser afetados, pois os problemas que provocam os saltos do W13 são uma combinação de vários fatores. Talvez nesse momento que os times vão voltar a correr em autódromos e muitos deles contam com um asfalto melhor, o carro desenvolvido pela Mercedes teria um desempenho melhor e não seria afetado pela diretiva da FIA. A Mercedes testou um assoalho com mais sustentação no Canadá e pode apostar nesse projeto de uma forma que não sofra protestos das outras equipes.
Outra coisa que chama a atenção na Mercedes, é que diferente da McLaren, onde os seus bons resultados não são um reflexo da realidade do time, a equipe alemã segue com muito potencial para estar regularmente dentro do top-10.
A grande questão é que a cada nova atualização os times precisam testar configurações e encontrar a melhor performance. A produção de novas peças não é a garantia de um avanço no projeto, afinal, os saltos não foram identificados quando os carros estavam em desenvolvimento nos túneis de vento.
Após os treinos livres de sexta-feira realizados em Montreal, Hamilton disse à Sky Sports que o W13 “só piora”, mas os dados obtidos na Espanha mostraram uma boa evolução do projeto e na ocasião o time ficou bem otimista.
“Lewis teve uma corrida muito sólido ao pódio; não tínhamos o ritmo de Max ou Carlos, mas na maioria das vezes, parecia que estávamos perdendo dois ou três décimos, o que nos estimulará a trabalhar para diminuir essa diferença”, disse Andrew Shovlin.
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Para Silverstone vários times programaram pacotes de atualizações, a Mercedes é uma delas. O W13 receberá novas peças e essa é uma corrida importante para o time, principalmente por eles contarem com dois pilotos britânicos. Na Inglaterra a Mercedes quer obter um bom resultado, mostrar um carro mais competitivo, mesmo que ainda seja difícil brigar diretamente com os carros da Ferrari e Red Bull.
Antes das férias a Fórmula 1 ainda passará por Inglaterra, Áustria, França e Hungria, desta forma, nestas próximas corridas que estão por vir, a Mercedes espera que com as novas peças e seus ajustes e configurações, possa se sentir mais confortável e que também seja possível ‘encerrar’ os testes com Hamilton, permitindo que o britânico tenha condições iguais para brigar por pontos. Talvez até mesmo ter um carro que possibilite algumas vitórias no restante do campeonato, principalmente para Hamilton não perder a marca de ter vitórias em todas as temporadas que disputou a F1.
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Vemos que essa questão do desenvolvimento da Mercedes também é uma questão de honra, mesmo não fornecendo um carro para brigar pelo campeonato, o time alemão quer mostrar que ainda sabe construir bons carros, pois tem plena certeza que tem dois bons pilotos que podem conquistar pontos e colher vários frutos para o time.
Hamilton e Russell são dois pilotos que sabem aproveitar as oportunidades, eles estão fazendo exatamente o que é necessário – marcar Red Bull e Ferrari – e na falta desses times em um pódio, a Mercedes precisa ter um carro em condições de coletar todos os pontos que esses times deixarem escapar.
É difícil de duvidar da Mercedes, principalmente quando time tem ferramentas para continuar se desenvolvendo, além disso, buscar esse segundo lugar da Ferrari no Mundial de Construtores é uma realidade bem plausível.
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